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O Seminário de Defesa Nacional contou com a presença de Javier Solana, antigo Secretário-Geral da NATO e antigo Alto-Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança Comum.

Portal da Defesa na InternetInícioComunicaçãoNotíciasTransformações de segurança e defesa internacional em discussão no III Seminário de Defesa Nacional
29 de novembro de 2021

​Decorreu esta manhã, no Instituto da Defesa Nacional, a terceira edição do Seminário de Defesa Nacional, que contou com a presença de Javier Solana, antigo Secretário-Geral da NATO e antigo Alto-Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança Comum. 

Criado com o objetivo de promover a discussão anual de questões centrais na área da Defesa, esta edição do Seminário de Defesa Nacional centrou-se na discussão e análise de assuntos como os conflitos híbridos e as grandes transformações geopolíticas, documentos estratégicos em preparação na NATO e na União Europeia, o impacto das tecnologias emergentes e disruptivas na Defesa e as questões do Espaço. 

O evento, inaugurado pelo Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e pela Diretora do Instituto da Defesa Nacional, Helena Carreiras, foi concebido para “ajudar a encontrar os caminhos certos para a segurança e a defesa de Portugal", sendo por isso um instrumento “fundamental" na promoção do diálogo entre decisores e investigadores, e entre a sociedade e a Defesa, disse o governante esta manhã. 

“Sem uma boa base sólida de conhecimento da realidade não é possível tomar boas decisões políticas", afirmou, explicando que “muitas das tendências preocupantes" que têm vindo a ser observadas na geopolítica global foram agravadas pela pandemia, sendo necessária a reflexão sobre as mesmas. 

Referindo-se ao contexto atual como uma “era de transição", Gomes Cravinho alertou para a importância das grandes instituições multilaterais, como a NATO ou a União Europeia, para este novo contexto de segurança, afirmando que a parceria entre os dois organismos é “uma parte necessária e vital da nossa resposta transatlântica". 

A par desta matéria, a “crescente prevalência de conflitos armados de tipo não-convencional", tema do segundo painel de discussão do seminário, merece, segundo o Ministro, não só uma reflexão, como também uma resposta “conjunta e cooperativa" no plano internacional e uma abordagem “integrada e multidomínio" aos conflitos, pelas Forças Armadas. 

As transformações tecnológicas atuais, com impacto na defesa, designadas de “tecnologias emergentes disruptivas" são, para João Gomes Cravinho, “um novo tabuleiro estratégico vital" dos tempos modernos.  Numa referência ao tema, o ministro sugeriu que se não houver eficácia na abordagem desta questão no espaço-euro-atlântico, “arriscamo-nos a uma degradação significativa da nossa credibilidade e da capacidade de segurança coletiva", sendo, por isso,  “essencial que a Europa e a NATO estejam na linha da frente da inovação tecnológica", frisou. 

Gomes Cravinho destacou ainda o “rápido aumento das atividades" no Espaço, cuja “complexidade e riscos" aumentam à medida que mais atores públicos e privados se tornam ativos neste domínio, “muito competitivo", “que nos leva a ter de melhorar a ligação entre indústrias civis e de defesa", afirmou. 

Javier Solana apela à união de esforços na Europa

Javier Solana, antigo Secretário-Geral da NATO e antigo Alto-Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança Comum, e orador principal do evento, afirmou que os países da União Europeia, “que são amigos e trabalham juntos", devem continuar a “discutir e a formar ideias" conjuntas, acrescentando que é um “passo" nessa direção.

Solana defendeu ainda ser importante o desenvolvimento conjunto de capacidades militares na Europa e a aposta no desenvolvimento de tecnologias europeias, “se quisermos ser atores na cena internacional".  Caso contrário, acrescentou, “será muito difícil poder dizer que temos algo militarmente viável a fazer".

​O Seminário de Defesa Nacional é uma iniciativa do Ministro da Defesa Nacional, organizada em parceria com o Instituto da Defesa Nacional, com o objetivo de promover a discussão anual de questões centrais nesta área de soberania, reunindo os intervenientes diretos na elaboração e execução da política de Defesa Nacional, bem como uma comunidade mais ampla com interesse nestas matérias.​


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