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O alargamento do campo historiográfico iniciado pela L'École des Annales em 1929, provocou o deslocamento do centro de interesse dos historiadores dos aspectos político-militares para os económico, social, demográfico e das mentalidades de acordo com o novo paradigma da explicação das Ciências Sociais.

A História Militar sofreu um processo de marginalização com variantes nacionais e só na década de setenta do século XX conheceria o seu momento de viragem em Inglaterra e na França graças à iniciativa de universitários e ao contributo decisivo da Comissão Internacional de História Militar.

A Comissão Portuguesa de História Militar, criada em 1989, conhecedora dessa realidade, teve, no ano seguinte, como manifestação cultural de maior relevo a realização do primeiro colóquio com o tema Para uma Visão Global da História Militar, no qual se debateram as causas do declínio da História Militar e a sua nova e promissora época de desenvolvimento e afirmação no conjunto das Ciências Históricas.

Os colóquios, que desde Dezembro de 1990 foram tendo lugar com regularidade anual, ficaram marcados pela abordagem de diferentes aspectos da História Militar: a História Militar em Portugal e na Europa numa perspectiva comparada; o recrutamento militar, as relações militares de Portugal e o Mundo; a presença dos militares na sociedade portuguesa; os abalos político-militares provocados pelas guerras e vistos na perspectiva da complexidade real do seu fenómeno, entre outros.

A Comissão Portuguesa de História Militar através da realização dos colóquios pretende:​​​

  1. Criar um momento amplo de reflexão e debate entre militares e universitários sobre temáticas militares numa perspectiva de contribuir para a resolução de problemas em estudo no âmbito da Defesa Nacional;​​​

  2. ​​​Estreitar as relações entre todos os que no âmbito da História Militar (militares, universitários, historiadores e investigadores) estudam historicamente a Guerra nas suas múltipas abordagens e implicações: militar, económica, política, social, tecnologia e científica;​​​

  3. ​​​Dar um contributo relevante para a comunidade científica e para o conhecimento público do papel dos militares na construção do processo historiográfico da História de Portugal;​​​​

  4. ​​​​Estreitar os laços de aproximação e amizade entre os países membros da Comissão Internacional de História Militar.​


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