Ainda antes de chegar ao Brasil, a 8 de fevereiro, o navio comandado pelo capitão-de-fragata Maurício Camilo e a sua guarnição de 142 militares, celebrou 58 anos desde que a bandeira portuguesa foi içada a bordo, ao serviço da Marinha portuguesa.
No primeiro mês de viagem, entre 5 de janeiro e 5 de fevereiro, o NRP Sagres percorreu 3946 milhas náuticas (o equivalente a 7307 km), realizou 743 horas de missão e cerca de 600 horas de navegação. Durante metade desse tempo, navegou à vela.
O Navio-Escola Sagres está no Rio de Janeiro no âmbito das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação realizada por Fernão de Magalhães. Até sábado, dia 15, está aberto a visitas, antes de partir para o Uruguai.
Portugal e Brasil: «vontade de fazer mais no futuro»
Ainda antes de subir a bordo do Navio-Escola Sagres, o Ministro da Defesa português deu uma palestra na Escola Superior de Guerra, que contou com a presença do Ministro da Defesa do Brasil. Os dois tiveram uma reunião bilateral da qual saíram várias possibilidades futuras de trabalho conjunto: “desde questões relacionadas com a ciberdefesa, com o espaço, à possibilidade de trabalharmos juntos em missões da ONU e no contexto da CPLP", revelou João Gomes Cravinho.
Deste encontro entre os Ministros da Defesa dos dois países saiu também a proposta de promover um evento com as indústrias de defesa portuguesa e brasileira: “identificámos o mês de julho como um bom mês para juntarmos à mesa as nossas indústrias, aquelas que têm participação do Estado e empresas privadas, com as indústrias brasileiras". Segundo o Ministro Gomes Cravinho, o objetivo é traçar caminhos para colaboração futura entre Portugal e o Brasil. Do lado brasileiro, foi pedido um encontro entre os Ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros dos dois países, “porque o ambiente estratégico internacional requer essa concertação entre a parte política e a parte militar", explicou.
Brasil no “Centro do Atlântico"
O Ministro da Defesa português foi recebido pelo seu homólogo brasileiro, Fernando Azevedo, na Escola Superior de Guerra, situada no Rio de Janeiro.
João Gomes Cravinho proferiu a palestra “Uma visão portuguesa do mundo a partir do Atlântico", na qual falou do Centro do Atlântico, sediado nos Açores, sublinhando o objetivo de unir as várias regiões que têm estado divididas: “que [o Centro] seja uma plataforma para o diálogo, para o desenvolvimento de um conhecimento situacional comum entre as Marinhas do Atlântico, de leste a oeste, de norte a sul".
O Ministro da Defesa de Portugal explicou, em declarações aos jornalistas, a importância de desenvolver um mecanismo que permitisse funcionar como plataforma de colaboração, como é o Centro do Atlântico, e neste processo “é imprescindível a participação do Brasil", um parceiro “muito especial para Portugal, que traz valências diferentes", revelando que a ideia de integrar o Centro foi bem acolhida pelas contrapartes brasileiras.
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