GERHARD VON SCHARNHORST. ALUNO DO CONDE LIPPE – MENTOR DE CLAUSEWITZ

Martin Rink
Resumo
A reforma do exército prussiano (1807-1813) foi o marco decisivo na renovação do exército prussiano. Com base nisto, as forças armadas prussiano-alemãs tornaram-se mais tarde um modelo para outros exércitos do final do século XIX. O reformador prussiano Gerhard von Scharnhorst (1755–1813) foi a figura-chave nestas reformas. O seu aluno Carl von Clausewitz (1780–1823), por sua vez, baseou a sua teoria da guerra em impulsos essenciais que recebeu de Scharnhorst. Este último, no entanto, foi significativamente influenciado pelo Conde Wilhelm von Schaumburg-Lippe (1724–1777). O artigo examina esta relação dupla entre mentor e aluno.
Palavras-Chave: Wilhelm de Schaumburg-Lippe; Gerhard von Scharnhorst; Carl von Clausewitz
Abstract
The reform of the Prussian army (1807-1813) was the decisive milestone in the renewal of the Prussian army. On this basis, the Prussian-German armed forces later became a model for other armies of the late 19th century. The Prussian reformer Gerhard von Scharnhorst (1755–1813) was the key figure in these reforms. His student Carl von Clausewitz (1780–1823), in turn, based his theory of war on essential impulses he received from Scharnhorst. The latter, however, was significantly influenced by Count Wilhelm von Schaumburg-Lippe (1724–1777). The article examines this dual relationship between mentor and student.
Keywords; Wilhelm Schaumburg-Lippe; Gerhard von Scharnhorst; Carl von Clausewitz
1. Mentores e alunos: O Conde Lippe – Scharnhorst - Clausewitz
"Na sua escola militar foi comandante, organizador, professor e amigo dos seus oficiais. [...] "Não consigo recordar as ações deste senhor sem um certo entusiasmo." Neste sentido, o alferes Gerhard (mais tarde, tenente-general von) Scharnhorst 1755-1813) elogiou nesta sua primeira publicação, impressa em 1782 o conde Wilhelm de Schaumburg-Lippe-Bückeburg (1724-1777) tanto pela sua “amizade, amor à humanidade e benevolência" e como “pai e provedor do seu país".[1] Aqui, no pequeno condado de Schaumburg-Lippe, que na altura tinha cerca de 17.000 habitantes e pertencia ao Sacro Império Romano-Germânico, o conde não só construiu um exército com uma força considerável de cerca de 1.200 homens, mas também uma escola militar na fortaleza de Wilhelmstein, que ele próprio planeou e construiu numa ilha no meio de um lago.[2]
O Conde Lippe dirigiu a escola militar desde 1767 até à sua morte, em 1777. Scharnhorst recebeu aqui a sua formação militar, o que lhe permitiu emergir como escritor e instrutor militar no exército hanoveriano após a morte do conde – e que lhe forneceu a base de conhecimentos para a reforma fundamental do Exército Prussiano de 1807 a 1813. Depois de se juntar ao exército prussiano em 1801, Scharnhorst tornou-se instrutor e reorganizador na Academia de Guerra em Berlim. Carl von Clausewitz (1780–1832) foi aluno desta instituição e, mais tarde, de 1818 a 1831, pouco antes de falecer, o seu diretor.
O facto de o Conde Lippe irritar por vezes os seus contemporâneos deveu-se também às suas inovações militares, que sobretudo foram concretizadas pelo seu aluno Scharnhorst. Por sua vez, Clausewitz, incorporou ideias essenciais deste último na obra Da Guerra.[3] Também prestou homenagem ao seu professor Scharnhorst, destacando a sua “rara combinação de conhecimentos teóricos e aspirações científicas com a habilidade prática".[4] E logo após a morte do marido, Marie von Clausewitz aceitou a desafiante tarefa de publicar os seus manuscritos como Da Guerra.[5] Na sua introdução, ela enfatizou a relação professor-aluno:
“Scharnhorst mostrou-lhe [Carl von Clausewitz] pela primeira vez o rumo certo. A sua designação para instructor da Escola Geral de Guerra [em 1810] bem como a honra simultânea de ter sido escolhido para iniciar Sua Alteza Real o Príncipe Herdeiro [o futuro Frederico Guilherme IV] nos estudos da guerra deram-lhe motivos adicionais para direcionar as suas pesquisas e os seus esforços para esses assuntos, bem como para registar por escrito as suas descobertas."[6]
O ambicioso Conde Lippe provavelmente não teria apreciado se a posteridade – pelo menos na Alemanha – tivesse definido os seus feitos pelo seu aluno Scharnhorst. Mas foi isso mesmo que inúmeras publicações expressaram.[7] Cerca de 200 anos após a sua morte, um tenente-general do exército alemão elogiou Wilhelm como um clássico da teoria da dissuasão. Em meados do século XX, ele apareceu como pioneiro da conscrição geral. No início do século XXI, ele é recordado como mentor de Scharnhorst e como um pioneiro das forças armadas no processo de “transformação".[8] Como Scharnhorst admitiu, o Conde Lippe parecia estranho aos seus contemporâneos: “A princípio, acreditou-se que este cavalheiro tinha algumas ideias extravagantes, o que era de facto sugerido por algumas peculiaridades que se notaram nele. Mas aos poucos descobrimos que era um homem extraordinário."[9]
No artigo seguinte, é descrita a reforma militar prussiana, na qual Scharnhorst foi a pessoa-chave entre os pré-requisitos recebidos do Conde Lippe e os efeitos de longo alcance que Clausewitz imortalizou na sua obra (Capítulo 2). Depois, é considerada a influência das (percebidas) “novas guerras" dos exércitos revolucionários franceses na reforma militar prussiana. Ainda mais do que o uso da artilharia, a tática conhecida na época como “pequena guerra" (em francês petite guerre, em alemão kleiner Krieg e em espanhol guerrilla) marca as mudanças na arte da guerra do Antigo Regime até à época da Revolução Francesa (Capítulo 3). Em ligação com os planos de revolta dos reformadores do Exército Prussiano, a “guerra popular" também deve ser tida em conta. Embora existissem conceitos semelhantes à guerrilha espanhola, a “guerra popular" prussiana de 1813 ocorreu em canais regulamentados (Capítulo 4). Em última análise, este conceito permeou as novas formas de tática, estratégia e mobilização que Clausewitz incorporou na sua obra. No início, porém, houve a transferência de conhecimento – do professor para os alunos. Este, por sua vez, baseou-se em processos de conceptualização que transformaram as formas de guerra anteriormente consideradas “irregulares" em regras aprendíveis e aplicáveis (Capítulo 5).
2. A Reforma do Exército Prussiano, 1807-1813: Pré-requisitos e Efeitos
Pelo menos de acordo com a narrativa duradoura histórica prussiana, a figura dominante na inovação militar no final do século XVIII foi Frederico II, o “Grande".[10] No entanto, o exército dos Habsburgos não era apenas mais inovador do que muitas vezes se registava numa perspectiva do norte da Alemanha. Mas impulsos importantes para a inovação militar também vieram de territórios mais pequenos – é claro que o Conde Lippe forneceu o exemplo mais proeminente disso. A sua vida militar compreendeu quatro fases. Em primeiro lugar, desde a sua ascensão ao poder, em 1748, até à Guerra dos Sete Anos, constituiu o seu próprio exército permanente através do serviço militar dos habitantes do país. Esta foi, sem dúvida, a base sobre a qual os reformadores prussianos em torno de Scharnhorst projectaram o recrutamento geral. A segunda fase da vida militar do Conde Lippe foi a sua participação na Guerra dos Sete Anos. A partir 1758, ele comandou a artilharia do Exército de Observação do duque Fernando de Braunschweig-Lüneburg, que era constituído por tropas da Prússia, Grã-Bretanha, Brunswick, Hesse-Cassel, Brunswick e Schaumburg-Lippe. No decurso posterior desta campanha no noroeste da Alemanha, o Conde liderou pessoalmente o cerco de várias fortalezas. A terceira fase foi o seu tempo como comandante em chefe do Exército Português, incluindo a força britânica em 1762. Nesta Guerra Fantástica, Wilhelm aplicou com sucesso uma defesa nacional contra a Espanha.[11] O conceito de defesa territorial, focado nas fortificações, na mobilização da população e no treino tático, foi desenvolvido após o regresso a Bückeburg. Aqui escreveu a sua obra «Novo Methodo para dispor hum corpo de infantaria, de sorte que possa combater com a Cavallaria em Campanha raza», que foi enviado para Portugal, onde foi introduzido em 1767. Em 1775, estas considerações expandiram-se para a sua obra principal «Mémoires pour servir à l´art défensif».[12] Estas obras foram escritas durante a quarta fase da sua carreira militar. Ao mesmo tempo, o conde dedicou-se à reconstrução económica, mas, sobretudo, à expansão concreta da defesa militar do seu país, que inclui a fundação da Academia Militar.[13]
Enquanto os exércitos europeus, no final do século XVIII, seguiam cada vez mais o modelo prussiano das “táticas de revista" de Frederico o Grande, o Conde Lippe encontrou o perfil independente das suas tropas na artilharia. Aqui, porém, a formação militar sistemática era particularmente necessária. Scharnhorst elogiou o conde na primavera de 1801:
“Talvez a escola de artilharia do Conde von Schaumburg-Lippe tenha sido a primeira na Alemanha e, certamente, também a mais perfeita. Foi construído imediatamente após a Guerra dos Sete Anos e combinado com instruções práticas que duravam quatro meses por ano. Mas este grande artilheiro e homem raro tinha apenas uma artilharia muito pequena, um país muito pequeno e recursos muito pequenos para melhorar a artilharia."[14]
Em última análise, Gerhard Scharnhorst devia ao conde a sua educação, a sua ascensão ao estatuto de oficial e, mais tarde, também o material com que iniciou as reformas militares prussianas.[15] As origens de Scharnhorst, nascido numa família de camponeses livres em 1755, fizeram dele um estranho no sistema militar do absolutismo. A partir de 1773, frequentou a escola de Wilhelmstein. Após a sua morte, em 1778, juntou-se a um regimento de dragões do vizinho Eleitorado de Hanover, onde transmitiu o conhecimento que tinha adquirido na escola regimental de lá. Cinco anos depois, Scharnhorst mudou-se para a recém-criada Escola de Artilharia de Hannover. Ao mesmo tempo, começou a publicar jornais militares e manuais de treino de artilharia. Tornou-se cada vez mais claro que, do ponto de vista tático, a artilharia já não podia ser tratada de forma isolada, mas sim em estreita ligação com a infantaria e a cavalaria. Também neste aspecto, seguiu o exemplo do Conde Lippe, que via “a artilharia e a infantaria como uma só, ou pelo menos como uma arma inseparável".[16] Através dos seus livros e artigos de revistas militares, Scharnhorst ganhou reputação nacional como escritor militar. Em 1787 foi publicado o seu «Manual para Oficiais (Handbuch für Officiere)», em 1793 o «Manual Militar para Uso no Campo (Militairisches Taschenbuch zum Gebrauch im Felde)».[17] Em 1793 e 1794, Scharnhorst participou na sua primeira campanha contra os exércitos da França revolucionária, cujas táticas abordou nas suas publicações subsequentes. No entanto, nos livros referidos, que Clausewitz “elevou à categoria de obra clássica", descreveu tácticas pré-revolucionárias, que não perderam o seu valor mesmo nas Guerras entre 1813-1815.[18]
Devido à sua desvantagem em Hanover por não ser nobre, Scharnhorst passou a servir na Prússia em 1801 e foi enobrecido. Em Berlim, tornou-se diretor da Academia Militar. Ao mesmo tempo, foi cofundador da Sociedade Militar, onde os problemas militares da época eram discutidos em livre debate. Nos anos até 1806, ele teve uma influência significativa numa nova geração de oficiais, incluindo Clausewitz. Como chefe do estado-maior de um exército, Scharnhorst participou na campanha contra as tropas de Napoleão, que terminou a 14 de outubro de 1806 com a derrota catastrófica dos prussianos em Jena e Auerstedt. Participou então nas batalhas de retaguarda. Como um dos poucos oficiais ainda à disposição do rei prussiano, contribuiu significativamente para o sucesso parcial das tropas prussianas e russas na batalha de Preussisch-Eylau, em fevereiro de 1807. Promovido a major-general em julho deste ano, foi nomeado presidente da Comissão de Reorganização Militar e, a partir de 1810, desempenhou as funções de chefe do Departamento Geral de Guerra, ou seja, de Ministro da Guerra de facto. Embora tenha oficialmente ficado em segundo plano desde 1810, devido à pressão francesa, continuou a ter uma grande influência. Participou na campanha de 1813 como Chefe do Estado-Maior do Exército Prussiano. Durante a missão diplomática para convencer a Áustria a juntar-se à aliança, Scharnhorst morreu em Praga, a 18 de junho de 1813, devido a um ferimento não cicatrizado sofrido em batalha.
Clausewitz elogiou Scharnhorst por quatro das suas inovações militares: Em primeiro lugar, o reformador do exército prussiano introduziu “uma organização, um armamento e um equipamento apropriados ao novo tipo de guerra". Um segundo ponto, dizia respeito aos “exercícios apropriados ao tipo de guerra actual" e, um terceiro, dizia respeito à “selecção cuidadosa" dos oficiais com base no seu desempenho e educação. A quarta inovação, teve um impacto duradouro nos exércitos prussiano-alemães, mas também na perceção dos militares entre a classe média instruída: o “refinamento dos traços de carácter e a elevação do espírito". Assim, a abolição do recrutamento de mercenários estrangeiros estava ligada ao recrutamento geral do “povo". Isto foi combinado com o “estabelecimento de boas instalações de treino militar" para os oficiais.[19] Clausewitz apreciava particularmente o intelecto de Scharnhorst e o seu trabalho didáctico. Enfatizou a sua “completa independência de opinião", independentemente da reputação, do grande nome ou da idade dos seus interlocutores. Além disso, ele tinha uma “grande preferência pelo poder da evidência histórica em todos os assuntos dentro da sua área". Mas embora esta abordagem envolvesse naturalmente uma provocação para muitas mentes conservadoras na estratificada sociedade pré-moderna, “ele tentou tranquilizar as pessoas de que o que estava a planear era basicamente o mesmo de sempre, apenas ligeiramente modificado e bem compreendido".[20]
Neste documento, publicado pouco depois da sua morte, em 1832, Clausewitz mencionou o Conde Lippe apenas uma vez.[21]No entanto, os impulsos que deu a Scharnhorst permearam o trabalho dos reformadores prussianos. Um deles, Hermann von Boyen, que mais tarde foi Ministro da Guerra da Prússia (de 1814 a 1819 e novamente de 1841 a 1847), considerou cruciais as implicações políticas e sociais da reforma militar de Scharnhorst. Para além da inovação nas táticas, formação e seleção de oficiais, houve também um tratamento humano aos soldados. Tudo isto constituiu a base para mobilizar os habitantes do país num exército de massas. Embora a conscrição geral preparada por Scharnhorst, a partir de 1807, tenha sido oficialmente introduzido em 1813-14 e se tenha mantido em vigor desde então, a sua implementação organizacional permaneceu controversa durante muito tempo no século XIX. Neste século, os pontos de discórdia já não estavam relacionados com o recrutamento em si, mas com a questão do lugar organizacional da milícia (Landwehr) em relação às tropas de linha.[22] No entanto, acabou por permanecer como legado de Scharnhorst um “armamento nacional" [Landesbewaffnung] que já tinha sido adequadamente formado em tempo de paz, com o propósito de “defesa nacional [Landesverteidigung] contra força superior".[23]
3. A “pequena guerra" e as “novas guerras" do final do século XVIII
Em termos de instrumentos tácticos e de semântica linguística, as origens da guerra popular invocada pelos reformadores prussianos encontram-se na guerra de pequena escala. No entanto, no que diz respeito à guerra popular em particular, existe o perigo de projetar teleologicamente o presente no passado. Os exemplos mais ilustrativos disso são as palavras que se tornaram sinónimos da guerra popular: a guerrilha e o partisan. Ambos os termos sofreram uma reinterpretação na era napoleónica. Assim, o significado da palavra guerillha (em alemão Guerilla) só se estabeleceu na Alemanha, mas também noutros países, na forma que nos é familiar desde meados do século XIX.[24] Ambas as palavras derivam a sua origem da pequena guerra e do partisan que aqui se destaca (francês: partisan, alemão: Parteigänger o mesmo Partisan). Este tipo de guerra envolvia tarefas que inicialmente eram definidas num sentido negativo: pela vasta gama de procedimentos militares que não estavam dentro do âmbito das unidades regulares de infantaria ou cavalaria, em formação fechada.
O termo pequena guerra surgiu por volta de 1740, na sequência da Guerra da Sucessão Austríaca (1740-1748), quando a herdeira do trono da monarquia dos Habsburgos, Maria Teresa, atacada (entre outros) pela Prússia e a França, foi obrigada a recorrer às suas tropas ligeiras da atual Croácia e Hungria, das zonas fronteiriças do seu território com o Império Otomano. Como resultado, aqueles que praticavam esta forma de guerra, considerada bárbara, afluíram em grande número à Europa Central. Apesar de as ações de combate aqui praticadas serem conhecidas há muito tempo – embora ainda não sob o nome de pequena guerra – isto pareceu aos contemporâneos algo de novo.
No entanto, inicialmente não existia uma definição clara da pequena guerra. O que era realmente considerado parte deste assunto foi discutido em vários tratados relevantes desde meados do século XVIII até ao século XIX.[25] No início, havia testemunhos pessoais e relatos de aventuras, por vezes também mexericos sobre os respectivos protagonistas ou antagonistas. Só a partir de 1800 é que os autores especificaram esta tática através de um cânone de tarefas, que se refletia agora nos manuais de treino ou nos regulamentos de serviço.[26] Estas tarefas incluíam o apoio às tropas regulares como a proteção de acampamentos e marchas, o reconhecimento, mas também incursões independentes por parte de uma partida ou destacamento sob a liderança de um partisan. Neste tipo de guerra, os pontos de contacto com a população local eram particularmente diversos: iam desde a execução implacável de requisições e recolhas de alimentos até à sua utilização forçada como fornecedores de alojamento ou guias.
Quando os civis pegaram em armas no século XVIII e, posteriormente, eram geralmente rotulados como insurgentes, bandidos ou simplesmente camponeses. Naquela época, o termo guerrilha (petite guerre, kleiner Krieg) tinha um significado diferente. Assim, uma obra clássica sobre a pequena guerra, publicada pela primeira vez em francês em 1756 e traduzida para várias línguas, apareceu na sua tradução para espanhol em 1780 sob o título La Guerilla.[27] Neste sentido, o termo guerrilha significava ainda pequena guerra – ou seja, uma actividade militar que não era levada a cabo por civis, mas por soldados que, é certo, gozavam frequentemente de uma reputação questionável. Como os tratados sobre a pequena guerra foram inicialmente publicados sobretudo no mundo francófono, e mais tarde também no mundo germanófono, os termos petite guerre e kleiner Krieg eram comuns entre os militares e também entre o público leitor de jornais. Curiosamente, no mundo anglófono, a recepção foi apenas esporádica, por oficiais de Hesse.[28] Falta, pois, aqui o termo que permitiu distinguir a pequena guerra pré-revolucionária do século XVIII da guerrilharevolucionária. Tal como em toda a Europa, o termo guerrilha não foi associado à pequena guerra no sentido de guerra popular até cerca de 1808/09.[29] No entanto, o conceito de pequena guerra permaneceu vago. Ainda em meados do século XIX, um autor ironizou:
“É bem sabido que a maioria dos escritores que escreveram sobre a pequena guerra se queixam de que o conceito da mesma não pode ser definido com precisão, ou assumem-no tacitamente para discutir uma série colorida de assuntos".[30]
A pequena guerra continuou a ser um fenómeno híbrido. E, tal como a terminologia das “novas guerras", por volta do ano 2000 foi exposta à acusação de não descrever nada de realmente novo,[31] problema que já existia 200 anos antes. No final do dia, o termo era inicialmente apenas um termo de enchimento para descrever uma mudança geral na guerra. Nas suas conferências na Escola Superior de Guerra em 1810/11, no entanto, Clausewitz considerou a pequena guerra um tema distinto e relevante. Ele definia-a assim:
“Por pequena guerra entende-se o uso de pequenos destacamentos de tropas no campo, de 20, 50, 100 ou 3.400 homens [...], quando não fazem parte de uma batalha maior. [...] Esta definição pode parecer mecânica e pouco filosófica, mas é a verdadeira [...] É claro que não é possível definir estritamente o que se entende por pequenos e grandes destacamentos de tropas; [...] Mas basta que não deixemos de fornecer o motivo da classificação."[32]
No entanto, o seu ensinamento sobre este tema pressupunha que já existiam conceitos desenvolvidos e publicados anteriormente em escritos. Também neste aspecto, Clausewitz foi aluno de Scharnhorst. Enquanto na artilharia os fundamentos da balística podiam ser descritos matematicamente e complementados por dados empíricos de testes de campo realizados pelo próprio Scharnhorst e anteriormente pelo Conde Lippe,[33] na pequena guerra somente era possível aprender pelo exemplo. Portanto, a aprendizagem militar sobre este assunto apenas foi possível através da avaliação histórica das experiências de guerra.
No seu livro «Da Guerra», Clausewitz destacou posteriormente o uso sistemático da história da guerra por seu mentor: “O General Scharnhorst, cujo manual é o melhor que jamais foi escrito sobre a guerra real, considera os exemplos históricos de primordial importância para a questão e faz um admirável uso deles."[34] O Manual Militar apareceu, na sua terceira edição, apenas um ano após a sua primeira publicação.[35] Ocupa uma posição especial na obra de Scharnhorst. É a última publicação que concluiu antes de ganhar experiência prática de guerra. As tarefas militares aqui descritas baseiam-se na rica experiência militar da história contemporânea (para o autor) da Guerra dos Sete Anos e de outros conflitos, do final do século XVIII. Scharnhorst dirigiu-se aos oficiais de nível inferior de liderança, desde os chefes de destacamento aos comandantes regimentais, mas acima de todos os oficiais jovens “que carecem de conhecimentos prévios".[36] Duas décadas depois, Clausewitz julgou nas suas palestras na escola: “Nenhum outro livro tem tanta riqueza de exemplos históricos e está escrito com tanta brevidade e precisão clássicas. Pode dizer-se que não há nele uma única palavra supérflua."[37] A segunda secção, muito curta, foi dedicada às Instruções para o Oficial que Serviu na Artilharia. A terceira e quarta secções, tratavam da arte de entrincheiramento, bem como do ataque e defesa de fortalezas. Em contraste, a primeira secção ocupou mais de metade do manual. O seu título, Instruções para o Oficial Destacado de Infantaria ou Cavalaria, mostra que o autor não utilizou o termo pequena guerra. No entanto, esta secção tratava precisamente desta tática na sua forma clássica do século XVIII. E, cem anos mais tarde, um relevante manual de literatura militar julgou: “é essencialmente uma enciclopédia da pequena guerra."[38]
Em termos materiais, os seus escritos não ofereciam nada de novo. No entanto, curiosamente, Scharnhorst fez desaparecer o termo pequena guerra ao transformar o seu tema num conceito detalhado, ensinável e aprendível. Este trabalho conceptual e didático foi, provavelmente, a característica central do manual. Recorrendo a mapas anexos, Scharnhorst explicou exemplos de combate fictícios e reais. A aprendizagem, a partir de exemplos concretos, baseava-se numa leitura intensiva, para a qual dava instruções no seu Manual para Oficiais:
“Não nos devemos contentar em ter conceitos sobre as coisas, mas também devemos tentar trazer uma certa clareza de conceitos, considerando-os mais de perto no seu contexto. Na primeira leitura obtém conceitos, na segunda aprende a sequência em que os conceitos conduzem à verdade e na terceira obtém uma visão geral do assunto; para que agora se possa desenvolver a verdade por si mesmo através da mera razão, sem qualquer ajuda. De agora em diante, só se podem esperar benefícios do próprio trabalho. Anteriormente, a memória estava tão ocupada com a matéria que não era possível tirar conclusões nem fazer aplicações de acordo com o todo. [...] Além disso, a execução exige sempre conceitos claros."[39]
O olhar histórico-crítico de Scharnhorst sobre o passado forneceu conceitos úteis para o futuro. É precisamente isto que caracteriza o desenvolvimento geral: O aperfeiçoamento da arte da guerra incluía agora também métodos de guerra em pequena escala, que eram agora prescritos para todas as armas. Este método foi exemplificado na estrutura do capítulo sobre patrulhas. Depois de o autor ter explicado primeiro as regras gerais para a condução de patrulhas, deu alguns „exemplos retirados da guerra de patrulhas conduzidas incorretamente" para depois demonstrar o comportamento correto com base em situações projetadas.[40] Na secção sobre emboscadas, relacionou também a apresentação de regras com a história militar e criou exemplos. Exemplificou um ataque a um pequeno destacamento ou a uma guarda de campanha utilizando vários exemplos positivos, mas também negativos, da Guerra dos Sete Anos e da Guerra da Sucessão da Baviera, cada um dos quais se baseia no outro. Por fim, descreveu uma situação fictícia que poderia ser praticada no campo.[41]
Tudo isto dizia respeito às formas de táticas. Entretanto, após a Revolução Francesa, houve uma mudança radical na guerra, que foi muito para além disso. Em retrospetiva, Clausewitz julgou: “Na última década do Século XVIII, quando ocorreu aquela mudança extraordinária na arte da guerra, quando os melhores exércitos viram parte das suas doutrinas tornarem-se ineficazes".[42]Um oficial de ascendência francesa, que serviu no exército prussiano, observou no seu livro publicado em 1808 as características essenciais desta mudança: O “espanto" que este sistema suscitou entre as tropas alemãs baseava-se na combinação de recrutamento em massa e táticas dos tirailleurs, que combatiam numa formação de dispersa. Ambos estavam agora permeados de “fanatismo político":
“L'ordre profond substitué à l'ordre mince, comme dispositif le plus propre pour diriger l'impulsion d'un peuple fanatisé, devint pour les armées françaises, avec l'aide d'un système de tirailleurs, le premier élément comme la base de leurs succès."[43]
Ao mesmo tempo, a Sociedade Militar em Berlim chegou à conclusão de que as tácticas dos tirailleurs no exército francês foram causadas pela “revolta da nação em massa em 1793, e que este hábito não tinha sido notado antes". No entanto, “não se pode dizer que os franceses modernos tenham introduzido deliberadamente o sistema tirailleur; surgiu da pressão das circunstâncias."[44]Tendo em conta estes desafios, houve um estudo intensivo de novas formas de táticas no final da década de 1790, mas especialmente durante o período de reforma prussiana, a partir de 1807. No entanto, já não se tratava da pequena guerra original do século XVIII, mas sim da integração dos seus procedimentos, que deviam agora aplicar-se a todas as tropas. Exemplo disso foi o Manual Militar de Scharnhorst. Uma tática de espingarda também foi desenvolvida no exército prussiano, na qual o próprio Scharnhorst desempenhou um papel significativo.[45] O resultado correspondeu à ordre mixte do exército francês. O resultado foi o «Regulamento de Exercícios de Infantaria», que o rei prussiano emitiu para o seu exército a 15 de janeiro de 1812. Combinava táticas lineares com investidas em colunas e formação defensiva em quadrados. O terceiro membro da formação de batalha deveria ser capaz de atuar como fuzileiros numa formação dispersa.[46]
Ao contrário do que foi invocado pelos contemporâneos – e também avaliado pela posteridade no século XX – estas eram formas de táctica que não constituíam em si mesmas uma guerra revolucionária. Muito mais tarde, Clausewitz resumiu tais considerações. Para ele, foram as mudanças na política e não nas tácticas que foram decisivas para os sucessos dos exércitos franceses da Revolução e de Napoleão. Isto levou-o à sua famosa formulada, “que a guerra é apenas uma extensão da atividade política; que ela não é de modo algum autônoma […] Afirmamos, pelo contrário, que a guerra é simplesmente a continuação das relações políticas, com o acréscimo de outros meios".[47]
Nesta síntese, seguiu o seu professor Scharnhorst, que acreditava que a tática era uma disciplina que podia ser aprendida com base nas regras e na experiência. Na transição do século XVIII para o século XIX, desenvolveu-se, portanto, de forma evolutiva e não revolucionária. No entanto, a situação era diferente com a política e os “fatores morais" associados. Foram estes aspectos que conferiram à guerra popular contra Napoleão o seu carácter especial. A aprendizagem através de regras claras parou e foi aqui que começou a ciência empírica: “infelizmente eles não se submetem à sabedoria acadêmica. Não podem ser classificados nem contados. Têm de ser vistos ou sentidos".[48]
4. A “Guerra Popular": Mais do que uma Guerra de Guerrilha
Onze anos após a morte do Conde Lippe, Scharnhorst destacou um dos seus feitos mais importantes, nomeadamente “a arte de defender um pequeno estado contra uma grande potência".[49] Era precisamente esta a situação em que se encontravam os reformadores prussianos. Não é por acaso que Clausewitz, no seu livro Da Guerra, deu significativamente mais espaço à defesa do que ao ataque: considerava-a a forma mais forte de guerra.[50] Isso tinha menos a ver com tática do que com estratégia. No entanto, as suas reflexões incluíam também considerações culturais que retirou da sua experiência nas Guerras Revolucionárias Francesas, bem como na Guerra Popular antinapoleónica:
“Nas partes civilizadas da Europa, a guerra por meio de revoltas populares é um fenômeno do Século XIX. Ela tem os seus defensores e aqueles que opõem-se a ela. Estes últimos fazem objeção a ela, seja por razões políticas, considerando-a como um meio de revolução, uma situação de anarquia legalizada que é uma ameaça tão grande à ordem social do país quanto à representada pelo inimigo, ou ainda por razões militares, porque sentem que os resultados não são proporcionais às energias que terão que ser despendidas."[51]
Clausewitz delineou cinco condições para uma guerra popular bem-sucedida: primeiro, “deve ser travada no interior do país"; segundo, “não deve ser decidida através de um único golpe" (literalmente: “por uma única catástrofe"); terceiro, “o teatro de operações deve ser razoavelmente grande"; quarto, deve ocorrer num terreno “acidentado e inacessível, devido à existência de montanhas, florestas e pântanos". O último ponto (originalmente mencionado como quarto), referia-se ao carácter nacional: “deve condizer com este tipo de guerra."[52]
Mas já três quartos de século antes da publicação do livro de Clausewitz, o Conde Lippe tinha discutido as vantagens e desvantagens de uma guerra popular irregular numa nota privada, chegando a conclusões muito semelhantes. Já no início da sua «Mémoire de la Campagne de Portugal», mencionou o envio de camponeses portugueses na primavera de 1762 para impedir as tropas invasoras espanholas de atravessar um rio.[53] De regresso, discutiu a defesa nacional, incluindo o envolvimento de milícias irregulares para evitar uma possível invasão do seu território pelo seu vizinho de Hesse. É evidente que o Conde Lippe também processou as suas experiências da Guerra Ibérica, uma vez que as escreveu no mesmo caderno.[54]
O conde ligou a luta dos habitantes do país a seis condições. Em primeiro lugar, é necessária uma forte motivação, como as diferenças religiosas ou o ódio aos ocupantes estrangeiros. Caso contrário, o risco era demasiado grande, pois havia sempre o receio de que as tropas invasoras saqueassem e queimassem as suas casas. Em segundo lugar, os residentes devem ter boas armas de fogo e ser treinados na sua utilização e manutenção. Em terceiro lugar, a guerra popular só é vantajosa nas zonas montanhosas. Quarto, os moradores só recorreriam às armas quando já estivessem em estado de desespero. Quinto, teriam de estar disponíveis líderes adequados para tal luta. Em sexto lugar, a superioridade numérica das próprias forças é sempre importante. Ao contrário das cidades, onde os residentes estão principalmente preocupados com as suas propriedades e, por isso, entregam facilmente as suas armas em situações de crise, a utilização de milícias ilegais nas zonas rurais faz sentido quando o terreno é adequado, especialmente nas montanhas. As tropas regulares, por outro lado, nunca deveriam envolver-se em batalhas contra camponeses armados nas montanhas, mas esperar em postos fortificados até que os camponeses regressassem às planícies para obter água ou alimentos, derrotando-os aí. Qualquer luta com e contra a população do país exige, por isso, sempre uma ponderação prévia das vantagens e dos riscos consideráveis. No geral, os residentes locais armados representavam um fator que o Conde Lippe tinha de levar a sério; especialmente se já tivessem adquirido experiência de combate, disciplina e capacidade tática numa batalha prolongada nas montanhas. Portanto, existe uma “extrema diferença" entre os combatentes irregulares experientes e inexperientes. No entanto, esta experiência e disciplina eram muito diferentes das táticas de que as tropas necessitavam em terreno aberto.[55]
Cerca de quatro décadas depois, os reformadores prussianos defenderam também conceitos de uma guerra popular irregular; mas agora em grande escala. Basearam-se também em exemplos de guerras na Península Ibérica. August Neithardt von Gneisenau, que, juntamente com Scharnhorst, emergiu como um dos mais influentes reformadores prussianos, escreveu um Memorando sobre a ideia de uma revolta popular ao seu rei Frederico Guilherme III em verão de 1808: “Nada temem mais os nossos inimigos, mas nada desenvolve o poder de uma nação de forma mais terrível do que as revoltas populares."[56] O memorando com estas palavras inflamadas foi escrito em consulta com Scharnhorst.
A Espanha é considerada o berço da guerrilha, que por sua vez é um modelo de guerra popular. As histórias associadas encontraram o seu lugar em vários mitos nacionais.[57] E o plano prussiano para a insurreição anti-francesa, citando o “nobre exemplo de Espanha", parece seguir este modelo.[58] No entanto, não é possível traçar uma linha directa de Espanha para a Prússia. Em primeiro lugar, as formas tácticas de conflito em questão já eram conhecidas de antemão e noutros lugares. Era a pequena guerra. Em segundo lugar, no verão de 1808 Gneisenau não podia estar familiarizado com o conceito de uma revolta popular geral ao estilo espanhol: o governo espanhol no exílio, a Junta Suprema Central, só proclamou tal conceito quatro meses depois.[59] O termo guerrilha, semanticamente ainda fluido, que designava a resistência anti-francesa em Espanha, surgiu pela primeira vez em agosto de 1808, quando Gneisenau escreveu o seu memorando.[60] Tal como na Península Ibérica, a ocupação da Prússia pelas tropas de Napoleão parecia não ter fim à vista. E mais: o Imperador dos Franceses, este “arrivista", após a subjugação da Alemanha do Norte em 1806/07, iria “derrubar os antigos tronos ainda existentes".[61] Portanto, não se tratava apenas da derrota da Prússia e da desastrosa Paz de Tilsit, mas da simples existência do país.
Entretanto, os reformadores prussianos tinham-se inspirado na Guerra Popular em Espanha e Portugal, quando elaboraram novos planos para a guerra irregular. Em agosto de 1811, Gneisenau enviou ao seu rei outro memorando sobre a revolta popular, desta vez com informações muito mais pormenorizadas. No ano seguinte, Clausewitz também escreveu um memorando semelhante, antes de abandonar o exército prussiano, frustrado com a aliança do seu país com Napoleão e de se juntar ao exército russo. Um papel significativo nestes conceitos foi desempenhado pelo Landsturm, uma milícia irregular e descentralizada que deveria combater utilizando formas de pequena guerra.[62] A pequena guerra tornou-se uma guerra de guerrilha – no sentido “moderno" da palavra que, entretanto, entrou no uso comum. Entretanto, os prussianos não planearam uma guerra de guerrilha como tal. Duas décadas após a morte de Scharnhorst, Boyen elogiou o seu conceito de defesa integrada em combinação com as tropas de linha e o seu reforço pelas milícias regulares (Landwehr), bem como o complemento da pequena guerra das milícias irregulares (Landsturm):
“Scharnhorst não considerava a guerra em campo aberto [...] vantajosa, dado o talento de Napoleão como general; acreditava que com tropas de linha praticamente treinadas e fortes reservas [...] em posições fortificadas [...] era necessário encontrar um refúgio e, entretanto, com as “partidas" e toda a força popular, travar uma “pequena guerra" incessante contra o abastecimento e o descanso nocturno dos exércitos inimigos. Só então, [...] quando o inimigo estava exausto e a confiança militar do seu próprio exército e povo tinha aumentado, considerou apropriado [...] passar à ofensiva."[63]
No seu livro Da Guerra, Clausewitz destacou o “carácter das guerras de hoje", que determinava particularmente o nível estratégico. Usando a Rússia como exemplo, mostrou a relação entre a dimensão do país e a transição da defesa estratégica para o ataque; além disso, o armamento do povo:
“A Prússia nos ensinou em 1813 que um trabalho rápido pode aumentar seis vezes o poderio de um exército se empregarmos uma milícia e, o que é mais importante, que a milícia pode lutar tão bem em países estrangeiros como no seu próprio. Todos estes casos nos mostram que enorme contribuição a coragem e o temperamento de uma nação podem dar ao conjunto total das suas políticas, ao potencial de guerra e ao seu poder combatente."[64]
Nestes conceitos, os reformadores não só combinaram os frutos da leitura intensiva, do treino estruturado e da experiência prática de guerra. Transportaram também um legado do Conde Lippe. Este último dedicou-se também o assunto da guerra popular; mas não no sentido de uma guerre à outrance. Em vez disso, discutiu, de um ponto de vista pragmático, as vantagens e desvantagens de uma guerra que não está limitada por combates irregulares – bem como pelas medidas de retaliação esperadas.
No geral, na sua obra principal, «Mémoire pour servir à l'art défensiv», o conde colocou-se sob a estrela-guia humanitária-pacifista do Iluminismo. Em 1788, Scharnhorst publicou a introdução desta obra como Novas Táticas, que o falecido Conde Wilhelm von Schaumburg-Bückeburg tinha apresentado às suas tropas: “Entre os males que afligem a humanidade, […] a guerra é particularmente notável pelo seu ruído e pela extensão da miséria que provoca."[65] Queixou-se que “as guerras genuínas de agressão […] encontram frequentemente oportunidades para se esconderem sob a máscara das guerras defensivas" e comparou atacantes e defensores com base em fatores morais, até mesmo civilizacionais: “O guerreiro atacante é frequentemente motivado pela rapacidade; […] A posição de defesa real não tem tentações deste tipo.“ Assim, chegou à conclusão, aparentemente paradoxal, de que era o defensor quem precisava de reunir verdadeira vontade de lutar. Enquanto o atacante, motivado por “paixões nocivas", determinava o tempo, a duração e o local do combate, era o defensor que tinha de estar “preparado para os perigos da defesa sem interrupção ou pausa". Enquanto “no ataque basta expor-se ao perigo", na defesa é preciso “enfrentar a morte certa". É, exactamente por isso, que os defensores devem ter um espírito de luta particularmente elevado.[66] Para atingir este objetivo, defendeu a regulamentação da guerra e do treino militar:
“O mais fraco está em estado de defesa [… e esta é] a causa direta da guerra se tornar uma ciência. Através da resistência, obriga o agressor a refletir, a ser cauteloso, a estudar e, consequentemente, a uma certa moderação na paixão que provoca o ataque; de modo que até a impetuosidade deste é temperada por ele."[67]
Em última análise, Clausewitz enfatizou o paradoxo da guerra defensiva: Não é o atacante, mas o defensor, que deve reunir a verdadeira vontade de guerra. Afinal, o agressor procura agressivamente a submissão desarmada das suas vítimas. Clausewitz, aluno do aluno de Wilhelm, resumiu-o na sua frase clássica: “O agressor é sempre um amante da paz (como Bonaparte sempre disse ser)".[68] É precisamente por isso que o defensor deve ter vontade de lutar. Mas esta percepção baseou-se na sua distinção entre os níveis de táctica, estratégia e política. De acordo com isto, “a tática ensina o emprego das forças armadas no engajamento. A estratégia, a utilização dos engajamentos para atingir o propósito da guerra".[69] Clausewitz já tinha ensinado algo semelhante na Escola de Guerra em Berlim.[70]
Ao contrário do que foi enfatizado em vários escritos por volta de 1800 e – significativamente, invocado em 1944 por um pesquisador que estava preso no espírito nazi[71] – não foi o entusiasmo que revolucionou a guerra na era de Napoleão. Em vez disso, foi a interação de factores políticos e, portanto, também “morais" com uma tática militar pragmaticamente analisada, elaborada e desenvolvida através de livros de texto e instruções em sala de aula, como no campo de treino. Isto foi combinado com os requisitos de organização e mobilização militar. A “pequena guerra" desempenhou aqui um papel, mas apenas em ligação com os outros aspectos. A conscrição geral introduzida na Prússia entre janeiro e abril de 1813 tinha as características de uma medida de emergência. Apesar do esforço de mobilização amplamente proclamado, não foi universal nem igualmente vinculativo para todos. Para além do aumento das unidades de linha, o estabelecimento de tropas regulares da Landwehr pode ser visto como a principal conquista desta mobilização de forças. As milícias do Landsturm surgiram como uma formação suplementar, utilizando três modos de mobilização diferentes: o exército de linha a nível do Estado; a Landwehr a nível provincial; e o Landsturm a nível local. Para além destas formações, os ricos e instruídos que anteriormente estavam isentos do serviço militar deveriam voluntariar-se em Destacamentos de Caçadores Voluntários. Aqui, uma aura propagandística de pequena guerra continuou a ter efeito, tal como aconteceu com o Freikorps Lützow, que foi recrutado entre “estrangeiros" alemães não prussianos.
Esta conscrição geral, sistematizada no decurso do século seguinte após 1814, foi a conquista essencial dos reformadores prussianos. Foi geral em termos de remoção de barreiras anteriores à mobilização de recursos humanos. Antigos privilégios, como as isenções do serviço militar para membros instruídos da nobreza, mas também para membros de regiões ou cidades privilegiadas, foram abolidos. Em última análise, esta mobilização repetida da população masculina para o exército era sobretudo uma questão organizacional. As tropas voluntárias, que deveriam combater ao estilo da pequena guerra, revelaram-se um engodo de mobilização, enquanto a milícia semi-regular do Landsturm não lutou como força de guerrilha como planeado. Foi uma insurgência contida.[72]
5. Conclusão: Professores e alunos – Regras do Irregular?
No princípio era o Conde Lippe. Mas é claro que seria demasiado simplista reduzir os desenvolvimentos complexos do Iluminismo ao século XIX apenas à relação dual professor-aluno de Conde Lippe, Scharnhorst e Clausewitz. Finalmente, existiam inúmeras linhas paralelas de comunicação e ação no exército prussiano e no norte da Alemanha. No entanto, esta dupla transferência de influências militares pessoais é adequada para resumir os acontecimentos. Isto diz respeito às semelhanças e aos múltiplos empréstimos do aluno em relação ao professor, bem como às diferenças nas suas concepções, que reflectiram a transformação da guerra na era de Napoleão. Clausewitz raramente se referia ao Conde Lippe, mas muito mais a Scharnhorst. E Clausewitz, que conhecia os conceitos de Gneisenau e escreveu ele próprio um, tinha em mente o conceito de uma guerra popular radicalmente ilimitada. Ao mesmo tempo, ensinou a pequena guerra como uma tática à parte da mobilização irregular em massa. Em relação a esta dupla conexão entre professor e aluno, a diferença entre tática e estratégia também se torna aparente. Clausewitz definiu o primeiro como o uso das batalhas para fins estratégicos, e o segundo como o servo da política. Isto já estava estabelecido nos escritos do Conde Lippe, mas foi pensado e desenhado por Scharnhorst.
A influência do Conde Lippe baseou-se, em última análise, no seu sólido sistema de treino militar. Se seguirmos as fontes sobre as pequenas guerras dos séculos XVIII e XIX e analisarmos os conceitos que delas emergiram sobre temas relacionados, como o uso de fuzileiros, encontraremos uma convergência geral entre as pequenas e as grandes guerras. Na teoria da guerra de Clausewitz, esta convergência é total. Clausewitz caracteriza a guerra com todas aquelas características essenciais que até então eram atributos exclusivos da pequena guerra. O conceito de pequena guerra é, portanto, incorporado numa teoria geral. Como já foi referido, o manual militar de Scharnhorst já tinha integrado a pequena guerra nas tácticas gerais até que esta desapareceu. O termo pequena guerra está quase ausente no livro Da Guerra. Mas as suas características estão presentes em todo o conjunto e estão interligadas ao todo.[73] Ao tratar da pequena guerra, Clausewitz destacou as características das tropas ligeiras: citou o “oficial hussardo" e o “caçador engenhoso" como símbolos da imaginação e do “coup d'oeil" militar.[74] O foco da obra da Guerra está na metodologia do conhecimento, na classificação hierárquica do propósito, da meta e dos meios e na acentuação da interação entre a guerra e a política.[75] Clausewitz sublinhava que a pequena guerra tinha todas as caraterísticas da grande guerra. E como tradicionalmente esta forma de tática só podia ser aprendida com base na experiência de guerra, utilizou os soldados das tropas ligeiras como exemplos de aprendizagem com base na experiência de guerra. Na teoria e na prática da liderança militar, não é, portanto, possível fornecer „regras para a acção prática à maneira de um livro de texto", mas sim „padrões de julgamento para a avaliação válida e dialeticamente equilibrada dos processos de vida e de movimento".[76] Clausewitz via a pequena guerra como um meio de atingir uma missão maior. Como Boyen explicava em 1833, já Scharnhorst integrou “a guerra de batalha, guerra de manobra ou móvel e a guerrilha ou pequena guerra".[77] Assim, resultou uma escala hierárquica de meios e fins que se combinam para formar um quadro geral estruturado da guerra: em primeiro lugar, a pequena guerra como base e componente essencial das tácticas, segundo, as tácticas em geral, o terceiro, a estratégia e o quarto, a política.[78]
O fenómeno da pequena guerra, que os contemporâneos viam como “novas guerras" e que podem certamente ser descritas como “híbridas", fornece um bom caso de teste para a organização do conhecimento sobre as táticas militares. Se não, escrever sobre o assunto não faria sentido; caso contrário, uma guerra regida por regras não seria apelidada de “irregular". A tarefa de especificar regras para o irregular parece, pois, adequada para localizar as inovações táctico-organizacionais desde o Iluminismo de Conde Lippe, passando pelos reformadores prussianos até Clausewitz. Por um lado, mostra, usando o exemplo do exército prussiano, os processos de institucionalização das tácticas e do treino e organização militar no seu todo. Por outro lado, os circuitos de controlo tornam-se aqui visíveis: desde o fracasso das velhas formas prussianas de tática regular até às tácticas inicialmente irritantes dos tirailleurs franceses e à sua integração numa nova forma de guerra. Se a institucionalização das forças armadas pode ser vista como um processo secular da Europa moderna, então o Conde Wilhelm desempenhou um papel fundamental na transmissão múltipla do conhecimento militar. Isto envolveu testar procedimentos e conceitos em pequena escala, o que teve um impacto a uma escala maior. Isto afectou tanto as formas de táctica como a transferência de ideias dos Estados mais pequenos para os maiores: de Bückeburg para Portugal e para a Prússia.
Scharnhorst foi uma figura-chave para a conscrição geral e, portanto, para a “guerra popular". Em 2010, um dos principais especialistas nos escritos de Scharnhorst destacou esta adoção da tradição por vários partidos: no exército prussiano, mas também na Reichswehr, na Wehrmacht, na Bundeswehr no Oeste e no Exército Popular Nacional no leste da Alemanha dividida. Esta apropriação foi documentada por uma citação falsamente atribuída a Scharnhorst, da época do desenvolvimento da Bundeswehr: “Permanecer na vanguarda do progresso".[79] Esta ligação com o reformador prussiano não tem tanto a ver com o hábito do “erudito fardado", que tanto se diferenciava do tipo de oficial de parada prussiano. No entanto, pelo menos na Bundeswehr, a linha de tradição de Scharnhorst e dos reformadores prussianos parece ter-se desvanecido desde a abolição factual do serviço militar obrigatório na Alemanha, em 2011. No entanto, desde o fevereiro de 2022, a “capacidade de guerra" está agora na vanguarda do planeamento futuro. Os reformadores prussianos estavam preocupados com nada menos do que a capacidade do exército para fazer a guerra.
Fontes e Bibliografia
Colectâneas documentais
Geheimes Staatsarchiv Preußischer Kulturbesitz (GeStA PK), VI. HA. Nachlass Scharnhorst, G. J. D. v. No 190.
Geheimes Staatsarchiv Preußischer Kulturbesitz (GeStA PK), VI. HA, Nachlass Gneisenau, A. N. v. No 743.
Niedersächsisches Landesarchiv, Abteilung Bückeburg (NLA BU) F 1 A XXXV 18, Graf Wilhelm von Schaumburg-Lippe, No18, No 22, No 45, No 47.
Fontes Impressas
Conde Lippe – Neue Tactik, welche der verstorbene regierende Graf Wilhelm von Schaumburg-Bückeburg bey seinen Truppen eingeführt [Bückeburg, 20.06. 1772]. In: Gerhard Scharnhorst (coord.). Neues militärisches Journal, vol. 1, 1788, pp. 4-12 <https://ds.ub.uni-bielefeld.de/viewer/image/1923583_001/21>
Conde Lippe [Wilhelm Graf zu Schaumburg-Lippe] – Mémoires pour servir à l´art défensif par le Comte regnant de Schaumbourg-Lippe, Bückeburg 1775.
Conde Lippe [Wilhelm Graf zu Schaumburg-Lippe] – Novo Methodo para dispor hum corpo de infantaria, de sorte que possa combater com a Cavallaria em Campanha raza, Establecido por Ordem de Sua Magestade Fidelissima [Lissabon] 1767.
Boyen, Hermann von – Beiträge zur Kenntniß des General von Scharnhorst und seiner amtlichen Thätigkeit in den Jahren 1808 bis 1813, Berlin 1833 <https://www.digitale-sammlungen.de/de/view/bsb10066554?q=Scharn&page=7>.
Carl von Clausewitz – Verstreute kleine Schriften. Werner Hahlweg (coord.). Osnabrück: Biblio, 1979.
_______________ – Bekenntnisschrift. In: Carl von Clausewitz. Schriften – Aufsätze – Studien – Briefe. Werner Hahlweg (coord.), Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht 1966, tomo 1, pp. 682-751.
_______________ – Da Guerra [1832]. Michael Howard e Peter Paret (coord.) [1977]. Tradução do inglês para o português Luiz Carlos Nascimento e Silva do Valle, <https://archive.org/details/da-guerra-carl-von-clausewitz/page/n5/mode/2up>.
_______________ – Meine Vorlesungen über den kleinen Krieg, gehalten auf der Kriegs-Schule 1810 und 1811 – Artillerie. Geschütze. In: Carl von Clausewitz. Schriften – Aufsätze – Studien – Briefe. Werner Hahlweg (coord.), Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht 1966, tomo 1, pp. 208-598.
_______________ – Précis de la guerre en Espagne et en Portugal. In Werner Hahlweg (coord.), Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht 1966, tomo 1, pp. 599-611.
_______________ – Ueber das Leben und den Charakter von Scharnhorst. Aus dem Nachlasse des General Clausewitz. Sonderausgabe der Historisch-politischen Zeitschrift, hrsg. von Leopold Ranke, Berlin 1832. <https://archive.org/details/ueberdaslebenund01clauuoft/page/n1> (12.03.2024, versão citada). Ver também: Carl von Clausewitz.Verstreute kleine Schriften. Werner Hahlweg (coord.). Osnabrück: Biblio 1979, pp. 205-249.
_______________ – Vom Kriege [1832]. Werner Hahlweg (coord.). 18a ed. Bonn: Dümmler 1973.
Decker, Carl von – Der kleine Krieg, im Geiste der neueren Kriegführung. Oder Abhandlung über die Verwendung und den Gebrauch aller drei Waffen im kleinen Kriege, 3a ed., Berlin, Posen, Bromberg 1828.
Gerhard von Scharnhorst (coord) – Denkwürdigkeiten der militairischen Gesellschaft., 5 vols. Berlin: 1802-1805, reimpressão Osnabrück: Biblio, 1985.
Emmerich, Andreas – The Partisan in War, or the use of a Corps of Light Troops to an Army, London: Reynell 1789 (edição alemã: Der Partheygänger im Kriege oder der Nutzen eines Corps leichter Truppen für eine Armee Berlin 1790).
Ewald, Johann von – Abhandlung von dem Dienst der leichten Truppen, Schleswig, Flensburg, Leipzig 1790.
Exerzir=Reglement für die Infanterie der königlich Preußischen Armee, Berlin: Decker 1812 <https://www.digitale-sammlungen.de/en/view/bsb10728941?page=1>.
Gerhard von Scharnhorst – Private und Dienstliche Schriften, hrsg. von Johannes Kunisch, Michael Sikora und Tilman Stieve, vol. 2: Stabschef und Reformer (Kurhannover 1795-1801), Köln, Weimar Wien 2003.
Gerhard von Scharnhorst. Private und dienstliche Schriften, vol. 2: Kurhannover 1795-1801. Stabschef und Reformer. Johannes Kunisch, Michael Sikora e Tilman Stieve (coord.). Köln: Böhlau 2003.
Gerhard von Scharnhorst. Private und dienstliche Schriften, vol. 3: Preußen 1801-1804. Lehrer, Artillerist, Wegbereiter. Johannes Kunisch, Michael Sikora e Tilman Stieve (coord.). Köln: Böhlau 2005.
Gneisenau. Ausgewählte militärische Schriften. Gerhard Förster e Christa Gudzent(coord.). Berlin: Militärverlag der DDR, 1984.
Grandmaison, Thomas Auguste le Roy de – La Petite Guerre ou Traité du Service des Troupes légères en Campagne [Paris] 1756 (reimpressão Osnabrück: Biblio, 1972) (edição alemã: Julius von Voß, Der kleine Krieg oder Dienstlehre für leichte Truppen. Nach dem Französischen von Grandmaison mit vielen Zusätzen und neuen Darstellungen bereichert und herausgegeben, Berlin 1809).
Roche Aymon [Charles Antoine Étienne Paul de] la, Ueber den Dienst der leichten Truppen, Königsberg 1808.
Roche Aymon [Karl Antone Stephan Paul de] la, Des Troupes Légères, ou Réflexions sur l'organisation, l'instruction et la tactique de l'infanterie et de la cavalerie légères, Paris: Magimel, Anselin et Pochard 1817 <https://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=nyp.33433008508206&seq=31>.
Rüstow, Wilhelm von – Die Lehre vom kleinen Kriege, Zürich 1864.
Scharnhorst, Gerhard – Von den Militär-Anstalten des verstorbenen regierenden Grafen von Schaumburg-Lippe, Königl. Portugiesischen Generalissimi &c. In: Schlözers Briefwechsel meist historischen und politischen Inhalts, Teil X, Heft 56 (Göttingen 1782), pp. 93–101 <https://ds.ub.uni-bielefeld.de/viewer/image/237314/252/>.
Scharnhorst, Gerhard [von] – Characterzüge und Anecdoten. Aus einem ungedruckten Schreiben eines Officiers von der Alliirten Armee im Jahr 1761. In Neues Militairisches Journal, 1788. Gerhard Scharnhors (coord.), pp. 123-127. <https://ds.ub.uni-bielefeld.de/viewer/image/1923583_001/137/>.
Scharnhorst, Gerhard [von] – Militairisches Taschenbuch zum Gebrauch im Felde, 3a ed. 1794, reimpressão Osnabrück: Biblio, 1980.
Scharnhorst, Gerhard von – Handbuch für Officiere, in den angewandten Theilen der Krieges-Wissenschaften, vol. 1: Von der Artillerie, 3a edição, Hannover 1815: Helwingsche Hofbuchhandlung.
Scharnhorst, Gerhard von – Nutzen der militärischen Geschichte. Ursach ihres Mangels [1807]. Manuskrito facsimilada. Ursula von Gersdoff (coord.). Osnabrück: Biblio 1973.
Scharnhorst, Gerhard von – Über die Wirkung des Feuergewehrs. Für die Königli. Preußischen Kriegs-Schulen, Berlin: Nauck 1813. (reimpressão Osnabrück: Biblio, 1973).
Schels, Johann Baptist – Leichte Truppen – kleiner Krieg. Ein praktisches Handbuch für Offiziere aller Waffengattungen, Wien: Strauss 1813.
Valentini, Georg Wilhelm Frhr. von – Abhandlung über den kleinen Krieg und über den Gebrauch der leichten Truppen, mit Rücksicht auf den französischen Krieg. Mit Anmerkungen versehen von L. S. von Brenkenhof, 3a ed. Berlin: Himburg 1810.
Wilhelm Graf zu Schaumburg-Lippe. Schriften und Briefe, 3 vols. Curd Ochwadt (coord.). Frankfurt/Main 1976, 1977, 1983.
Estudos
Aron, Raimond, Penser la guerre, Clausewitz, vol. 1: L'Âge européen, Paris: Flammarion 1976.
Banaschik-Ehl, Christa – Scharnhorsts Lehrer, Graf Wilhelm v. Schaumburg-Lippe in Portugal, Osnabrück 1974.
Bellinger, Vanya E. – Marie von Clausewitz: The Woman Behind the Making of On War. Oxford: Oxford University 2016.
Brito, António Pedro da Costa Mesquita – Publicações Alemãs sobre o Conde de Lippe – Uma Orientação bibliográfica. In: Revista Militar, Janeiro 2508 (2011) <https://revistamilitar.pt/artigo/627> (11.06.2024).
Carrasco Álvarez, Antonio – La guerra interminable. Claves de la guerra de guerrillas en España, Astorga: Catalina Seco Editora SL, 2013.
Die Völkerschlacht bei Leipzig: Verläufe, Folgen, Bedeutungen. 1813 – 1913 – 2013. Martin Hofbauer e Martin Rink (coord.). München: DeGruyter Oldenbourg 2017.
Esdaile, Charles – Fighting Napoleon. Guerrillas, Bandits and Adventurers in Spain 1808-1814, New Haven, London: Yale University Press, 2004.
Freire, Miguel – Um Olhar Actual sobre a 'Transformação' do Conde de Lippe, in: Nação Defesa Outono-Inverno 2005 No. 112, pp. 127-166.
García Cárcel, Ricardo – El sueño de la nación indomable. Los mitos de la guerra de la Independencia, Madrid: temas de hoy. historia 2007.
García Hurtado, Manuel-Reyes – Traduciendo la guerra. Influencias extranjeras y recepción de las obras militares francesas en la España del siglo XVIII, La Coruña: 1999.
Hahlweg, Werner – Preußische Reformzeit und revolutionärer Krieg, Berlin, Frankfurt: Mittler 1962.
Handbuch Innere Führung. Hilfen zur Klärung der Begriffe. Ministério Federal da Defesa (coord.). Bonn 1957.
Heuser, Beatrice – Clausewitz lesen! Eine Einführung. München: Oldenbourg 2005.
Höhn, Reinhardt – Revolution - Heer - Kriegsbild, Darmstadt: L.C. Wittich 1944.
Hoppe, Marie-Nicolette – Beiträge zum Scharnhorst-Bild im 19. Jahrhundert (1813-1871), Bonn 1995 (dissertação dactilografada).
Hornung, Klaus – Scharnhorst. Soldat-Reformer-Staatsmann, Esslingen, München: Bechtle 1997.
Hübinger, Erich – Graf Wilhelm zu Schaumburg-Lippe und seine Wehr, Die Wurzeln der allgemeinen Wehrpflicht in Deutschland, Borna, Leipzig: Noske 1937.
Jähns, Max – Grundzüge der Kriegswissenschaften vornehmllich in Deutschland, vol. 3: Das XVIII. Jahrhundert seit dem Auftreten Friedrichs des Großen 1740-1800, München, Leipzig: Oldenbourg 1891.
Kaldor, Mary – New & Old Wars. Organized Violence in a Global Era, Cambridge, 1999, 3a. ed. Cambridge, Malden: Polity Press 2012.
Klein, Hans H. – Wilhelm zu Schaumburg-Lippe. Klassiker der Abschreckungstheorie und Lehrer Scharnhorsts, Osnabrück: Biblio 1982.
Klippel, Georg Heinrich – Das Leben des Generals von Scharnhorst (3 vols), Leipzig: F.A. Brockhaus, 1869-1871.
Kunisch, Johannes – Der kleine Krieg. Studien zum Heerwesen des Absolutismus, Wiesbaden: Steiner 1973.
Lehmann, Max – Scharnhorst (2 vols), Leipzig, 1886-1887.
Luh, Jürgen – Der Große. Friedrich II. von Preußen, Berlin: Siedler 2011.
Moliner Prada, Antonio – La guerrilla en la Guerra de la Independencia, Madrid: Ministerio de Defensa, 2004.
Müller, Christian Th. – Clausewitz verstehen. Wirken, Werk und Wirkung Paderborn: Brill Schöningh, 2021.
Münkler, Herfried – Die neuen Kriege, 5. ed., Reinbek: Rohwohlt 2003.
Münkler, Herfried – Was ist neu an den neuen Kriegen? – Eine Erwiderung auf die Kritiker. In: Anna Geis (coord.). Den Krieg überdenken. Kriegsbegriffe und Kriegstheorien in der Kontroverse, Baden-Baden: Nomos 2006, pp. 133-150.
Nitschke, Heinz G. – Die Preußischen Militärreformen 1807-1813, Berlin: Haude&Spener, 1983.
Picaud-Monnerat – Sandrine, La petite guerre au XVIIIe siècle. Paris: Economica 2010.
Reform - Reorganisation - Transformation. Zum Wandel in deutschen Streitkräften von den preußischen Heeresreformen bis zur Transformation der Bundeswehr. Karl-Heinz Lutz, Martin Rink e Marcus von Salisch (coord.). München: DeGruyter Oldenbourg 2010.
Rink, Martin – An der Spitze des Fortschritts? Die preußischen Reformer und die Bundeswehr. In: Die Napoleonischen Kriege als Erinnerungsort. Caroline Klausing e
Verena von Wiczlinski (coord.). Bielefeld: transcript, 2017, pp. 121-170.
Rink, Martin – Der kleine Krieg. Entwicklungen und Trends asymmetrischer Gewalt 1740 bis 1815. In Militärgeschichtliche Zeitschrift 65 (2006/2), pp. 355-388.
Rink, Martin – Der Volkskrieg 1813 – Zwischen großer Schlacht und Nebenkriegsschauplätzen. In: Die Völkerschlacht bei Leipzig (2017), pp. 141-161.
Rink, Martin – Graf Wilhelm von Schaumburg-Lippe als militärischer Innovator: Artillerie, kleiner Krieg und militärische Ausbildung. In Schaumburg-Lippe in Europa Graf Wilhelm zwischen Aufklärung und Moderne. Niedersächsisches Jahrbuch für Landesgeschichte Sonderheft. Stefan Brüdermann (coord.). Göttingen: Wallstein, a ser publicado em 2025.
Rink, Martin – Graf Wilhelm von Schaumburg-Lippe. Ein “sonderbarer" Duodezfürst als militärischer Innovator. In Die Schlacht bei Minden. Weltpolitik und Lokalgeschichte. Martin Steffen (coord.). Minden: J.C.C. Bruns 2009, pp. 137-155, 237-243.
Rink, Martin – La guerre de libération et la petite guerre, 1807-1813. Entre regularisation tactico-organisatoire et la guerre à outrance au sein des cabinets. In: Revue historique des Armées, No 286 1(2017) Paris 2017, pp. 83-100.
Rink, Martin – Patriot und Partisan. Ferdinand von Schill als Freikorpskämpfer neuen Typs. In: Für die Freiheit - gegen Napoleon. Ferdinand von Schill, Preußen und die deutsche Nation. Hrsg. von Veit Veltzke, Köln, Weimar, Wien: Böhlau 2009, pp. 65-106.
Rink, Martin – Preußisch-deutsche Konzeptionen zum „Volkskrieg“ im Zeitalter Napoleons. In: Reform - Reorganisation – Transformation (2010), pp. 65-87.
Rink, Martin – Spaniens edles Beispiel – eine preußische Guerilla? Insurrektionskonzepte 1807-1813. In: 1813 im europäischen Kontext. Birgit Aschmann e Thomas Stamm-Kuhlmann (coord.). Stuttgart: Franz Steiner 2015, pp. 99-122.
Rink, Martin – The German wars of liberation 1807-1815: The restrained insurgency. In: Small Wars & Insurgencies, Special Issue. Beatrice Heuser (coord.), 2014 Vol. 25, No. 4, pp. 828–842. Versão francesa: La guerre de libération et la petite guerre, 1807-1813. Entre regularisation tactico-organisatoire et la guerre à outrance au sein des cabinets. In: Revue historique des Armées, No286 1(2017) Paris 2017, pp. 83-100.
Rink, Martin – The Partisan's Metamorphosis from Freelance Military Entrepreneur to German Freedom Fighter, 1740-1815. In War in History, No. 17, January 2010, pp. 6-36.
Rink, Martin – Vom Partheygänger zum Partisanen. Die Konzeption des kleinen Krieges in Preußen 1740-1813, Frankfurt am Main 1999.
Schössler, Dietmar - Carl von Clausewitz, Reinbek: Rohwolt 1991.
Scotti Douglas, Vittorio – Regulating the Irregulars: Spanish Legislation on la guerrilla during the Peninsular War. In: Charles Esdaile (coord.). Popular Resistance in the French Wars. Patriots, Partisans and Land Pirates, London: 2004, pp. 137-160.
Scotti Douglas, Vittorio – Spagna 1808: La genesi della guerriglia moderna. 1. Guerra irregolare, “petite guerre", “guerrilla". In: Spagna Contemporanea 18/2000, pp. 9-31.
Sikora, Michael – Scharnhorst. Lehrer, Stabsoffizier, Reformer. In: Reform - Reorganisation – Transformation (2010), pp. 43-64.
Walter, Dierk – Preußische Heeresreformen 1807-1870. Militärische Innovation und der Mythos der ‚Roonschen Reform', Paderborn: Schöningh 2003.
White, Charles E. – Scharnhorst's Mentor: Count Wilhelm zu Schaumburg-Lippe and the Origins of the Modern National Army, in: War in History 2017, Vol. 24(3), pp. 258-285.
White, Charles Edward – The enlightened Soldier: Scharnhorst and the Militärische Gesellschaft in Berlin, 1801-1805, New York: Praeger, 1989.
Wohlfeil, Rainer – Spanien und die deutsche Erhebung, Wiesbaden: Steiner 1965.
NOTAS
[1] Scharnhorst, Von den Militär-Anstalten, p. 96 (todas as citações).
[2] Rink, Graf Wilhelm von Schaumburg-Lippe als militärischer Innovator; Rink, Graf Wilhelm von Schaumburg-Lippe. Ein sonderbarer Duodezfürst.
[3] Clausewitz, Vom Kriege, cf. Da Guerra. As citações diretas são reproduzidas da versão portuguesa ser baseada na tradução inglesa de Howard e Paret. No entanto, algumas termos técnicos especificamente alemães são difíceis de compreender em inglês. Além disso, por vezes parece que algumas expressões típicas da época no texto original são por vezes mais difíceis de compreender para o leitor alemão do que na versão inglesa. Sobre o problema das traduções, ver também: Heuser, Clausewitz lesen, p. XI; Müller, Clausewitz verstehen, pp. 125, 127, 161, 191, 221-229, 252, 265, 270, 275.
[4] Clausewitz, Ueber das Leben und den Charakter von Scharnhorst, p. 2.
[5] Bellinger, Marie von Clausewitz.
[6] Marie von Clausewitz, Prefácio, 30 de Junho 1832. In: Clausewitz, Da Guerra, p. 67. Cf. Vom Kriege, p. 174.
[7] Klein, Wilhelm; White, Scharnhorst's Mentor; Banaschik-Ehl, Scharnhorsts Lehrer. Numa obra clássica do final do século XIX semelhante: Jähns, Geschichte der Kriegswissenschaften, vol. 3, p. 2485 f. Cf. Brito, Publicações Alemães.
[8] Klein, Wilhelm; Hübinger, Graf Wilhelm; White, Scharnhorst's Mentor; Freire, Um Olhar Actual.
[9] Scharnhorst, Characterzüge und Anecdoten, p. 123.
[10] Num tom ligeiramente irónico em relação ao apelido “O Grande“: Luh, Der Große.
[11] Conde Lippe, Mémoire de la Campagne de Portugal en 1762, NLA BU F 1 A XXXV 18, No 22, escrito em 1765, enviada ao Conde Doeiras em Março de 1766. Cf. Klein, Wilhelm, pp. 150-187.
[12] Conde Lippe, Novo Methodo; Conde Lippe, Mémoires pour servir à l´art défensif.
[13] White, Scharnhorst's Mentor; Rink, Graf Wilhelm von Schaumburg-Lippe als militärischer Innovator; Rink, Graf Wilhelm von Schaumburg-Lippe. Ein sonderbarer Duodezfürst. Cf. Hübinger, Graf Wilhelm; Klein, Wilhelm. Para literatura abrangente, ver Brito, Publicações Alemães.
[14] Scharnhorst sobre o treino de artilharia, após abril 1801. In: Gerhard von Scharnhorst: Private und dienstliche Schriften, vol. 3, pp. 592-597, p. 597 (nota de rodapé).
[15] Klippel, Das Leben des Generals von Scharnhorst; Lehmann, Scharnhorst; White, The enlightened Soldier, pp. 1-17; Nitschke, Die Preußischen Militärreformen, pp. 53-69; Hornung, Scharnhorst, pp. 17-31.
[16] Manuscrito de Scharnhorst, cerca de 1794. In: Gerhard von Scharnhorst. Private und Dienstliche Schriften, vol. 2, p. 316.
[17] Sobre os escritos de Scharnhorst e a sua recepção: Hoppe, Beiträge zum Scharnhorst-Bild, pp. 253-280.
[18] Clausewitz, Ueber das Leben und den Charakter von Scharnhorst, p. 22.
[19] Clausewitz, Ueber das Leben und den Charakter von Scharnhorst, p. 7 (todas as citações; Clausewitz menciona o quarto dos pontos mencionados em segundo lugar).
[20] Clausewitz, Ueber das Leben und den Charakter von Scharnhorst, p. 18 f. (todas as citações). Cf. o Manuscrito de 1807: Scharnhorst, Nutzen der militärischen Geschichte.
[21] Clausewitz, Ueber das Leben und den Charakter von Scharnhorst, p. 1.
[22] Cf. Walter, Preußische Heeresreformen.
[23] Boyen, Beiträge zur Kenntniß des General von Scharnhorst, p. 18.
[24] Scotti Douglas, Regulating the Irregulars, p. 138; Rink, Vom Partheygänger, pp. 400-408; Rink, The Partisan's Metamorphosis.
[25] Kunisch, Der kleine Krieg; Picaud-Monnerat, La petite guerre, pp. 185-204; Rink, Vom Partheygänger, pp. 79-93; Rink, Der kleine Krieg. Importantes obras contemporâneas: Decker, Der kleine Krieg; Emmerich, The Partisan/ Der Partheygänger; Ewald, Abhandlung von dem Dienst der leichten Truppen; Grandmaison, La Petite Guerre; Roche Aymon, Ueber den Dienst der leichten Truppen/ Des Troupes Légères; Scharnhorst, Militairisches Taschenbuch; Schels, Leichte Truppen – kleiner Krieg; Valentini, Abhandlung über den kleinen Krieg.
[26] Valentini, Abhandlung über den kleinen Krieg, p. 1; Schels, Leichte Truppen, pp. 127-130; Decker, Der kleine Krieg, pp. 3-5.
[27] Grandmaison, La Petite Guerre; García Hurtado, Traduciendo la guerra, p. 71.
[28] Picaud-Monnerat, La petite guerre, p. 196, 203 f.; Emmerich, The Partisan in War.
[29] Cf. as análises semânticas em: García Hurtado, Traduciendo la guerra, pp. 70-72; Carrasco Álvarez, La guerra interminable, pp. 34-55 e 298-302; Moliner Prada, La guerrilla, pp. 22-32; Scotti Douglas, Spagna 1808: La genesi della guerriglia moderna; Scotti Douglas, Regulating the Irregulars.
[30] Rüstow, Die Lehre vom kleinen Kriege, p. 1.
[31] Cf. Kaldor, New & Old Wars, pp. 202-221; Münkler, Die neuen Kriege; Münkler, Was ist neu.
[32] Clausewitz, Meine Vorlesungen über den kleinen Krieg, pp. 231-233.
[33] Werner Hahlweg, Introdução. In: Scharnhorst, Über die Wirkung des Feuergewehrs, pp. XV-XX. Exemplos de tratamento de assuntos de artilharia do Conde Lippe: NLA BU F 1 A XXXV 18, N.º 45: Mémoire contenant quelques connaissances indispensablement nécessaires pour pointer le canon à la portée du simple canonier (manuscrito), Bückeburg 1769.
[34] Clausewitz, Da Guerra, livro 2, cap. 6, p. 191 (Dos Exemplos Históricos), Cf. Vom Kriege, p. 335.
[35] Scharnhorst, Militairisches Taschenbuch; Ulrich Marwedel, introdução à reimpressão de 1980, pp. 7-27, aqui p. 15 f.
[36] Scharnhorst, Militairisches Taschenbuch, Introdução (sem paginação).
[37] Clausewitz, Meine Vorlesungen über den kleinen Krieg, p. 445 f.
[38] Jähns, Geschichte der Kriegswissenschaften, vol. 3, p. 2723.
[39] Scharnhorst, Handbuch für Officiere, vol. 1, p. 3 f.
[40] Scharnhorst, Militairisches Taschenbuch, S. 13-25.
[41] Scharnhorst, Militairisches Taschenbuch, pp. 49-92.
[42] Clausewitz, Da Guerra, livro 8, cap. 6b (A Guerra é um Instrumento da Política), p. 722. Cf. Vom Kriege, p. 996.
[43] Roche Aymon, Des Troupes Légères, p. 3. Versão original: Ueber den Dienst der leichten Truppen, p. 3 f.
[44] Denkwürdigkeiten der militairischen Gesellschaft, vol 5, p. 155 f. (ata, 7 e 14 de novembro de 1805).
[45] Cf. Hahlweg, Preußische Reformzeit; Rink, Vom Partheygänger, p. 245-267. Cf. os manuscritos: GeStA PK, VI. HA, Nl Scharnhorst No 190, Scharfschützen und Gebrauch des 3ten Gliedes; GeStA PK, VI. HA, Nl Gneisenau No 743, Instruction über den Gebrauch des dritten Gliedes zum Schwärmen: Tirailliren, Plänkern, 1808.
[46] Exerzir=Reglement für die Infanterie, pp. 56-66 (linha), 67-90 (colonna), 91-93 (quadrado de infantaria), 95-115 (atiradores da terceira fila).
[47] Clausewitz, Da Guerra, livro 8, cap. 6b, p. 722. Cf. Vom Kriege, p. 992.
[48] Clausewitz, Da Guerra, livro 3, cap. 3 (Os Fatores Morais), p. 208. Cf. Vom Kriege, p. 356.
[49] Scharnhorst, Characterzüge und Anecdoten, S. 127.
[50] Clausewitz, Da Guerra, livro 6 (A Defesa), pp. 417-619, livro sete, pp. 621-681 (O Ataque). Cf. Vom Kriege, pp. 613-862, 865-945. Cf. Müller, Clausewitz verstehen, p. 166.
[51] Clausewitz, Vom Kriege, livro 6, cap. 26 (O Povo em Armas), p. 568. Cf. Vom Kriege, p. 799.
[52] Clausewitz, Vom Kriege, livro 6, cap. 26, p. 569. Cf. Vom Kriege, p. 801.
[53] NLA BU F 1 A XXXV 18, No 22, Mémoire de la Campagne de Portugal en 1762, escrito em 1765, enviado ao Conde De Oeiras em Março de 1766), p. 3.
[54] Conde Lippe, Memoranda & Reflexions detachés pour servir de Materiaux a forme un Plan – au Sujet d'une guerre defensive en Portugal avec Les Zones actuelles de ce Royaume. In: NLA BU F 1 A XXXV 18, No 47 (sem paginação).
[55] Conde Lippe, Memoranda pour le cas d'Invasion de la part des Hes[sois]. In: NLA BU F 1 A XXXV 18, No 47 (sem paginação). Reprodução muito parcial em: Wilhelm Graf zu Schaumburg-Lippe. Schriften und Briefe, vol. 1, pp. 273-275.
[56] Gneisenau, Denkschrift vom Sommer 1808 über die Idee eines Volksaufstandes, (provavelmente em Julho de) 1808, In: Gneisenau, pp. 117-121, aqui pp 118 f. Cf. o Plano para a preparação de uma revolta popular, 8 de agosto de 1811, ibid. pp. 167-189.
[57] Cf. Esdaile, Fighting Napoleon, pp 1-27; García Cárcel, El sueño, pp. 13-23, 221-274; Rink, Martin – Preußisch-deutsche Konzeptionen.
[58] Gneisenau, Denkschrift vom Sommer 1808, In: Gneisenau. Ausgewählte militärische Schriften, pp. 117. Cf. Rink, Spaniens edles Beispiel; Müller, Clausewitz verstehen, pp 189 f.; Heuser, Clausewitz lesen, p. 168-175.
[59] Reglamento de Partidas y Cuadrillas (= Reglamento que el Rey Nuestro Señor, Don Fernando Septimo, y en su Real Nombre la Junta Central Suprema de Gobierno del Reyno se ha servido mandar expedir; 28 de dezembro 1808); Reglas y máximas fundamentales que deben observarse para la defensa de los Pueblos y Ciudades grandes en la presenta guerra (12 de fevereiro de 1809); Instruccion que su Magestad se ha dignado para el corso terrestre contra los exércitos franceses (17 de avril 1809). In: Wohlfeil, Spanien und die deutsche Erhebung, pp. 296–307.
[60] Para a transformação semântica do termo guerrilha, ver nota de rodapé 34.
[61] Gneisenau, Denkschrift vom Sommer 1808. In: Gneisenau. Ausgewählte militärische Schriften, p. 117.
[62] Gneisenau, Plan für die Vorbereitung eines Volksaufstandes, 8 de agosto de 1811. In: Gneisenau. Ausgewählte militärische Schriften, pp. 167-189; Clausewitz, Précis de la guerre en Espagne et en Portugal; Clausewitz, Bekenntnisschrift, pp. 734, 750.
[63] Boyen, Beiträge zur Kenntniß des General von Scharnhorst, p. 29 f.
[64] Clausewitz, Da Guerra, livro 3, cap. 6, p. 250 (As Características da Guerra Contemporânea). Cf. Vom Kriege, p. 412 f.
[65] Scharnhorst, Neue Tactik, p. 4 f. Conde Lippe, Mémoires pour servir à l´art défensif, 1e Partie, sec. 1, p. 4 f.
[66] Scharnhorst, Neue Tactik,, p. 6 (primeira citação) 10 (segunda citação), 8 (terça citação).
[67] Scharnhorst, Neue Tactik, p. 7.
[68] Clausewitz, Da Guerra, livro 6, cap. 5 (As Características da Defesa Estratégica), p. 433. Cf. Vom Kriege, p. 634.
[69] Clausewitz, Vom Kriege, livro 1, cap. 1 (Classificações da Arte da Guerra), p. 138. Cf. Vom Kriege, p. 271.
[70] Clausewitz, Meine Vorlesungen über den kleinen Krieg, p. 235.
[71] Höhn, Revolution - Heer – Kriegsbild, p. 244.
[72] Rink, The German wars of liberation: The restrained insurgency; Rink, Der Volkskrieg 1813, p. 84 f.
[73] Rink, Vom Partheygänger, p. 389.
[74] Clausewitz, Da Guerra, livro 1, cap. 3, p. 111 (Do Gênio Militar). A tradução “oficiais de cavalaria" é aqui um pouco enganadora, porque Clausewitz enfatizava particularmente as tropas ligeiras, ou seja, os hussardos. Cf. Vom Kriege, p. 236 (primeira citação). Segunda citação: livro 1, cap. 3, p. 120, também aqui a tradução de “caçador engenhoso" por “guarda-florestal" é algo enganadora. Cf. Von Kriege, p. 248.
[75] Schössler, Carl von Clausewitz, pp. 95-98.
[76] Hahlweg: Introdução à Clausewitz. Verstreute kleine Schriften, S. X.
[77] Boyen, Beiträge zur Kenntniß des General von Scharnhorst, p. 20.
[78] Aron, Penser la guerre, vol 1., p. 165.
[79] Sikora, Scharnhorst, p. 43 f; Rink, An der Spitze. Característica da fase inicial da Bundeswehr, criada em 1955/56, o manual oficial publicado em 1957 Handbuch Innere Führung, pp. 51.
Born 1966 in Kaufbeuren/ Bavaria. 1985-1996 service in the German Armed Forces (para-troops, last function: company commander). 1989-1993 studies in history, economics and social sciences at the Universität der Bundeswehr, Munich. 1998, PhD-degree, 2000 Prize for Military History (2nd). 1999-2009 freelance online-publisher and historian. Since 2005 associate lecturer at Universität Potsdam, since 2009 associate lecturer at Universität der Bundeswehr. Since 2009 historian at Military Research Institute (MGFA), now Centre for Military History and Social Sciences of the Bundeswehr (ZMSBw). Research interests: history of asymmetric conflicts, Bundeswehr history.
Descarregar este texto
Como citar este texto:
RINK, Martin – Gerhard Von Scharnhorst. Aluno do Conde Lippe – Mentor de Clausewitz. Revista Portuguesa de História Militar – Dossier: Restauração Portuguesa (1640-1668). [Em linha] Ano V, nº 8 (2025); https://doi.org/10.56092/SSAZ8236 [Consultado em ...].