O CORSO E A PIRATARIA NO GOLFO LUSO-HISPANO-MARROQUINO: DA CONQUISTA DE CEUTA (1415) À MORTE DE D. MANUEL I (1521)

Fernando Pessanha
Resumo
Com o fim da conquista cristã no ocidente peninsular, em 1249, a guerra entre portugueses e mouros não terminou, sendo rapidamente catapultada da terra para o mar. Em Portugal, a guerra de corso adquiriu uma expressão bastante precoce, nomeadamente, nas costas do Algarve, voltadas para o Mar das Éguas. É nesse sentido que, seguindo uma metodologia de trabalho baseada no confronto de informação entre as fontes históricas e a bibliografia especializada, o presente artigo pretende apresentar uma súmula do que foi a acção do corso e da pirataria no golfo luso-hispano-marroquino entre os inícios da Expansão Portuguesa (1415) e a morte de D. Manuel (1521).
Palavras-Chave: Corsários; Pirataria; Algarve; Andaluzia; Norte de África.
Abstract
With the end of the christian conquest in the western Iberian Peninsula, in 1249, the war between the portuguese and the moors didn't finish, as it was quickly transferred from land to sea. In Portugal, the corsair war started very early on, mainly on the algarvian coast, facing the Mar das Éguas. Using a methodology based on comparing the information in historical sources and a specialised bibliography, this article intends to present a summary of the acts of the corsairs and piracy in the the gulf between Portugal, Spain and Morocco, from the beginning of the Portuguese Expansion (1415) until the death of king Manuel (1521).
Keywords: Corsairs; Piracy; Algarve; Andalucia; North Africa.
Introdução
A guerra de corso no golfo luso-hispano-marroquino é quase tão antiga quanto as guerras entre os reinos cristãos e muçulmanos na Península Ibérica, tal como sugere a actividade corsária de D. Fuas Roupinho referida na Crónica de Portugal de 1419[1]. É certo que, no que se refere ao Algarve, ficaram célebres alguns ataques do corso e da pirataria, já nos tempos da União Ibérica. Foi o caso do assalto de Sir Francis Drake que, depois de saquear Cádis, assaltou e incendiou a fortaleza de Sagres em 1587[2], quando Dom Fernão Teles de Meneses detinha o governo do Reino do Algarve[3], ou o do famoso assalto do Conde de Essex a Faro que, em 1596, saqueou e incendiou a cidade, aquando do governo de Rui Lourenço de Távora[4]. Porém, muitos mais assaltos tiveram lugar numa região que, com o advento da Expansão e dos Descobrimentos, testemunhou o crescente aumento do tráfego marítimo desde os inícios do século XV. Refira-se, em abono da verdade, que a documentação publicada em colectâneas como Monumenta Henricina[5], Documentos das Chancelarias Reais anteriores a 1531 relativos a Marrocos[6], Documentos do Corpo Cronológico relativos a Marrocos (1488 a 1514)[7] ou Les Sources Inédites de l'histoire du Maroc[8], para além de crónicas quatrocentistas e quinhentistas como Anais de Arzila, de Bernardo Rodrigues[9], Corografia do Reino do Algarve, de Frei João de São José[10], ou História do Reino do Algarve, de Henrique Fernandes Sarrão[11], registam a acção do corso e da pirataria contra as costas meridionais de Castela e de Portugal. No entanto, não obstante a relativa abundância das fontes primárias e das informações facultadas pela cronística dos séculos XV e XVI, verifica-se uma manifesta escassez de investigações relativas à guerra de corso no designado Mar das Éguas[12], principalmente, no que se refere a esta prática depredatória nos mares que banham as costas algarvias de Aquém e de Além-mar.
Tal como tivemos oportunidade de afirmar em anterior publicação[13], é certo que a nossa História Contemporânea assistiu à publicação de vários trabalhos de âmbito generalista sobre episódios de Guerra Naval, como Annaes da Marinha Portugueza, de Ignácio da Costa Quintela[14], Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, de Saturnino Monteiro[15] ou Grandes Batalhas Navais Portuguesas, de José António Rodrigues Pereira[16]. Porém, e à excepção de publicações como A Guerra Naval no Norte de África (Séculos XV-XVII), raras têm sido as análises ou considerações estratégicas acerca da actividade do corso e da pirataria no designado Mar das Éguas, constatação que se torna ainda mais estranha se atendermos à precoce expressão que a guerra de corso teve em Portugal logo após a conquista de Faro[17], tal como sugere a Crónica de Portugal de 1419, ao mencionar que D. Afonso III assolou “a terra d'Afriqua com grande frota de navios"[18]. De resto, e como é de conhecimento geral, a guerra de corso acabou por ganhar novo impulso já no reinado seguinte, quando D. Dinis incumbiu o almirante Manuel Pessanha de operacionalizar o primeiro dispositivo oficial da marinha de guerra portuguesa[19].
De facto, não podemos afirmar a existência de uma linha de investigação dedicada ao estudo do corso e da pirataria no Algarve, apesar dos esforços que, nos últimos anos, temos vindo a consagrar a este tema. Com efeito, tem sido a identificação de vários documentos, assim como a sua análise e problematização, a permitir a publicação de novas investigações nos últimos anos, principalmente, no que se refere à actividade do corso e da pirataria no extremo sotavento algarvio, mais concretamente nas imediações da foz do Guadiana, a principal via de penetração no sudoeste peninsular[20]. Foi nesse sentido que, analisados em anteriores trabalhos os principais ataques da pirataria, as origens dos grupos de piratas e a identidade dos seus principais comandantes, considerámos pertinente apresentar no presente artigo uma súmula do que foi a actividade do corso e da pirataria no golfo luso-hispano-marroquino, para a balizagem cronológica compreendida entre os inícios da Expansão Portuguesa (1415) e a morte de D. Manuel (1521).
Da conquista de Ceuta (1415) à morte de D. Manuel (1521)
Como anteriormente afirmámos, ficaram célebres alguns ataques do corso e da pirataria no Algarve, como o já referido assalto de Francis Drake a Sagres, em 1587, ou o do Conde de Essex a Faro, em 1596. Porém, muitas mais ofensivas tiveram lugar num Reino do Algarve que, com o início da Expansão e dos Descobrimentos, testemunhou um gradual crescimento do tráfego marítimo desde a conquista de Ceuta e da exploração da costa Atlântica do noroeste africano, ainda na primeira metade da centúria de quatrocentos. É verdade que as navegações entre o Algarve e outros centros do comércio internacional, como a Andaluzia, o Norte de África ou o Norte da Europa, eram já uma realidade com alguma expressão no final da Idade Média[21]. Todavia, a necessidade de abastecer e defender Ceuta – responsabilidade que desde 1416 recaiu sobre o infante D. Henrique[22] – tal como a actividade corsária desenvolvida pelo primeiro capitão português desta praça[23]e evidenciada em documentos como Chronica do Conde D. Pedro de Menezes[24], denunciam bem o incremento do trânsito marítimo no Mar das Éguas, também conhecido por golfo luso-hispano-marroquino, a partir da segunda década do século XV. Situação, aliás, que reflecte o motivo pelo qual o infante D. Henrique incumbe Gonçalves Zarco de comandar missões de patrulhamento nas costas portuguesas do sul, de modo a defendê-las dos ataques do corso e da pirataria[25].

Figura 1 - O golfo luso-hispano-marroquino no Atlas de Fernão Vaz Dourado, de 1571. A.N.T.T., Colecção Cartográfica, Nº 165.
Para além da navegação entre as costas portuguesas e o Estreito de Gibraltar, também devemos ter em consideração o incremento do tráfego marítimo como consequência do reconhecimento e consequente exploração do Atlântico e da costa ocidental de África, nomeadamente, a partir da década de quarenta da centúria quatrocentista, quando começaram a chegar ao Algarve os escravos aprisionados na África subsariana. De facto, foi em 1441 que Antão Gonçalves trouxe os primeiros escravos negros, capturados na costa norte da Mauritânia. Três anos depois, um grupo de algarvios dirigido pelo almoxarife de Lagos armou seis caravelas e alcançou a costa da Mauritânia, trazendo consigo duzentos e trinta e cinco escravos. A partir de então deu-se um substancial incremento do tráfego esclavagista, já que entre 1441 e 1448 deram entrada em Portugal um mínimo de mil escravos ou talvez mais[26].
Não se pense, porém, que as navegações portuguesas foram as únicas responsáveis pelo aumento da navegação no golfo luso-hispano-marroquino e nas costas do noroeste africano ao longo do século XV. É do conhecimento geral que Castela, que pontualmente lançava incursões no Norte de África[27], tentava estabelecer-se na costa atlântica da Berbéria, ambição que levou a uma rivalidade com Portugal relativamente à política expansionista em África e que se encontrava estreitamente relacionada com a querela sobre a posse das Canárias. Com efeito, em 8 de Janeiro de 1454, depois de o rei de Castela outorgar as Canárias ao duque de Medina Sidónia[28], o infante D. Henrique obteve do papa Nicolau V a bula Romanus Pontifex, que concedia aos portugueses as terras tomadas perto de Ceuta e as descobertas a sul do Bojador e do Cabo Não[29]. No entanto, a bula papal não era explícita quanto aos direitos de Portugal e de Castela sobre a costa atlântica, o que permitiu que os castelhanos afirmassem que a linha divisória da partilha passava pelo Cabo Bojador, enquanto Portugal defendia que o limite seria o Cabo Não (actual Cabo Chaunar), muito mais a norte[30]. Foi neste sentido que, enquanto Portugal se lançou na conquista da costa marroquina durante a segunda metade da centúria quatrocentista, os castelhanos se lançaram em incursões na costa africana fronteira às Canárias. Por outras palavras, foram os castelhanos estabelecidos no arquipélago canário que em 1477/1478 tentaram estabelecer-se na costa continental africana, em território situado aproximadamente à mesma latitude[31].
Finalmente, há ainda a considerar que, para além da Expansão portuguesa e da fixação castelhana nas Canárias, também a actividade marítima das cidades da Berbéria contribuiu para o aumento da navegação no golfo luso-hispano-marroquino durante o século XV. Refira-se, a título de exemplo, o que diz Damião de Góis da Alcácer Ceguer antes da conquista portuguesa de 1458, descrita como vila de “homens de guerra, principalmente no negócio do mar, no qual erao muy exercitados, e acostumados a fazer mal, e dano aos Christãos da Hespanha, e a outros que navegavam para aquelle Estreyto"[32]. De igual modo, também Leão-o-Africano, ao identificar os motivos pelos quais Anafé (Casablanca) foi arrasada pelo infante D. Fernando (irmão de D. Afonso V), em 1468, revela que no porto da cidade eram armadas fustas com as quais os seus homens atravessavam o golfo luso-hispano-marroquino e assaltavam as costas andaluzas e toda a costa portuguesa[33], para além das informações de que dispomos sobre a actividade corsária lançada a partir dos portos de outras cidades magrebinas, como Salé[34] ou Larache[35].

Figura 2 - Planta seiscentista de Larache em Descrição e plantas da costa, dos castelos e fortalezas, desde o reino do Algarve até Cascais, da ilha Terceira, da praça de Mazagão, da ilha de Santa Helena, da fortaleza da Ponta do Palmar na entrada do rio de Goa, da cidade de Argel e de Larache, fl. 112. A.N.T.T., Casa de Cadaval, Nº 29.
Constata-se, deste modo, que a guerra de corso protagonizada por D. Pedro de Meneses ou pelo infante D. Henrique[36] - que em 1433 passou a auferir um quinto de tudo o que fosse tomado pelos navios que andassem a patrulhar o Estreito de Gibraltar[37] - tinha equivalente no outro lado do Mar das Éguas, onde, ainda antes do séc. XV, eram igualmente armadas embarcações destinadas ao mesmo tipo de prática corsária contra as costas do Algarve. Vejam-se, a título de exemplo, o assalto de doze galés muçulmanas a Lagos, em 1332, do qual resultou a captura de alguns moradores levados para África como cativos[38], ou o que nos revela a Monarchia Lusitana sobre o ano de 1354:
“como hua poderosa armada de Mouros Affricanos buscara a costa do Algarve e por assalto invadira e entrara hua villa maritima com com lastimoso estrago dos fieis que a povoavão e guarnecião não escapando algum da espada e do grilho assolando sem distinção o sagrado e o profano e carregadas suas galez de despojos e cativos a deixarão destruída e toda a costa amedretada com o proposito que levavão de voltarem com maior poder a executar mayores danos"[39].
Logo no ano seguinte, em 1355, salienta a Bula Romana de Inocêncio VI como os mouros “subitamente e com elevado número de galés, invadiram as terras portuguesas e tomaram vila do Algarve, onde roubaram as igrejas, mataram e cativaram os habitantes e ameaçam voltar"[40], assim como temos notícia de um bando de salteadores muçulmanos que, em 1385, irrompeu sobre Loulé, capturando um vereador do concelho municipal[41]. Por outras palavras, situações que testemunham a actividade do corso e da pirataria muçulmana nas costas do Algarve e que refletem como a guerra entre cristãos e muçulmanos foi catapultada de terra para o mar após a conquista cristã do sudoeste peninsular.
Por fim, para além da actividade corsária fomentada pelas cidades magrebinas, há ainda a destacar o trato comercial que estas mantiveram com a Europa ao longo de toda a centúria de quatrocentos e que contribuiu para o aumento do tráfego marítimo, como o comércio que a já referida Anafé tinha com mercadores portugueses e ingleses[42] e a exportação de trigo desta cidade para Granada[43] (compensado pela seda, roupa e moedas de ouro e prata que o reino granadino exportava para Anafé[44]). De igual modo, também Larache se assumia como “Alfandega de grande parte de Berberia"[45], Salé mantinha negócios com mercadores genoveses, venezianos, ingleses e flamengos[46], enquanto cidades como Azamor e Safim mantinham privilegiadas relações comerciais com os portugueses[47], como podemos verificar pelos contratos estabelecidos entre D. João II e os habitantes destas cidades da Duquela[48].
Por altura da assinatura do Tratado de Alcáçovas, em 6 de Março de 1480, já D. Afonso V, “o africano", se tinha transformado em rei dos Algarves Dalém-mar, depois de submeter Alcácer Ceguer, em 1458, Anafé, em 1468, Arzila, em 1471, e Tânger, em 1471. Não obstante Portugal fazer algumas cedências no Tratado de Alcáçovas, renunciando aos direitos que reclamava sobre as Canárias, viu ser-lhe reconhecido o direito de continuar com as conquistas na Guiné, a posse das ilhas descobertas ao sul das Canárias e o direito de conquista do reino de Fez, ou seja, vitórias políticas que se reflectiram na consequente intensificação das rotas de navegação. No entanto, se a conquista de alguns portos magrebinos se deveu aos ataques corsários lançados contra as costas portuguesas, a ocupação de várias cidades e fortalezas na costa norte-africana provocou uma contra-reacção magrebina, consubstanciada em frequentes acometimentos às costas de todo o sudoeste peninsular. De facto, com a conquista de Granada, em 1492, muitos muçulmanos da Andaluzia se refugiaram em cidades norte-africanas como Tetuão, Larache ou Salé, de onde passaram a fazer guerra de corso aos cristãos. Usando as palavras de Guillermo Gozalbes Busto: “las únicas fuentes de riqueza que tuvo para subsistir fueron las producidas por la guerra, en tierra contra las fronteras lusitanas, en el mar capturando toda presa cristiana que se ponía al alcance y poder de las fustas"[49].
Com a subida ao trono do “venturoso", deu-se uma considerável e gradual intensificação do tráfego marítimo no golfo luso-hispano-marroquino, como consequência da política expansionista de D. Manuel. Seria redundante afirmar que com a descoberta do caminho marítimo para a Índia, as armadas portuguesas passaram a lançar-se no Atlântico com uma regularidade até então nunca vista. No entanto, é ao projecto imperialista manuelino para o Norte de África que se deve, antes de mais, o incremento da navegação no Mar das Éguas. Ora, se a expedição militar contra Larache, em 1504, delatava uma linha de continuidade no que respeitava à destruição de bases corsárias, a edificação de novas fortalezas em Santa Cruz do Cabo de Gué, em 1505, e em Mogador, em 1506, já deixava prever o reforço da presença militar portuguesa na Berbéria, que acabaria por se consubstanciar com a conquista pelas armas dos mais importantes portos do noroeste magrebino, como Safim, em 1508, e Azamor, em 1513, e a construção de novas fortalezas satélite, como Aguz, em 1508, ou Mazagão, em 1513. Foi, portanto, a necessidade de abastecer e socorrer as praças lusas do Norte de África que conduziu a uma considerável intensificação da navegação no golfo luso-hispano-marroquino. Como Romero de Magalhães bem observou, “a ligação de Portugal com as praças marroquinas fazia-se através do Algarve e, em princípios do século XVI, sobretudo por Tavira"[50]. De facto, as cartas de quitação do reinado de D. Manuel são bem representativas dos bens que circulavam de e para o Algarve, nomeadamente, a nível de géneros alimentares, armamento, vestuário, alfaias religiosas, etc[51]. Do mesmo modo, situações como os socorros prestados por Rui Barreto, alcaide-mor de Faro[52], e Garcia de Melo, alcaide-mor de Castro Marim[53], ao cerco que os mouros puseram a Arzila, em 1516[54], ou os socorros enviados por Rui Barreto a Tânger, em 1520[55], afiguram exemplos de como o envio de auxílios às praças lusas do norte de África contribuíram para o intensificar da navegação no Mar das Éguas.
É, portanto, esta intensificação das rotas de navegação no golfo luso-hispano-marroquino que leva Bernardo Rodrigues a afirmar o “muito dano que alguas fustas de Tetuão fazião na costa de Castela especialmente de Malega até Cális e de Cális até o Algarve"[56], ao escrever sobre os anos relativos ao reinado de D. Manuel. De resto, até temos conhecimento de caravelas que asseguravam a carreira de Tavira para Arzila, frequentemente requisitadas para serviços de transporte[57], assim como os serviços prestados às praças norte-africanas por navios de Portimão ou de Faro, como a “caravella de Villa Nova, que sse chama ho mestre Duarte Gonsalvez"[58], que em 1515 navegava para São João de Mamora, ou o navio Santa Catarina que, em 1533 (já no reinado de D. João III), defendeu o porto de Santa Cruz do Cabo de Gué “com artelharya em guarda e defemçam do porto d'ella por amor das fustas e do serquo que tevee quando os Mouros"[59].
Dadas as circunstâncias, não será de estranhar que o surgimento de novas rotas de navegação e o desenvolvimento do tráfego marítimo tenha conduzido ao consequente incremento da prática corsária nos mares do Algarve, principalmente protagonizada pelos Estados rivais do reino de Portugal. Com efeito, são exactamente nos últimos anos do reinado de D. Manuel que começam a surgir novos adversários às portas do Mediterrâneo Ocidental. Em 1517, depois da tomada turca de Argel, foi o célebre corsário turco Barba Roxa que percorreu o estreito com catorze navios de remos “e, feitas algúas presas e tomados alguns navios, se meteo no rio de Larache"[60]. O estabelecimento de corsários turcos em Larache fez com que aquele porto se transformasse num temível ninho de piratas, o que se traduziu num agravamento da actividade corsária no golfo luso-hispano-marroquino. Foi, portanto, no sentido de conter o incremento da actividade corsária que, em 1520, D. Manuel determinou a criação oficial de uma armada permanente: a Armada do Estreito[61], já que nesse mesmo ano houve “nova certa que Barba Roxa, turco, avendo-se apoderado da cidade d'Arjel, no reino de Tremecem, se avia feito poderoso cosairo (…) e intentava vir aquele ano ao Estreito, como já outra vez viera no ano de dezassete"[62].
Com a morte de D. Manuel, em 13 de Dezembro de 1521[63], e a subida ao trono do príncipe herdeiro, D. João III herdou um vasto Império, cuja administração constituiu um enorme desafio[64]. No entanto, o novo monarca já veio a usufruir das medidas adoptadas ainda em vida de D. Manuel, nomeadamente, no que respeita à reestruturação da marinha portuguesa, sendo que para tal foram criadas três armadas: a Armada da Costa, a Armada das Ilhas e a já mencionada Armada do Estreito, que viria a ter como um dos seus capitães o célebre Vasco Fernandes César[65], “capitão de ua caravela d'armada, que foi a primeira que no Estreito andou servindo aos lugares"[66].

Figura 3 - Caravela portuguesa na representação de Tânger publicada no Civitates Orbis Terrarum, de Georg Braun (1572).
Por outras palavras, não será exagerado admitir que o final do reinado de D. Manuel corresponde a um ponto de viragem a nível da estratégia naval e da reestruturação da marinha portuguesa, principalmente, a nível da resistência contra os novos adversários que entretanto começavam a surgir no golfo luso-hispano-marroquino, nomeadamente, o corso turco e francês[67].
Considerações finais
Não podemos concluir o presente trabalho sem antes recapitularmos, em traços manifestamente gerais, algumas das ideias anteriormente apresentadas. Em primeiro lugar convém salientar que se a guerra de corso foi uma das armas de que os Estados se serviram para combater os seus adversários no mar, o Algarve foi uma região que, pela sua localização no golfo luso-hispano-marroquino, cedo se deparou com esse tipo de prática depredatória. De facto, ainda que a actividade corsária no Algarve fosse uma prática documentada desde a Idade Média, foi a partir de inícios da centúria quatrocentista, nomeadamente, a partir da tomada de Ceuta, que a guerra de corso ganhou novo impulso, tornando-se gradual ao longo do séc. XV. Com o advento da Expansão e dos Descobrimentos, surgiram novas rotas de navegação que, consequentemente, conduziram à intensificação da navegação no Mar das Éguas – condição que, desde logo, atraiu o corso protegido pelos Estados adversários e que transformou o golfo luso-hispano-marroquino num teatro de operações onde portugueses, castelhanos, franceses, norte-africanos e turcos se batiam em prol dos interesses dos Estados que representavam ou em função dos seus próprios interesses.
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PESSANHA, Fernando - Vasco Fernandes César – Um aventureiro nas costas do Algarve quinhentista. In Jornal do Baixo Guadiana, Nº 166, Março de 2014, p. 21;
PESSANHA, Fernando – Subsídios para a História do Baixo Guadiana e dos Algarves Daquém e Dalém-mar. Olhão: Edições Mandil / 4 Águas Editora, 2014;
PESSANHA, Fernando - Ayamonte na Expansão Portuguesa para o Norte de África. In Jornadas de História de la muy noble y leal ciudad de Ayamonte. Vol. XXI. Ayamonte: Ayuntamiento de Ayamonte, 2017, pp. 111-179;
PESSANHA, Fernando - Ataques da pirataria à foz do Guadiana e a acção de António Leite, alcaide-mor de Arenilha. In Anais do Município de Faro. Vol. XL. Faro: Câmara Municipal de Faro, 2018, pp. 63-94;
PESSANHA, Fernando - Cristóvão de Mendonça, navegador no oriente e capitão de Ormuz – um desconhecido comendador de Arenilha. In e-Strategica – Revista da Associação Ibérica de História Militar. Nº 2. Chernache, Dezembro de 2018, pp. 165-203;
PESSANHA, Fernando - A conquista e destruição de Anafé (Casablanca) pelo Infante D. Fernando (1468) – Considerações sobre uma pouco conhecida operação anfíbia. In Revista de História, da Sociedade e da Cultura. Nº 19. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2019, pp. 97-123;
PESSANHA, Fernando - Rui Barreto: a capitania do alcaide-mor de Faro em Azamor (1513-1514). In Anais do Município de Faro. Vol. XLI. Faro: Câmara Municipal de Faro, 2019, pp. 117-149;
PESSANHA, Fernando - A Pirataria na foz do Guadiana na primeira metade do séc. XVI. In Jornadas de Historia de Ayamonte. Vol. XXIII. Ayamonte: Ayuntamiento de Ayamonte, 2019, pp. 72-93;
PESSANHA, Fernando - D. Fernando de Meneses - Capitão de Ceuta, 1º Conde de Alcoutim e 2º Marquês de Vila Real. Olhão: Gente Singular Editora, 2019;
PESSANHA, Fernando - A Andaluzia na Expansão Portuguesa em Marrocos – Espaço de mobilidade e oportunidade nos alvores da Idade Moderna. In Mobilidad, interacciones y espacios de oportunidade entre Castilla y Portugal en la Edad Moderna. Sevilla: Universidad de Sevilla, 2019, pp.209-229;
PESSANHA, Fernando - A Pirataria no extremo sudeste algarvio, nos alvores da Idade Moderna. In Academia de Marinha - Memórias 2019. Vol. XLIX. Lisboa: Academia de Marinha, 2020, pp. 445-472;
PESSANHA, Fernando - 1521: o capitão Vasco Fernandes César e o combate no Estreito de Gibraltar contra uma frota inglesa. In Jornal do Algarve Magazine, Nº 3357, 29 de Julho de 2021, p. 6;
PESSANHA, Fernando - A acção do corsário Jean Florin no golfo luso-hispano-marroquino (1521-1525). In Jornal do Algarve Magazine, Nº 3383, 27 de Janeiro de 2022, p. 9.
PESSANHA, Fernando - Garcia de Melo – Bellator da Expansão Portuguesa nos Algarves de Aquém e de Além-mar. In Jornal do Algarve Magazine, Nº 3392, 30 de Março de 2022, p. 13.
PESSANHA, Fernando - O corso francês no Mar das Éguas na primeira metade do séc. XVI: o caso dos ataques aos mareantes de Faro, em 1538. In Anais do Município de Faro. Vol. XLIV. Faro: Câmara Municipal de Faro, no prelo.
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NOTAS
[1] Crónica de Portugal de 1419, Caps. 41 e 42, pp. 76-79. Sobre D. Fuas Roupinho veja-se SILVA, Tiago João Queimada e - Os feitos de D. Fuas Roupinho na Crónica de 1419. In Revista Portuguesa de História. Nº 43, pp. 91-104.
[2] Toda a artilharia da fortaleza de Sagres foi levada pelos homens de Francis Drake. Ver MAGALHÃES, Natércia - Algarve - Castelos, Cercas e Fortalezas. p. 257. Curiosamente, o primeiro desenho conhecido da Fortaleza de Sagres encontra-se na British Library, em Londres, e é da autoria de William Borough, oficial inglês que participou no assalto a Sagres.
[3] Sobre o governador Fernão Teles de Meneses veja-se SILVA, Maria do Rosário Duarte Ferreira e - Dom Fernão Teles de Meneses – Governador do Reino do Algarve. In Anais do Município de Faro. Vols. XXXI – XXXII, p. 110.
[4] LIMA, Luíz Caetano de - Geografia histórica de todos os estados soberanos de Europa, com as mudanças, que houve nos seus domínios, especialmente pelos tratados de Utrecht, Rastad, Badesn, da Barreira, da Quadruple Alliança, de Hannover, e de Sevilha; e com as geneologias das Casas reynantes, e outras muy principaes, dedicada à sacra, real, augusta magestade delrey D. João V Nosso Senhor. Tomo II, Capítulo XIV, p. 317. Ver também MAGALHÂES, Joaquim Romero de - O assalto dos ingleses a Faro em 1596. In O Algarve na Época Moderna – Miunças 2. pp. 107-140.
[5] Monumenta Henricina. 8 Vols, 1960-1967.
[6] Documentos das Chancelarias Reais anteriores a 1531 relativos a Marrocos. Tomos I- II, 1915-1934.
[7] Documentos do Corpo Cronológico relativos a Marrocos (1488 a 1514). 1925.
[8] Les Sources Inédites de l'Histoire du Maroc. 5 Vols, 1934-1953.
[9] RODRIGUES, Bernardo - Anais de Arzila. 2 Vols., 1915-1919.
[10] JOSÉ, Frei João de São - Corografia do Reino do Algarve (1577). In Duas Descrições do Algarve do Século XVI. pp. 21-132.
[11] SARRÃO, Henrique Fernandes - História do Reino do Algarve. In Duas Descrições do Algarve do Século XVI. pp. 133-174.
[12] Carlos Riley, por exemplo, delimita o Mar das Éguas “emoldurado, a norte, pela fachada peninsular que se estende de Cádis ao Cabo de São Vicente e, a sul, pelo trecho de costa magrebina que vai de Tânger até à região de Safim". Ver RILEY, Carlos - Ilhas atlânticas e costa africana. In História da Expansão Portuguesa. Vol. I, p. 139.
[13] PESSANHA, Fernando - O corso francês no Mar das Éguas na primeira metade do séc. XVI: o caso dos ataques aos mareantes de Faro, em 1538. In Anais do Município de Faro. Vol. XLIV, no prelo.
[14] QUINTELA, Ignácio da Costa - Annaes da Marinha Portugueza. 2 Tomos, 1839.
[15] MONTEIRO, Saturnino - Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa – 1139-1521. Vols I - III, 1989.
[16] PEREIRA, José António Rodrigues - Grandes Batalhas Navais Portuguesas, 2013.
[17] Note-se que pouco depois da conquista de Faro, D. Afonso III procurou motivar a Ordem de Avis e os moradores de Albufeira a armarem navios para a luta contra os muçulmanos, cedendo-lhes, em Março de 1250, o quinto das presas que fossem feitas nos combates navais. Ver OLIVEIRA, Luís Filipe - Da Defesa da fronteira à Guerra no Mar: A Coroa e as Ordens Militares. In Guerra santa y cruzada en el Estrecho: El occidente peninsular en la primera mitad del Siglo XIV. p. 285.
[18] Crónica de Portugal de 1419. p. 160.
[19] MAIA, José dos Santos & SOARES, Luís Couto (coord.) - 700 anos Almirante Pessanha. 2017; MAIA, José dos Santos (coord.) - O Mar como Futuro de Portugal (c. 1223 – c. 1448) A propósito da contratação de Manuel Pessanha como Almirante por D. Dinis. 2019.
[20] Foi nesse sentido que, em 2018, publicámos Ataques da pirataria à foz do Guadiana e a acção de António Leite, alcaide-mor de Arenilha. In Anais do Município de Faro. Vol. XL, pp. 63-94 ou Cristóvão de Mendonça, navegador no oriente e capitão de Ormuz – Um desconhecido comendador de Arenilha. In e-Strategica - Revista da Associação Ibérica de História Militar. Nº 2, pp. 165-203. No ano seguinte, em 2019, foi a vez de publicarmos A Pirataria na foz do Guadiana na primeira metade do séc. XVI. In Jornadas de Historia de la muy noble y leal ciudad de Ayamonte. Vol. XXIII, pp. 72-93; em 2020 A Pirataria no extremo sudeste algarvio, nos alvores da Idade Moderna. In Academia de Marinha. Memórias 2019. Vol. XLIX, pp. 445-472; e em 2022, O corso francês no Mar das Éguas na primeira metade do séc. XVI: o caso dos ataques aos mareantes de Faro, em 1538. In Anais do Município de Faro. Vol. XLIV, no prelo, para além de um substancial conjunto de artigos informativos publicados nos órgãos de comunicação regionais e que brevemente serão compilados em II Subsídios para a História do Baixo Guadiana e dos Algarves Daquém e Dalém-mar.
[21] FONSECA, Luís Adão da - A ligação do Algarve aos grandes centros do comércio internacional. In O Algarve da Antiguidade aos nossos dias. pp. 131-138.
[22] Ver SILVA, Isabel L. Morgado de Sousa e - A Ordem de Cristo (1417-1421) – Revista Militarium Ordium Analecta. Nº 6, p. 63.
[23] CRUZ, Abel dos Santos - A guerra de corso e pirataria no Mediterrâneo Ocidental ao tempo do conde D. Pedro de Meneses (1415-1437). In A Guerra Naval no Norte de África (séculos XV – XIX). pp. 57-99; CAMPOS, Nuno Silva - Don Pedro de Meneses y la fundación de la Casa de Vila Real. pp. 101-108.
[24] ZURARA, Gomes Eanes de - Chronica do Conde D. Pedro de Menezes. In Collecção de livros inéditos de Historia Portugueza, dos reinados de D. João I, D. Duarte, D. Affonso V, e D. João II. Tomo II, pp. 213-626.
[25] VICENTE, Paulo David - As Primeiras Expedições Marítimas (1415-1437). In Viagens e Operações Navais 1139-1499. p. 129.
[26] ZURARA, Gomes Eanes de - Chronica do descobrimento e conquista de Guiné. 1841.
[27] Veja-se, a título de exemplo, AZNAR VALLEJO, Eduardo - Corso y piratería en las relaciones entre Castilla y Marruecos en la baja Edad Media. In En la España Medieval. Nº 20, pp. 407-419; IGLESIAS RODRÍGUEZ, Juan José - Las entradas de cristianos en Berbéria (Siglos XV-XVI). Relaciones pacíficas y violentas. In Revista de Historia de El Puerto. Nº 50, pp. 9-34.
[28] Colección de documentos ineditos para la Historia de España.... Tomo XXXVI, pp. 499-501. Veja-se também PESSANHA, Fernando - Ayamonte na Expansão Portuguesa para o Norte de África. In Jornadas de História de la muy noble y leal ciudad de Ayamonte. Vol. XXI, pp. 117 e 145.
[29] FIGANIER, Joaquim - História de Santa Cruz do Cabo de Gué (Agadir) – 1505-1541, p. 27.
[30] PESSANHA, Fernando - A Andaluzia na Expansão Portuguesa em Marrocos – Espaço de mobilidade e oportunidade nos alvores da Idade Moderna. In Mobilidad, interacciones y espacios de oportunidade entre Castilla y Portugal en la Edad Moderna. p. 211.
[31] FARINHA, António Dias - Os Portugueses em Marrocos. p. 29. De facto, em 1477/1478 Diego de Herrera e os seus homens construíram uma fortaleza na margem direita do rio Açaca, a que chamaram Santa Cruz de la Mar Pequeña, localizada ao sul de Meça e a norte do Cabo Não. Ver RUMEO DE ARMAS, Antonio - La Torre Africana de Santa Cruz de la Mar Pequeña. In Anuario de Estúdios Atlanticos. p. 405. Este forte respeitava, portanto, a interpretação de Castela quanto à bula de Nicolau V, mas aumentava o clima de tensão com Portugal, que se mostrava intransigente quanto às pretensões de Castela na costa africana.
[32] GÓIS, Damião de - Chronica do Principe Dom Joam. Capítulo XI, p. 43. Veja-se também PESSANHA, Fernando - A conquista e destruição de Anafé (Casablanca) pelo Infante D. Fernando (1468) – Considerações sobre uma pouco conhecida operação anfíbia. In Revista de História, da Sociedade e da Cultura. Nº 19, p. 103.
[33] AFRICADO, Juan León - Descripción General del África, Tercera Parte, p. 212. Usando as palavras de Duarte Nunes de Leão, “Dizem os Escritores dos Arabes que a tenção del Rey mandar sobre esta cidade, foi por as entradas, que della faziaõ os Mouros na costa de Castella, e Portugal, com galeões, e fustas, que tinhaõ bem armadas, de que os Christaõs recebiaõ muito dano". Ver LEÃO, Duarte Nunes de - Chronicas e vidas dos Reys de Portugal D. Duarte, undécimo, e D. Affonso o V, duodécimo. Capítulo XXXVIII, pp. 280-281.
[34] GODINHO, Vitorino Magalhães - História Económica e Social da Expansão Portuguesa. p. 80.
[35] GODINHO, Vitorino Magalhães - História Económica e Social da Expansão Portuguesa. p. 63.
[36] Sobre o infante D. Henrique no Algarve veja-se IRIA, Alberto - O infante D. Henrique no Algarve. 1995; LOUREIRO, Rui Manuel - O infante D. Henrique no Algarve. In O Algarve da Antiguidade aos nossos dias. pp. 139-141.
[37] Ver Monumenta Henricina, Vol. IV, p. 266. Mais tarde, em 22 de Outubro de 1443, o regente D. Pedro confirma ao infante D. Henrique “o quinto e dizimo do que (…) os ditos navios" trouxerem das viagens de exploração ao sul do Cabo Bojador. Ver GODINHO, Vitorino Magalhães - Documentos Sobre a Expansão Portuguesa. Vol. I, p. 143.
[38] IRIA, Alberto - O Algarve e os Descobrimentos…, p. 133-134.
[39] JESUS, Frei Rafael de - Monarchia Lusitana. Parte Setima. Capítulo XVIII, p. 548.
[40] Bula de Inocêncio VI, de 27 Fevereiro de 1355. Documento publicado in Monumenta Henricina. Vol. I, Nº 102, p. 239. Veja-se também OLIVEIRA, Luís Filipe - Da Defesa da fronteira à Guerra no Mar: A Coroa e as Ordens Militares. In Guerra santa y cruzada en el Estrecho: El occidente peninsular en la primera mitad del Siglo XIV. p. 292.
[41] CRUZ, Abel dos Santos - A guerra de corso e pirataria no Mediterrâneo Ocidental ao tempo do conde D. Pedro de Meneses (1415-1437). In A Guerra Naval no Norte de África (séculos XV – XIX). p. 59; PESSANHA, Fernando – Sobre o corso e a pirataria magrebina no Algarve. In Jornal do Baixo Guadiana, Nº 135, p. 18. Do mesmo autor ver também Subsídios para a História do Baixo Guadiana e dos Algarves Daquém e Dalém-mar. p. 30.
[42] AFRICADO, Juan León - Descripción General del África, Tercera Parte, pp. 210-212. Veja-se também PESSANHA, Fernando - A conquista e destruição de Anafé (Casablanca) pelo Infante D. Fernando (1468). In Revista de História, da Sociedade e da Cultura. Nº 19, p. 102.
[43] ZURARA, Gomes Eanes de - Chronica do Conde D. Pedro de Menezes. In Collecção de livros inéditos de Historia Portugueza, dos reinados de D. João I, D. Duarte, D. Affonso V, e D. João II. Tomo II, Capítulo XXI, pp. 559. Anafé era conhecida pelo trigo de qualidade que a sua comarca produzia, sendo em Portugal conhecido o designado trigo anafil, proveniente desta cidade. LEÃO, Duarte Nunes de - Chronicas e vidas dos Reys de Portugal D. Duarte, undécimo, e D. Affonso o V, duodécimo. Capítulo XXXVIII, p. 281.
[44] ZURARA, Gomes Eanes de - Chronica do Conde D. Pedro de Menezes. In Collecção de livros inéditos de Historia Portugueza, dos reinados de D. João I, D. Duarte, D. Affonso V, e D. João II. Tomo II, Capítulo XXXIII, p. 315; Veja-se também PESSANHA, Fernando - A conquista e destruição de Anafé (Casablanca) pelo Infante D. Fernando (1468). In Revista de História, da Sociedade e da Cultura. Nº 19, p. 102.
[45] ZURARA, Gomes Eanes de - Chronica do Conde D. Pedro de Menezes. In Collecção de livros inéditos de Historia Portugueza, dos reinados de D. João I, D. Duarte, D. Affonso V, e D. João II. Tomo II, p. 405.
[46] GODINHO, Vitorino Magalhães - História Económica e Social da Expansão Portuguesa. p. 80.
[47] No caso de Safim veja-se, a título de exemplo, AZEVEDO, Pedro de - Documentos das Chancelarias Reais anteriores a 1531 relativos a Marrocos. Vol. II, pp. 106-107 e 250-251; GODINHO, Vitorino Magalhães - História Económica e Social da Expansão Portuguesa. p. 92.
[48] Ver Carta de D. João II aos habitantes de Azamor, em 3 de Julho de 1486. Documento publicado in Les Sources Inédites de l'histoire du Maroc. Vol. I, Doc. I, pp. 4-8; Carta de D. João II ao alcaide e habitantes de Safim, em 16 de Outubro de 1488. Documento publicado in Documentos do Corpo Cronológico relativos a Marrocos (1488 a 1514). pp. 5-9 e por Les Sources Inédites de l'histoire du Maroc. Vol. I, Doc. III, pp. 25-30.
[49] GOZALBES BUSTO, Guillermo - Convivencia judeo-morisca en el exilio. In Espacio, Tiempo y Forma. Série IV, Hª Moderna, T. 6, p. 86. Veja-se também PESSANHA, Fernando - D. Fernando de Meneses - Capitão de Ceuta, 1º Conde de Alcoutim e 2º Marquês de Vila Real. p. 64.
[50] MAGALHÃES, Joaquim Romero de - Tavira no Algarve do Século XVI. In O Algarve na Época Moderna. pp. 81-96. Sobre a relação entre Tavira e as praças dos Algarves Dalém-mar veja-se CRUZ, Maria Leonor García da - Tavira no processo de abandono de praças portuguesas do Norte de África no século XVI. Abertura de um estudo. In Espírito e Poder – Tavira nos Tempos da Modernidade. pp. 20-45.
[51] Archivo Historico Portuguez. 11 Vols, Lisboa, 1903-1916.
[52] Sobre Rui Barreto veja-se PESSANHA, Fernando - Rui Barreto: a capitania do alcaide-mor de Faro em Azamor (1513-1514). In Anais do Município de Faro, Vol. XLI, pp. 117-150.
[53] Sobre Garcia de Melo veja-se PESSANHA, Fernando - Garcia de Melo – Bellator da Expansão Portuguesa nos Algarves de Aquém e de Além-mar. In Jornal do Algarve Magazine, Nº 3392, p. 13.
[54] GÓIS, Damião de - Chronica do Serenissimo Senhor Rei D. Manoel. IV. Capítulo V, pp. 454-455; RODRIGUES, Bernardo - Anais de Arzila. Tomo I, Liv. II, Capítulo XXIV, p. 188 e Capítulo XXV, p. 18.
[55] Carta de Rui Barreto para o rei D. Manuel informando-o que tendo chegado para descansar recebera a notícia do cerco de Tânger, para onde partira sem demora com a sua gente. A.N.T.T., Cartas dos Governadores de África, Nº 83. Ver também PINTO, Pedro, - Índice Analítico das Cartas dos Governadores de África na Torre do Tombo. In Anais da História de Além-Mar. Vol. XI, p. 268.
[56] RODRIGUES, Bernardo - Anais de Arzila. Livro I, Capítulo XXVII, p. 90.
[57] Veja-se, a título de exemplo, o caso da caravela de Jorge Lopes e de Rodrigo Afonso, frequentemente requisitada para o transporte de Tavira para Arzila. Ver RODRIGUES, Bernardo - Anais de Arzila. Vol. I., Cap. LXXV, p. 327; Cap. XCIX, p. 401; Cap. CXXIV, pp. 480-481; Cap. CXXIX, p. 497.
[58] Veja-se, a título de exemplo a “caravella de Villa Nova, que sse chama ho mestre Duarte Gonsalvez". Ver Carta de mestre Duarte a D. Manuel, em 19 de Julho de 1515. Documento publicado in Les Sources Inédites de l'histoire du Maroc. Vol. I, Doc. CXXXIX, p. 704.
[59] Ver a ordem de pagamento de Rui Dias de Aguiar, de 10 de Junho de 1533. Documento publicado in Les Sources inedites de l´Histoire du Maroc. Tomo II, Seconde partie, Doc. CXLVII, p. 591.
[60] RODRIGUES, Bernardo - Anais de Arzila. Vol. I., Cap. XXXIX, p. 227. Veja-se também RESENDE, Vasco - Os Portugueses em Marrocos e a guerra no mar no princípio do século XVI. In A Guerra Naval no Norte de África (séculos XV – XIX). pp. 122-123.
[61] Sobre a Armada do Estreito veja-se GODINHO, Rui Landeiro - A armada do estreito de Gibraltar no século XVI. In A Guerra Naval no Norte de África (séculos XV – XIX). pp. 117-137.
[62] RODRIGUES, Bernardo - Anais de Arzila. Vol. I., Cap. LXII, pp. 285-286.
[63] GÓIS, Damião de - Chronica do Serenissimo Senhor Rei D. Manoel. IV, Capítulo LXXXIII, p. 593; OSÓRIO, Jerónimo - Da Vida e Feitos de El-Rei D. Manuel. Livro XII, p. 270. Sobre a vida deste monarca veja-se COSTA, João Paulo Oliveira e - D. Manuel I. 2001.
[64] Sobre o reinado de D. João III veja-se CARNEIRO, Roberto (Dir.) - D. João III e o Império - Actas do Congresso Internacional comemorativo do seu nascimento. 2004.
[65] Sobre Vasco Fernandes César vejam-se PISSARA, José Vergílio Amaro - Vasco Fernandes César, capitão da Armada do Estreito. In A Guerra Naval no Norte de África (séculos XV – XIX). pp. 139-156. Vejam-se também PESSANHA, Fernando - Vasco Fernandes César – Um aventureiro nas costas do Algarve quinhentista. In Jornal do Baixo Guadiana. Nº 166, Março de 2014, p. 21. Do mesmo autor veja-se também - 1521: o capitão Vasco Fernandes César e o combate no Estreito de Gibraltar contra uma frota inglesa. In Jornal do Algarve Magazine. Nº 3357, 29 de Julho de 2021, p. 6.
[66] RODRIGUES, Bernardo - Anais de Arzila. Tomo I, Capítulo LXII, p. 286.
[67] PESSANHA, Fernando - A Pirataria no extremo sudeste algarvio, nos alvores da Idade Moderna. In Academia de Marinha - Memórias 2019. Vol. XLIX, pp. 445-472. Do mesmo autor veja-se também - A acção do corsário Jean Florin no golfo luso-hispano-marroquino (1521-1525). In Jornal do Algarve Magazine. Nº 3383, 27 de Janeiro de 2022, p. 9 e O corso francês no Mar das Éguas na primeira metade do séc. XVI: o caso dos ataques aos mareantes de Faro, em 1538. In Anais do Município de Faro. Vol. XLIV, no prelo.
FERNANDO PESSANHA
Doutorando em Património Histórico, pela Universidade de Huelva, mestre em História do Algarve e licenciado em Património Cultural, pela Universidade do Algarve. Conferencista e investigador da Associação Ibérica de História Militar. É autor de A Cidade Islâmica de Faro e de vários artigos publicados em Portugal, Espanha e Marrocos. Actualmente exerce funções no Arquivo Histórico Municipal de Vila Real de Santo António
Citar este texto:
PESSANHA, Fernando – O Corso e a Pirataria no Golfo Luso-Hispano-Marroquino: Da Conquista de Ceuta (1415) à Morte de D. Manuel (1521). Revista Portuguesa de História Militar - Dossier: Da Fundação à Expansão, Séculos XII-XVI. [Em linha] Ano II, nº 2 (2022), https://doi.org/10.56092/WPEY6057, [Consultado em ...].
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