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Instalado em Braga, este laboratório foi oficialmente reconhecido pelas Nações Unidas como Organização Intergovernamental de investigação científica em 2008, após ter sido criado por iniciativa conjunta do Reino de Espanha e da República de Portugal.

Portal da Defesa na InternetInícioComunicaçãoNotíciasMinistro da Defesa visita Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia
27 de fevereiro de 2020

​O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, visitou hoje, em Braga, o INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (ou International Iberian Nanotechnology Laboratory, na sigla internacional).

O Ministro da Defesa, percorreu demoradamente alguns dos laboratórios e contactou com investigadores que ali desenvolvem projetos, muitos deles solicitados por empresas mas também com uma forte ligação a universidades de todo o mundo.

João Gomes Cravinho destacou o “laboratório de excelência no panorama da ciência portuguesa e da ciência internacional", uma unidade de vanguarda, que vai ao encontro da Defesa Nacional, uma vez que as indústrias de defesa são também tipicamente “indústrias de vanguarda".

O Ministro da Defesa referiu ainda que Portugal tem algumas empresas que trabalham em nichos relacionados com a defesa e fazendo uso de nanotecnologia e que no INL foi possível “conhecer uma pequena parte da gama alargada das áreas em que trabalham", sendo que algumas dessas áreas de investigação “podem ter aplicação no domínio militar" como por exemplo no domínio dos biossensores “numa área militar chamada NBQR (Nuclear, Biológica, Química e Radiológica) que depende do desenvolvimento deste tipo de mecanismos para identificar quando estamos perante um ambiente potencialmente contaminado".

Este laboratório foi oficialmente reconhecido pelas Nações Unidas como Organização Intergovernamental de investigação científica em 2008, após ter sido criado por iniciativa conjunta do Reino de Espanha e da República de Portugal, e instalado em Braga.

Desde então tem-se dedicado à investigação e desenvolvimento, com recurso à nanotecnologia, nas áreas de alimentação e nutrição, tecnologias de comunicação e informação, saúde, ambiente, tecnologias futuras e emergentes, e energia.

Hoje, o INL é constituído por 400 pessoas de 40 nacionalidades, sendo que cerca de 300 são investigadores. Alguns exemplos de projetos com aplicações possíveis na área da defesa são a deteção atempada de contaminantes em água e alimentos, em que é possível utilização no contexto de ataques NBQ (nucleares, biológicos e químicos) ou de missões “other-than-war" na sequência de desastres naturais ou outros. Desenvolvimento e criação de alimentos orientados para necessidades nutricionais específicas: possível utilização em rações de combate ou de emergência, a purificação de água para eliminação de toxinas ou contaminantes químicos: possível utilização no contexto de ataques NBQ.

Outros projetos desenvolvidos têm a ver com revestimentos capazes de alterar as propriedades de superfícies, tornando-as, por exemplo, super-hidrofóbicas, com a possível utilização nos cascos de navios, de modo a evitar a acumulação de matérias capazes de prejudicar a hidrodinâmica, prolongando o tempo de vida útil e a possível utilização em superfícies de satélites, de modo a que se tornem mais resistentes às radiações no espaço, e também o desenvolvimento de novas formas de encriptação de transmissões, um projeto muito interessante para utilização segura de equipamentos de comunicação em ambientes mais exigentes.

São também desenvolvidos sensores de temperatura, de aceleração, de pressão, com possibilidades vastas de utilização que poderão passar pela monitorização, em tempo real, de parâmetros de saúde dos militares em missões,  por exemplo.

Em investigação e desenvolvimento estão magnetómetros, para aplicações aeroespaciais e sistemas de perceção, com possível utilização em robôs humanoides assim como micro-espelhos para sistemas LiDAR, projeção de imagem e head-up displays com aplicação nas indústrias aeronáutica e automóvel (por exemplo na condução autónoma), além de sensores de grafeno que poderão permitir a deteção de ADN em amostras muito pequenas.

O INL tem uma infraestrutura própria de nano e microfabricação (sala limpa) que permite desenvolver todas estas soluções de forma autónoma. A Unidade laboratorial apresenta-se também como uma instituição de investigação interdisciplinar, na qual podemos encontrar investigadores das áreas da física, biologia, medicina, engenharia, entre outras, que não precisam de se deslocar a outro laboratório, que fique noutra cidade, noutro país ou até noutro continente, para conseguirem alcançar resultados só possíveis pela articulação entre várias disciplinas científicas.

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