João Gomes Cravinho falou esta manhã numa conferência virtual sobre “o grande e inevitável desafio" das tecnologias disruptivas na Defesa e alertou para a importância de “ter em consideração o impacto destas tecnologias para a defesa e a segurança" e para “os direitos dos cidadãos e sustentabilidade ambiental".
O ministro português afirmou que estas novas tecnologias, como a análise de grandes dados, a inteligência artificial e os sistemas autónomos, são “uma oportunidade de desenvolvimento de capacidades militares", mas merecem uma “monitorização constante de riscos e oportunidades", devendo ser reguladas e controladas, pelo risco de ameaça que representam.
João Gomes Cravinho, que interveio na sessão de abertura, defendeu o desenvolvimento de “ecossistemas dinâmicos à volta da Defesa" que mobilizem os melhores recursos das sociedades, afirmando ser necessário o desenvolvimento de políticas direcionadas para as tecnologias disruptivas, assentes em três pontos.
O primeiro, afirma o ministro, é o estreitamento da cooperação entre a União Europeia e a NATO, que “Portugal apoia ativamente", fazendo o melhor uso possível da cooperação civil-militar e da tecnologia de duplo-uso.
O segundo aspeto passa pela necessidade de apoiar os Estados-Membros da União Europeia no desenvolvimento das suas capacidades nacionais, por forma a “atuarem em igualdade de circunstâncias", e a tomarem o melhor partido das indústrias nacionais, do governo e do meio académico.
A criação de “fortes sinergias" entre sociedades é o último aspeto relevado por João Gomes Cravinho, fundamental para o desenvolvimento de tecnologias disruptivas e a sua incorporação na defesa e segurança de forma “ágil" e “rápida".
A conferência “Impacto das tecnologias disruptivas na Defesa" reuniu, em modo virtual, representantes de alto nível dos Ministérios da Defesa, academia, indústria, instituições europeias e NATO, entre eles o Diretor Executivo da Agência Europeia de Defesa, Jiří Šedivý, e o Comandante Supremo de Transformação da NATO, General André Lanata.
Este evento, de carácter anual, teve organização conjunta do Ministério da Defesa Nacional e da Agência Europeia de Defesa, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
Aceda ao discurso (em inglês) do Ministro da Defesa Nacional aqui.
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