Os ministros da Defesa Nacional de Portugal e da Guiné-Bissau assinaram, esta manhã, o novo Programa-Quadro de Cooperação no domínio da Defesa que vigorará até 2025.
No decorrer de uma visita oficial realizada a Bissau, o Ministro da Defesa Nacional de Portugal, João Gomes Cravinho, e o seu homólogo Guineense, Sandji Fati, reuniram-se para assinalar o início de uma nova cooperação bilateral alinhada, estratégica e temporalmente, com o Programa Estratégico de Cooperação, celebrado entre ambos os Estados.
Para João Gomes Cravinho, o novo quadro de cooperação “representa uma nova ambição e um salto qualitativo na cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau", onde se insere também uma nova ambição referente ao diálogo político-estratégico, originada pelas rápidas mudanças mundiais - “as mudanças quer na Europa quer em África afetam-se uma à outra e, por isso, Portugal e a Guiné-Bissau devem intensificar o seu relacionamento e o seu diálogo", disse.
O governante, reconhece a existência de uma ambição significativa do governo guineense na consolidação democratizada das suas Forças Armadas, nomeadamente no reforço de capacidades, e afirma que “Portugal está natural e inteiramente disponível para trabalhar com o povo irmão" para o alcançar.
O ministro da Defesa guineense, Sandji Fati, demonstrou a sua satisfação com a assinatura deste acordo, afirmando que apenas se conseguiu concretizar com o fim da instabilidade política do país. “Sempre foi ambição deste governo retomar a cooperação com Portugal, no domínio da Defesa, e hoje acabou por se concretizar", declarou.
Sandji Fati, assegura que existe uma grande aposta no programa-quadro, no que concerne à formação das Forças Armadas guineenses - “sem a vertente de formação não podemos atingir os nossos objetivos", assentiu, referindo ter o objetivo de as transformar em Forças republicanas e de lhes incutir o espírito de patriotismo, e que para isso conta com Portugal.
Desde a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica no Domínio Militar, em Bissau a 5 de março de 1989, Portugal e a Guiné-Bissau têm desenvolvido a sua atividade de cooperação bilateral no domínio da Defesa, com o objetivo de contribuírem para a produção de segurança.
Apesar das dificuldades que têm condicionado o desenvolvimento desta cooperação, a mesma adquire um sentido estratégico no relacionamento entre os dois Estados. Prova disso, é o relacionamento de proximidade que têm mantido, a troca de experiências e a realização de ações de capacitação, de ensino e de formação, com mais-valias comuns.
Da vontade de retomar a normalidade da relação bilateral entre os dois países, surge agora o novo quadro de cooperação, uma evolução do documento provisório que a regulava desde 2015, devidamente estruturado e adequado à cooperação entre ambos e ajustado à nova realidade.
Visita oficial à Guiné-Bissau
O ministro da Defesa Nacional terminou hoje uma visita de trabalho, com a duração de dois dias, à Guiné-Bissau, marcada pela assinatura do novo Programa-Quadro de Cooperação no domínio da Defesa.
Após o encontro entre as delegações da Defesa, João Gomes Cravinho reuniu com o Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, e com o Presidente da República, Umaro Sissoko Embaló, para explicitar o conteúdo do programa-quadro, agora assinado. Em discussão estiveram diversas preocupações relacionadas com a segurança regional do Estado, nomeadamente com a instabilidade patente no Mali e na Guiné Conacri, as exposições da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e as expectativas inerentes a esta reformulação de cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau.
O governante português afirmou estar motivado com as expectativas apresentadas e assegurou ao Presidente guineense e ao seu país que poderiam contar com o “total empenho de Portugal na materialização daquilo que são as ambições expressas no programa-quadro".
João Gomes Cravinho encerrou a visita ao país com uma Deposição de Coroas de Flores no Mausoléu de Amura e com uma visita ao cemitério Municipal de Bissau, onde se encontram sepultados mais de 400 antigos combatentes. Para o ministro este é um gesto de extrema importância pois “nunca se pode esquecer a História".
“Temos o dever de memória em relação aos que faleceram combatendo ao serviço de Portugal. Sem realizar juízos sobre a justiça dessas guerras, o importante é lembrar todos os que tombaram", rematou.
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