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REPRESENTAÇÕES DE CARIZ MILITAR NO ACERVO DO MUSEU DO ORIENTE

 

 

Joana Fonseca 2.jpg 

JOANA BELARD DA FONSECA

 

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Resumo

O Museu do Oriente, inaugurado pela Fundação Oriente em Lisboa em 2008, possui no seu acervo várias peças de artes decorativas, de diferentes tipologias e países de origem, relacionadas com a Presença Portuguesa na Ásia e com representações de cariz militar.

Gravuras, pinturas, armas brancas, porcelanas, mobiliário e peças relacionadas com a arte da guerra, datáveis dos séculos XVI a XX, encontram-se entre os exemplares expostos ao público, na coleção permanente da “Presença Portuguesa na Ásia".

Palavras-chave: Arte Oriental; Artes Decorativas; Colecções; China; Índia; Japão; Presença Portuguesa na Ásia; Sri Lanka

Abstract

The Museu do Oriente, opened by Fundação Oriente in Lisbon in 2008, has in its collection several pieces of decorative arts, of different types and countries of origin, related to the Portuguese Presence in Asia and with representations of a military nature.

Engravings, paintings, bladed weapons, porcelain, furniture, and pieces related to the art of war, dating from the 16th to 20th centuries, are among the examples on display to the public, in the permanent collection of the “Portuguese Presence in Asia".

Keywords: oriental art; Decorative arts; Collections; China; India; Japan; Portuguese Presence in Asia; Sri Lanka

 

 

Tendo como missão principal a valorização e desenvolvimento das relações históricas e culturais entre Portugal e o Oriente, nomeadamente com a China, a criação do Museu do Oriente[1] pela Fundação Oriente em Lisboa, no ano de 2008, foi a materialização do reforço das relações históricas entre Portugal e os países da Ásia.

O Museu do Oriente como espaço de encontro de culturas e civilizações através da arte, expõe em permanência um conjunto de coleções relacionadas com o património histórico da Presença Portuguesa na Ásia, que a Fundação Oriente começou a adquirir, desde a sua origem em 1988, nos mercados nacionais e internacionais, em leilões e coleções particulares, aos quais se juntaram doações e depósitos temporários de particulares e de várias instituições públicas, privadas e museus nacionais.

No piso 1 do museu, dedicado à coleção da “Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos. Memórias. Coleccionismo", estão expostos em permanência cerca de 1300 objectos de diversas tipologias de arte e artes decorativas (mobiliário, cerâmica, porcelana, têxteis, pintura, escultura, gravura, marfins, prataria, ourivesaria e documentos gráficos), que vão desde o terceiro milénio A.C, até meados do século XX, originárias de países como a Índia, Sri Lanka, China, Japão, Coreia, Birmânia e Timor-Leste. No total, a coleção é composta por cerca de 3200 objectos.

 

ÍNDIA

O núcleo expositivo dedicado à Índia e à coleção de objectos indo-portugueses, resultantes da miscigenação estética, técnica e funcional da cultura portuguesa e indiana, em particular da cultura goesa, inclui peças de mobiliário, tais como caixas, contadores, escritórios, cofres, cadeiras, colchas e estantes de missal, que revelam o carácter portátil e prático deste tipo de objectos, para além de  peças em materiais exóticos como o côco e a filigrana de prata, a tartaruga ou a madrepérola, peças de prataria associadas à liturgia, peças de cariz religioso em prata e marfim, pintura a óleo e aguarela, e gravura.

 

Fig. 1.jpgFig. 2.jpg

Fig. 1 e 2 – Fortaleza de Baçaim, gravura aguarelada, Espanha, século XVII, FO/2057; Fortaleza de Chaúl, gravura aguarelada, Espanha, século XVII, FO/2058. © Cortesia da Cabral Moncada Leilões / Vasco Cunha Monteiro, 2017.

 

Na coleção de gravura destacamos dois exemplares aguarelados representando as Fortalezas de Baçaim e Chaúl, datáveis do século XVII e de origem espanhola. A Fortaleza de São Sebastião de Baçaim (FO/2057), com início de construção em 1535-36, constituiu uma das mais importantes praças-fortes portuguesas na Índia, nesta gravura representada com 10 baluartes. A gravura com o número de inventário FO/2058, representa a Fortaleza de Chaúl e a Fortaleza do Morro de Chaúl, com construção iniciada pelos portugueses em 1521, para defesa da embocadura do rio Kundalika, como complemento à anterior Fortaleza de Chaúl, de maiores dimensões. Chaúl, porto situado na costa do Decão, teve grande importância comercial, e mesmo antes do domínio luso, já os portugueses aqui tinham feitorias documentadas em 1515.[2]

Também no acervo de gravura, destaque para uma gravura colorida com a Planta da cidade e da Fortaleza de Diu (FO/0943), de autoria francesa e datada de 1746.

A cidade de Diu ocupava um ponto privilegiado na Costa do Gujarate e no Golfo de Cambaia. Por lá passava grande parte do comércio regional, sendo uma boa base naval para apoio às armadas do Mar Arábico[3]. Erguida pelos portugueses a partir de 1535-1536, a Fortaleza de Diu é considerada pelos estudiosos de arquitectura militar como a mais importante e bem fortificada estrutura erguida no Estado Português da Índia.

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Fig. 3 – Cidade e Fortaleza de Diu, gravura aguarelada, França, Paris, 1746, FO/0943. © Fundação Oriente/Henrique Ruas.

 

Dentro da tipologia da pintura, e ainda no núcleo da Índia, é de destacar um interessante conjunto de Aguareladas de autoria europeia (no total, 19 representações) onde constam quatro relativas a figuras militares. O álbum onde estiveram reunidas inicialmente, fez parte da coleção da Rainha Vitória (1819-1901) e integrou o acervo da Fundação Oriente em 1999. Apesar de não ser possível a atribuição exata da autoria, a composição, escolha dos cenários, aplicação da cor e uso das sombras, aproximam estes exemplares dos registos recolhidos por Frederic Shoberl (1775-1853) e reproduzidos em gravuras em edições europeias durante as primeiras décadas do século XIX.

Os dois primeiros exemplares (FO/0505N e FO/0505R) retratam fardas do exército britânico na Índia, nomeadamente, de regimentos constituídos por indianos, os sipaios. Os uniformes do exército indiano constituído por tropas nativas, seguia de muito perto as regras impostas pela coroa britânica. Por outro lado, a terceira figura (FO/0505P) trajará uma farda local, revelada na sumptuosidade do tecido decorado nas bainhas, nos punhos e no cinto com delicados motivos florais e geométricos. Uma gola em pelo acentua o decote largo adornado com pérolas e deixa ver um peitilho decorado com rendas e passamanarias. Já a quarta figura (FO/0505K) retrata outro soldado hindu do exército britânico na Índia, que tal como o personagem anterior, parece ter escapado à influência europeia quer no trajar, quer na armaria. Nas mãos, segura um instrumento de sopro que toca para informar as tropas[4].

 Fig. 4.jpgFig. 5.jpgFig. 5.jpgFig. 7.jpg

Fig. 4, 5, 6 e 7 – “Figuras Militares", Frederic Shoberl (?), Índia, primeira metade do século XIX, aguarela s/papel, FO/0505N; 0505R; 0505P; 0505K. © Luís Pavão.

 

SRI LANKA

 

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Fig. 8 – Cano de Espingarda, Ceilão, século XVI, ferro fundido e latão, FO/0701. © Fundação Oriente/Henrique Ruas.

 

A presença portuguesa no Sri Lanka (ou Ceilão como era conhecido na altura), entre 1506 e 1658, à semelhança da holandesa e inglesa, teve também impacto nas artes decorativas locais, entre elas, na produção de armas brancas e de fogo.

No acervo da coleção destaca-se um Cano de espingarda do século XVI, considerado uma peça muito rara, em ferro fundido e latão. De decoração damasquinada de latão, a peça apresenta dois tipos de inspiração: uma de caracter oriental, numa zona mais longa onde figuram desenhos de elementos vegetalistas estilizados, a par de figuras da mitologia hindu e de animais míticos (dragões) e reais (lebres, leões, macacos, aves), e outra de carácter mais ocidental, junto à zona de fixação da culatra[5].

 

CHINA

A chegada de Vasco da Gama à India em 1498 e a conquista por Afonso de Albuquerque de Malaca em 1511 marcam o início das encomendas de porcelana chinesa para o mercado ocidental, onde Portugal desempenhou um papel pioneiro como encomendador.

A “Antiga Coleção Cunha Alves", adquirida pela Fundação Oriente no verão de 2018, reúne um conjunto de peças de porcelana chinesa de exportação para o mercado ocidental decoradas com cenas europeias, num total de 209 peças. Entre estas destacam-se cinco peças de grande formato com decoração a esmaltes policromos da paleta da família rosa e grisaille sobre o vidrado, uma Cafeteira, duas Taças de Ponche e duas Poncheiras (FO/2256; 2187; 2354; 2300 e 2299).

O Tema do “Adeus do marinheiro", foi uma das decorações favoritas no século XVIII, não apenas na porcelana chinesa como também na cerâmica europeia, tendo sido objeto de encomendas para vários mercados europeus e para o mercado norte-americano.

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Fig. 9 e 10 - Cafeteira e Taça de Ponche decoradas com o tema “Adeus do Marinheiro". China, Dinastia Qing, período Qianlong, c. de 1755 e 1770 respetivamente, porcelana branca decorada a esmaltes policromos da família rosa e ouro,  FO/2256 e FO/2187. © Martin Ollman, Camberra.


Numa das faces da Cafeteira (FO/2256), o Oficial despede-se da sua amada, apontando para um navio ao largo, arvorando, respetivamente, pavilhão dinamarquês e inglês. No verso, e no caso da Taça de Ponche (FO/2187) representa-se a chegada do marinheiro que deposita as lembranças no avental da sua amada[6].

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Fig. 11 – Taça de Ponche – Navios Ingleses, China, Dinastia Qing, período Qianlong, c. de 1770, porcelana branca decorada a esmaltes policromos da família rosa, FO/2354. © Martin Ollman, Camberra.

 

A Taça de Ponche com o número de inventário FO/2354 apresenta no seu exterior uma cena contínua composta por navios da marinha mercante inglesa, incluindo um deles, três mastros, navegando junto à linha costeira na zona do Canal da Mancha, possivelmente nos Países Baixos. No navio de dimensão média são visíveis os membros da tripulação, bem como as cabeças de alguns passageiros. O presente trabalho pode ter resultado de uma cópia direta de uma peça de Delft levada até Cantão[7].

Já a Poncheira com o número de inventário FO/2300, é decorada a grisaille, dourado e verde, com base numa gravura de Francis Chesham (1749-1806) e John Peltro (1760-1808), publicada por Sayer and Bennett em 1783, a partir de um óleo de Robert Dodd (1748-1816), um pintor inglês de marinhas, gravador e retratista de navios prolífero em registos de ações navais durante as guerras revolucionárias americana e francesa. A cena principal comemora a batalha naval Les Saintes, entre as armadas inglesa e francesa, ao largo da ilha de Santos, a sul de Guadalupe, a 12 de Abril de 1782, entre os almirantes Sir George Rodney (1719-1792) e François Joseph de Grasse (1722-1788)[8].

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Fig. 12 – Poncheira – Batalha naval Les Saintes, China, Dinastia Qing, período Qianlong, c. de 1784, porcelana branca decorada a grisaille, dourado e verde, FO/2300. © Martin Ollman, Camberra.

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Fig. 13 – Poncheira – Naufrágio na Costa da Gâmbia, China, Dinastia Qing, período Qianlong, c. de 1750, porcelana branca decorada a esmaltes da família rosa e vermelho ferro, FO/2299. © Martin Ollman, Camberra.

 

A Poncheira com o número de inventário FO/2299 apresenta uma cena contínua com o naufrágio do navio mercante inglês Duke of Cumberland, na Costa da Gâmbia (África Ocidental), no dia 15 de janeiro de 1750. Enquanto navegava acompanhado por outro navio mercante, o Grantham, o Duke of Cumberland embateu numa rocha e naufragou. Em sequência disso, a tripulação o os comandantes, John Misenor e Hillary Torriano, foram capturados pelos indígenas[9].

Ainda relativamente à China, outras peças revelam também o cariz militar presente nestas peças de exportação para o mercado ocidental, as pinturas de China Trade, de que é exemplo a Panorâmica de Macau (FO/0927). As Vistas de Macau e da Praia Grande tão ao gosto do final do século XVIII/primeira metade do século XIX, várias vezes replicadas quer por artistas chineses quer por ocidentais radicados em Macau e Hong-Kong, revelam as muralhas da Fortaleza do Monte[10] e da Fortaleza da Guia, construídas em inícios do século XVII para defesa no contexto dos ataques da Companhia Neerlandesa das Índias Orientais (VOC).

A Fortaleza de Nossa Senhora do Bom Parto, localizada na Colina da Penha, foi também um dos primeiros fortes a ser construído pelos portugueses em Macau (entre 1608 e 1615) com o mesmo propósito de defesa contra a Companhia Neerlandesa das Índias Orientais (VOC).

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Fig. 14 – Panorâmica de Macau, atribuída a William Anderson, Escócia, final do século XVIII, Óleo s/tela, FO/0927. © Fundação Oriente/Henrique Ruas.

 

Por seu lado, as Fortalezas de Santiago da Barra, de São Francisco e da Guia em Macau, aparecem representadas num dos Biombos Chineses mais significativos do acervo do Museu do Oriente, o Biombo Macau/Cantão (FO/0532), datável da segunda metade do século XVIII, em madeira policromada e lacada a vermelho, negro e dourado, representando na face vermelha Macau, e na face negra, Cantão. O facto de incluir a representação de uma cidade em cada face, indica que seria destinado a dividir dois espaços de igual importância.

Embora não se conheça a intenção, trata-se com grande probabilidade de uma encomenda portuguesa, pelo facto de na face de Macau, ter havido o propósito deliberado de incluir diversas bandeiras relativas à soberania portuguesa não só em terra, como nos pavilhões de várias embarcações[11].

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Fig. 15 – Biombo Macau e Cantão (pormenor), China, segunda metade do século XVIII, madeira lacada, policromia, prata, ouro, papel e ferragens em latão, FO/0532. © Hugo Matertens/BNP Paribas – Fundação Oriente/Museu do Oriente, Lisboa.

 

Ainda dentro do conjunto de peças de artes decorativas, destaque para um Junco (FO/1085), réplica em prata de uma embarcação chinesa, representando um dos juncos de Guangdong (Cantão) que patrulhavam e protegiam da pirataria e do contrabando as costas do mar da China. O navio está fortemente equipado com armas – lanças e diversos tipos de arpões e tridentes, alabardas, espingardas e canhões, em torno das quais se ocupam os marinheiros.

Tratar-se-ia de um jibu xunchuan (barco da guarda marítima de patrulha, fiscalização e captura) a executar uma tarefa de patrulhamento e captura na defesa marítima de Cantão, possivelmente contra o contrabando, durante o período das denominadas Guerras do ópio (1839-1842 e 1856-1860) uma vez que em 1826 o governador das províncias de Guangdong e Guangxi, Li Hongbin ordenara a criação de uma guarda marítima, que se deslocava em barcos para patrulhar a costa[12].

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Fig. 16 – Junco, China (Cantão/Hong-Kong), séculos XIX e XX, prata e madeira de sissó, FO/1085. © Fundação Oriente/Henrique Ruas.

 

JAPÃO​

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Fig. 17 – Capacete Namban (Namban Boshi), Japão, período Momoyama (1573-1615)/período Edo (1615-1868), c. 1600, papel japonês (washi) e laca, FO/0555. © Hugo Matertens/BNP Paribas – Fundação Oriente/Museu do Oriente, Lisboa.

 

Uma das peças mais icónicas do núcleo de peças japonesas do acervo do Museu do Oriente é o Capacete Namban ou Namban Boshi (FO/0555), pela sua raridade e excentricidade. Proveniente de uma colecção inglesa, apresenta na parte da frente um mon (emblema familiar) conhecido como Maru ni Tachi Omodaka mon, que foi utilizado por várias famílias de daimyo[13] que estabeleceram contacto com os portugueses de então (a chegada dos primeiros portugueses ao Japão dá-se no ano de 1543).

A forma híbrida da peça remete tanto para exemplares europeus (as capotas usadas pelos Portugueses) como japoneses, embora pareça tratar-se de um objecto fabricado para o mercado interno, e não para os europeus. A sua forma insólita encontra também paralelismos evidentes com alguns elmos (kabuto) samurai utilizados entre o final do século XV e meados do século XVI. Testemunho da curiosidade e fascínio que o Ocidente despertou no Japão dos séculos XVI e XVII, este capacete surge como símbolo desse encontro civilizacional[14].

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Fig. 18 – Estribos Namban (Abumi), Japão, período Momoyama/Edo (final do século XVI-início do século XVII), assinado Komura Saku, ferro tauxiado, prata, latão, laca e madeira, FO/1081. © Hugo Matertens/BNP Paribas – Fundação Oriente/Museu do Oriente, Lisboa.

 

Também relacionados com a arte da guerra, estão o Par de Estribos Namban (abumi) (FO/1081), com a representação de Namban-jin, ou bárbaros do sul, aqui exibidos nas laterais de ambos os estribos. Num país em que a actividade guerreira estava associada à feitura de armaduras, armas e acessórios de elevadíssima qualidade técnica e de não menor esmero visual, e num período de reviravolta política – o da unificação do território – em que a aristocracia militar era a efetiva detentora do poder, não é surpreendente o surgimento de objectos como estes. Um par de Estribos é uma peça imprescindível a um cavaleiro, estatuto que pressupõe à partida uma posição elevada na rigorosa estratificação hierárquica da sociedade nipónica[15].

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Fig. 19 – Estribos Namban (Abumi) (pormenor), Japão, período Momoyama/Edo (final do século XVI-início do século XVII), assinado Komura Saku, ferro tauxiado, prata, latão, laca e madeira, FO/1081. © Hugo Matertens/BNP Paribas – Fundação Oriente/Museu do Oriente, Lisboa.

 

Integram também o acervo do Museu do Oriente três Armaduras japonesas dos séculos XVII e XVIII (FO/1082, 1083 e 1084)[16]. Construídas em ferro lacado e outros materiais como o linho, algodão, couro, seda e camurça, personificam o Samurai ou guerreiro japonês e a classe guerreira, reportando a um corpo de guerreiros vassalos de um chefe militar (daymio ou shogun), uma elite militar que se afirmou no contexto da história japonesa a partir do período Edo (1615-1868), como uma espécie de aristocracia guerreira.

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Fig. 20 – Armadura Ryo Takahimo Renjaku Do, Japão, período Edo (1615-1868), século XVII, Ferro, laca, ouro, papel lacado, linho, algodão, seda, tela, serapilheira, couro pintado, camurça estampada e corno, FO/1084. © Hugo Matertens/BNP Paribas – Fundação Oriente/Museu do Oriente, Lisboa.

 

Bibliografia

ALVES, Filomena e ALVES, Paulo Cunha – Do Oriente ao Ocidente: A Aventura da Porcelana Chinesa de Exportação com Decoração Ocidental. Lisboa: Ed. Scribe, 2016.

CALVÃO, João, (Coord. Geral) – Museu do Oriente de Armazém Frigorífico a Espaço Museológico. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.

CARVALHO, Pedro Moura – “Biombo". In O Mundo da Laca. 2000 anos de História. Lisboa: Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

CURVELO, Alexandra – “Armadura do Tipo Karuta Gane Tatami Do" e “Armadura Ryo Takahimo Renjaku Do". Iin Encomendas Namban – Os Portugueses no Japão da Idade Moderna. Lisboa. Ed. Fundação Oriente, 2010.

___________________ – “Capacete (Namban Boshi)". In Encomendas Namban – Os Portugueses no Japão da Idade Moderna. Lisboa. Ed. Fundação Oriente, 2010.

___________________ – “Estribos (Abumi)". In Encomendas Namban – Os Portugueses no Japão da Idade Moderna. Lisboa. Ed. Fundação Oriente, 2010.

___________________ – “Capacete Namban (Namban Boshi)". In Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.

___________________ – “Armadura Ryo Takahimo Renjaku Do", “Armadura do Tipo Hon Iyozane Nuinobe Do" e “Armadura do Tipo Karuta Gane Tatami Do". In Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.

___________________ – “Estribos Namban (Abumi)". In Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.

CURVELO, Alexandra [Et. Al], Museu do Oriente, Lisboa. Bélgica: Ed. Fondation BNP Paribas, Fundação Oriente, 2008.

DIAS, Pedro – Arte de Portugal no Mundo. Índia. Urbanização e Fortificação. Lisboa: Ed. Público, 2009, Vol. 9.

OREY Leonor d' – “Junco Chinês" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.

PINTO, Carla Alferes – “Aguarelas Indianas (dezanove), in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.

PINTO, Maria Helena Mendes – “Canon de mousquet" in, Via Orientalis. Lisboa: Ed. Europália, 1991.

SOUSA, Conceição Borges de – “Biombo" in, Três Embaixadas Europeias à China. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2018.

SOUSA, Conceição Borges de – “Biombo Macau e Cantão" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.

SOUSA, Conceição Borges de – “Cano de Espingarda" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008.​


NOTAS

[1] O Museu do Oriente foi instalado no edifício Pedro Álvares Cabral, dos anos 40 do século XX, um antigo armazém frigorifico da Comissão Reguladora do Comércio de Bacalhau, situ na Doca de Alcântara, Lisboa (Vd. CALVÃO, João, (Coord. Geral), Museu do Oriente de Armazém Frigorífico a Espaço Museológico. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, 79 pp.).

[2] DIAS, Pedro, Arte de Portugal no Mundo. Índia. Urbanização e Fortificação. Lisboa: Ed. Público, 2009, Vol. 9, p. 92.

[3] DIAS, Pedro, Arte de Portugal no Mundo. Índia. Urbanização e Fortificação. Lisboa: Ed. Público, 2009, Vol. 9, p. 59.

[4] PINTO, Carla Alferes, “Aguarelas Indianas (dezanove), in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, pp. 78-86.

[5] SOUSA, Conceição Borges de, “Cano de Espingarda" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, pp. 37-38 Sobre esta peça Vd. Também PINTO, Maria Helena Mendes, “Canon de mousquet" in, Via Orientalis. Lisboa: Ed. Europália, 1991, p. 142.

[6] ALVES, Filomena e ALVES, Paulo Cunha, Do Oriente ao Ocidente: A Aventura da Porcelana Chinesa de Exportação com Decoração Ocidental. Lisboa: Ed. Scribe, 2016, p. 33.

[7] ALVES, Filomena e ALVES, Paulo Cunha, Do Oriente ao Ocidente: A Aventura da Porcelana Chinesa de Exportação com Decoração Ocidental. Lisboa: Ed. Scribe, 2016, p. 57.

[8]Idem, p. 78.

[9] ALVES, Filomena e ALVES, Paulo Cunha, Do Oriente ao Ocidente: A Aventura da Porcelana Chinesa de Exportação com Decoração Ocidental. Lisboa: Ed. Scribe, 2016, p. 76.

[10] Onde actualmente está instalado o Museu de Macau.

[11] SOUSA, Conceição Borges de, “Biombo Macau e Cantão" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, pp. 152-153. Sobre esta peça Vd. Também CARVALHO, Pedro Moura, “Biombo" in, O Mundo da Laca. 2000 anos de História. Lisboa: Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2001, p. 55 e SOUSA, Conceição Borges de, “Biomb
o" in, Três Embaixadas Europeias à China. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2018, p. 133.

[12] OREY Leonor d', “Junco Chinês" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, p. 224.

[13] Daimyo, o mesmo que Chefe militar.

[14] CURVELO, Alexandra, “Capacete Namban (Namban Boshi)" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, p. 122. Sobre esta peça Vd. também CURVELO, Alexandra, “Capacete (Namban Boshi)", in Encomendas Namban – Os Portugueses no Japão da Idade Moderna. Lisboa. Ed. Fundação Oriente, 2010, pp. 60-61.

[15] CURVELO, Alexandra, “Estribos Namban (Abumi)" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, p. 123. Sobre esta peça Vd. também CURVELO, Alexandra, “Estribos (Abumi)", in Encomendas Namban – Os Portugueses no Japão da Idade Moderna. Lisboa. Ed. Fundação Oriente, 2010, pp.52-55.

[16] CURVELO, Alexandra, “Armadura Ryo Takahimo Renjaku Do", “Armadura do Tipo Hon Iyozane Nuinobe Do" e “Armadura do Tipo Karuta Gane Tatami Do" in, Presença Portuguesa na Ásia – Testemunhos, Memórias, Coleccionismo. Lisboa: Ed. Fundação Oriente, 2008, pp. 429-435. Sobre as peças FO/1082 e 1084 Vd. também CURVELO, Alexandra, “Armadura do Tipo Karuta Gane Tatami Do" e “Armadura Ryo Takahimo Renjaku Do", in Encomendas Namban – Os Portugueses no Japão da Idade Moderna. Lisboa. Ed. Fundação Oriente, 2010, pp. 34-39.

Joana Belard da Fonseca

Colaboradora da Fundação Oriente desde 2004, é Conservadora responsável pela coleção “Presença Portuguesa na Ásia" desde 2006 e exerce as funções de Diretora-adjunta no Museu do Oriente desde Setembro de 2017.

Mestre em Artes Decorativas (Universidade Católica Portuguesa), Pós-graduada em Artes Decorativas (Universidade Católica Portuguesa), Pós-graduada em “Museologia e Património" (Universidade Lusíada) e licenciada em “História" (ramo Científico) (Universidade Lusíada).​


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Como citar este texto:

DFONSECA, Joana Belard da– Representações de Cariz Militar no Acervo do Museu do Oriente. Revista Portuguesa de História Militar - Dossier: Génese do Império Português do Oriente. [Em linha] Ano III, nº 5 (2023); https://doi.org/10.56092/UEIQ8811 [Consultado em ...].

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