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A CONSTRUÇÃO HERÁLDICA DOS PARAQUEDISTAS NA FORÇA AÉREA PORTUGUESA

 

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Paulo Morais-Alexandre

 

 

Resumo: Historia-se a primeira simbologia heráldica regulamentada dos paraquedistas na Força Aérea Portuguesa, derivada da publicação do RFA 120-1 - Regulamento de Heráldica da Força Aérea e que levou à ordenação de um conjunto de brasões-de-armas cumprindo as regras heráldicas e promulgados pelo Chefe do Estado-Maior deste ramo das Forças Armadas.

Palavras-chave: Paraquedistas, Heráldica, Vexilologia, Simbologia, Brasão-de-armas


Abstract: The history of the first regulated heraldic symbolism of paratroopers in the Portuguese Air Force is studied. This derives from the publication of RFA 120-1 - Heraldic Regulation of the Air Force, which led to the creation of a set of coats of arms complying with the heraldic rules and promulgated by the Chief of Air Staff.

Keywords: Paratroopers, Heraldry, Vexillology, Symbolism, Coat-of-arms



 

Introdução

Desde a sua formação que as tropas paraquedistas utilizaram simbologia própria, sendo muito importante registar que, com a heráldica da unidade, do batalhão ou mesmo da companhia aposta nos seus uniformes, um número muito significativo de paraquedistas deu a sua vida a combater por Portugal, como o atesta a impressionante Sala de Memória do Museu das Tropas Paraquedistas. Assim, haverá que referir, antes de tudo, que esta, mais do que uma mera elucubração, mais ou menos inspirada de um heraldista e de poder ser alvo de crítica em termos de análise estética e heráldica, tem um valor maior, o de fulcral elemento galvanizador de tropas, de sentido de pertença a um corpo (fig. 1). Pretende-se, pois, corresponder ao repto lançado por Michel Pastoureau de estabelecer a ligação entre a Heráldica e as questões da imagem[1], que no presente caso pretende refletir a estruturação em termos visuais dos organismos paraquedistas portugueses e a forma como estes comunicam, para o exterior, dando a imagem da instituição, mas também para o interior, criando denominadores comuns aos militares dos diferentes organismos, que, quando em combate, servem também de galvanizadores das tropas. Trata-se de um fenómeno por todos conhecido que não é recente, antes remontando pelo menos à Idade Média, onde, a este nível, ficou registado na História de Portugal um momento particularmente emblemático, o episódio ocorrido na batalha de Toro, protagonizado por Duarte de Almeida, o Decepado[2].

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Fig. 1 - Desfile do Dia dos Paraquedistas, data desconhecida (fotografia de Alfredo Serrano Rosa)

 

1. Regulamentando a Heráldica na Força Aérea

No dia 22 de dezembro de 1978 publicava-se em Ordem de Serviço a DIRECTIVA N.º 19/78 DE 14DEZ78 - REGULAMENTAÇÃO DA HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea[3] que começava por reconhecer que a representação simbólica das diferentes entidades da Força Aérea «[…] tem vindo a ser adoptada pelo menos, sem obediência a qualquer regra heráldica ou regulamentação uniformizadora dos critérios para a escolha dessa simbologia.»[4] Assim, à semelhança do que havia acontecido para o Exército e para a Armada, publicava-se um regulamento provisório, destinado a ser experimentado pelo período de três anos. Data de 30 de novembro de 1978 a carta de promulgação do RFA 120-1 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA[5], assinada pelo general Lemos Ferreira, Chefe de Estado-Maior deste ramo das Forças Armadas Portuguesas. Este diploma classificava a simbologia da Força Aérea e estabelecia os organismos com direito ao uso de brasão-de-armas[6]. Mais se estabelecia que os oficiais comandantes dos órgãos referidos, desde que com, pelo menos, a patente de coronel, tinham direito ao uso de brasão de armas[7]. Em 1985 foi publicado um novo REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA[8]. Este não modificava muito substancialmente o que anteriormente tinha sido colocado em vigor, antes apurava alguns conceitos. Ficava com esta regulamentação aberto o caminho para a produção de Heráldica de qualidade na Força Aérea Portuguesa, em geral, e nos organismos paraquedistas, em particular.​

2. As armas dos organismos paraquedistas na Força Aérea

A criação em 1975 do Corpo de Tropas Paraquedistas[9] e das suas unidades, Base Escola de Tropas Paraquedistas e Bases Operacionais de Tropas Paraquedistas n.ºs 1, 2 e 3 foi anterior à regulamentação da Heráldica da Força Aérea e à criação de um Gabinete dedicado a esta matéria neste ramo das Forças Armadas, que só chegaria em 1978. Se não houve a atribuição imediata de armas aos novos organismos, é certo que estes necessitavam imperiosamente de simbologia e, na sequência da entrada em vigor do já referido RFA 120-1 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA, datado de 30 de novembro de 1978[10], estavam lançadas as bases para a atribuição de heráldica correta e de qualidade, aos diferentes organismos da Força Aérea, tendo começado a ser  produzidos brasões-de-armas para este ramo das Forças Armadas o que incluía, obviamente, as estruturas paraquedistas. As informações são escassas e esparsas, até porque os despachos relativos às armas viriam a ser tardios. Não obstante pode-se afirmar que estes trabalhos começariam de imediato, como o provam duas iluminuras, uma de Eduardo Esperança para o estandarte do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas (fig. 2) e outra de José Bénard Guedes, para o estandarte da Base Escola de Tropas Paraquedistas (fig. 3), ambas inequivocamente datadas de 1979.

Uma imagem com texto, arte, Retângulo, desenho    Descrição gerada automaticamente 
Fig. 2 - Eduardo Esperança – Iluminura do estandarte do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

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Fig. 3 – José Bénard Guedes – Iluminura do estandarte da Base Escola de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Sabe-se que esta simbologia derivou, não de ordenações realizadas no interior do gabinete, mas da abertura de concursos públicos, um dos quais ganho por Manuel Artur Norton: «Paraquedistas: brasão de armas, bandeira e selo branco, (Concurso público: 1º prémio).»[11] Mas fica por se saber se pela palavra “Paraquedistas" se deve entender apenas o Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas ou, antes, todos os organismos que foram criados em 1975. A existência da anteriormente referida iluminura de Bénard Guedes pode levar a concluir, embora sem grande grau de certeza, que se tratou de mais do que um concurso, já que o iluminador a quem Manuel Artur Norton confiava a ilustração das armas que ordenava era Eduardo Esperança, enquanto que Bénard Guedes iluminava ele próprio as armas que ordenava. Paralelamente a solução encontrada, também por competição pública, para a simbologia da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2, evidenciava a existência de vários concursos. Uma das poucas referências aos concursos levados a cabo, está publicada num artigo publicado no periódico Boina Verde, assinado “O Collectas", que de forma muito sintética descreve o processo:

Algum tempo depois da sua activação foi lançado um concurso a nível nacional propondo a concepção dos novos símbolos heráldicos representativos do CEM, BETP, BOTP1 e BOTP2.

Embora a Força Aérea não tivesse publicado ainda legislação regulamentadora da sua heráldica própria, foram impostas aos concorrentes determinadas normas restritivas de molde a serem evitados desvios das principais regras de heráldica. Mesmo assim e tanto quanto sabemos, nem toda a simbologia das Unidades Para-quedistas se enquadra correctamente nas disposições legais sobre a matéria posteriormente elaboradas e publicadas pela Força Aérea em Diário da República através da Portaria n.º 309/85, de 25 de Maio [Regulamento de Heráldica da Força Aérea].[12]

Assim, à luz do RFA 120-1 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA[13], foram ordenadas, iluminadas armas para vários organismos paraquedistas e para os comandantes dos mesmos, a começar pelo do próprio Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas.

A publicação das armas seria posterior, já estando em vigor o “Regulamento de Heráldica da Força Aérea"[14], sendo promulgadas por despacho do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, que sairia publicado em Ordem de Serviço do Estado-Maior da Força Aérea. Assim, a simbologia heráldica do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas, seria a primeira a ser publicada, decorrendo do despacho n.º 24/87[15]; seguir-se-ia a simbologia heráldica da Base Escola de Tropas Paraquedistas, de acordo com o despacho n.º 22/88[16]; a simbologia heráldica da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1, por despacho n.º 30/88[17]; a simbologia heráldica do Grupo Operacional de Apoio e Serviços do Corpo de Tropas Paraquedistas, por despacho n.º 36/88[18].

É importante registar que nenhum outro organismo paraquedista da Força Aérea veria simbologia heráldica promulgada, embora várias estruturas tivessem usanças heráldicas por todos conhecidas, mas sem serem sustentadas por qualquer diploma legal.

3. O paquife das armas dos comandantes paraquedistas

Decorrendo da “liberdade", prevista no Regulamento, relativa à realização plástica dos elementos exteriores e dos acessórios do escudo, dos quais se dizia naquele diploma legal que, «[…] permitem a maior fantasia artística […]»[19], surgiria uma muito interessante prática heráldica nos brasões de armas dos comandantes dos organismos paraquedistas – um paquife diferenciado e muito especial. Importa deixar registado que essa “fantasia artística" não era unicamente praticada na realização plástica, mas também a montante, ou seja, ficava expressa na própria ordenação, sendo daqui que derivavam, obviamente as iluminuras das armas. Trata-se de um elemento que se considera particularmente interessante, o facto do paquife, nas armas de comandantes de organismos paraquedistas, diferir de outros em uso na Força Aérea, salvo o do próprio corpo, afastando-se claramente do modelo publicado no supramencionado Regulamento.

Assim, na heráldica da Força Aérea, o paquife foi alvo de alguma liberdade por parte dos iluminadores, o que, num meio, a heráldica militar, dominado por modelos, resultou que, a montante, na própria ordenação das armas, ficasse definida em várias ordenações uma descrição mais aprofundada de como deveria ser feita a estruturação do paquife e a sua realização plástica: «Paquife: pára-quedas desenrolados, esvoaçantes […]»[20]. Assim, vários brasões-de-armas tinham por paquife paraquedas desenrolados, esvoaçantes, de determinados metais e cores, o que constituía um interessante e até um inovador efeito plástico[21] (fig. 4).

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Fig. 4 – Eduardo Esperança – Iluminura do elmo, virol e paquife do brasão-de-armas do comandante da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1 (montagem do autor)


 

4. Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas

As armas do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas e demais simbologia heráldica derivaram de um concurso público ganho por Manuel Artur Norton que viria a encarregar a realização plástica desta ao iluminador Eduardo Esperança. Efetivamente, em 1979, este artista assinava a ilustração do estandarte do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas. Não obstante, a simbologia heráldica apenas seria publicada em Ordem de Serviço datada de 6 de outubro de 1987, por despachon.º 24/87, de 30 de setembro, do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Jorge Brochado Miranda. Este despacho incluía o brasão de armas da estrutura, o respetivo estandarte, o brasão-de-armas do comandante do Corpo de Tropas Paraquedistas e ainda o galhardete que a este competia. Registe-se que eram publicadas as ordenações sem qualquer ilustração[22].

As armas do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas tinham a seguinte descrição heráldica: Escudo: em campo de vermelho, três paraquedas abertos com gomos alternados de prata e negro, unidos nas extremidades dos cordões por uma manilha de ouro. Coronel: aeronáutico, de ouro, constituído por um aro liso com virolas nos bordos superior e inferior, encimado por oito pontas, das quais cinco aparentes; a ponta central e as laterais são encimadas por duas asas de águia estendidas; as pontas intermédias são encimadas por cruzes de Cristo. Condecoração: circundando o escudo a partir dos cantos do chefe, o Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Divisa: num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas de estilo elzevir «HONRA-SE A PÁTRIA DE TAL GENTE»[23] (fig. 5).

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​Fig. 5 – Eduardo-Esperança – Iluminura do brasão-de-armas do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)


O mesmo despacho incluía também a ordenação do brasão-de-armas do comandante do organismo, que tinha a seguinte ordenação: Escudo: em campo de vermelho, três paraquedas abertos com gomos alternados de prata e negro, unidos nas extremidades dos cordões por uma manilha de ouro. Elmo: de prata, guarnecido e gradeado de ouro, forrado de vermelho e colocado a três quartos para a dextra. Correias: de vermelho, afiveladas e perfiladas a ouro. Paquife e virol: de ouro e vermelho. Timbre: um falcão de sua cor, caparoado de vermelho, com dois torçais de vermelho e verde. Divisa: num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas de estilo elzevir «HONRA-SE A PÁTRIA DE TAL GENTE»[24] (fig. 6).

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Fig. 6 – Eduardo Esperança – Iluminura do brasão-de-armas do comandante do Corpo de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

Era também publicada a composição do estandarte do organismo: Esquartelado de vermelho e prata com bordadura contra-esquartelada dos mesmos, uma aspa firmada de verde. Ao centro, brocante, o escudo do brasão-de-armas do Comando de Tropas Paraquedistas, circundado por um listel de prata com a já referida divisa. O estandarte era debruado por um cordão de e franjado de prata e negro[25] (fig. 7).

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Fig. 7 - Eduardo Esperança – Iluminura do estandarte do Comando do Corpo de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

Em termos de leitura simbólica era referido no despacho: Os três paraquedas são uma alusão aos três batalhões que constituem o Comando de Tropas Paraquedistas e a sua combatividade. A manilha a uni-los significa comando. O falcão do timbre está caparoado para significar a sua disciplina. O coronel aeronáutico é o sinal distintivo privativo da Força Aérea que com ele carateriza todas as suas Unidades e Órgãos. Os esmaltes significam: o ouro simboliza a constância e o sofrimento, traduzido no espírito de sacrifício; a prata simboliza a fidelidade; o vermelho simboliza a combatividade e a audácia das Tropas Paraquedistas; o negro simboliza a obediência às regras estabelecidas.[26]

A propósito destas armas, mas tratando-se também de uma situação aplicável a várias outras ordenações destinadas a organismos paraquedistas quando estes estavam na dependência da Força Aérea Portuguesa e, até, a organismos paraquedistas internacionais, importa referir que vários heraldistas optaram por jamais representar, em ordenações heráldicas, móveis que não pudessem ter existido na Idade Média, mantendo assim uma ligação a uma certa pureza original, sendo bons exemplos desta prática os armistas Guerreiro Vicente e Pedroso da Silva[27]. Assim estes jamais proporiam um paraquedas, muito menos naturalista, como móvel para quaisquer armas. Mas, registe-se também que tal filosofia, defensável e com claras vantagens estéticas, jamais foi perfilhada por outros heraldistas igualmente importantes, nomeadamente na área da heráldica corporativa, caso de Franz Paul de Almeida Langhans, que aliás esteve na génese do REGULAMENTO DE HERÁLDICA DO EXÉRCITO e que, enquanto responsável pela heráldica corporativa, fez aprovar armas, como o Brasão Nacional dos Sindicatos dos Ferroviários cujo escudo incluía uma locomotiva e perfis de carril[28]. Este armista preocupava-se apenas que os móveis respeitassem «[…] quanto possível, a plástica natural, sujeitando-a, porém, a uma sóbria estilização.»[29]. O mesmo se passa com outras armas aprovadas para organismos da Força Aérea, e cite-se, como exemplo, o brasão-de-armas do Aeródromo de Trânsito n.º 1, com uma banda de prata carregada de um avião de negro[30]. Estas armas não serão, neste particular, incorretas, mas perde-se claramente algo da força, perenidade e tradição que deve caraterizar as ordenações heráldicas.

5. Base Escola de Tropas Paraquedistas

O brasão-de-armas e demais simbologia da Base Escola de Tropas Paraquedistas também derivaria de um concurso público, mas, uma vez mais, não se encontrou documentação relativa ao mesmo, conhecendo-se uma iluminura do estandarte assinada por Bénard Guedes, datada de 1979, enquanto que outras duas, as relativas às armas do organismo e do seu comandante, não estão datadas, nem assinadas, podendo, pelo traço e pela forma de sombrear ser atribuídas a Eduardo Esperança. Assim não é, para já, possível chegar a uma conclusão de quem terá sido o vencedor do concurso público.

Ordem de Serviço de 30 de maio de 1988, no seu anexo J, publicava o despacho, datado de 27 de maio do mesmo ano, que aprovava o brasão-de-armas, estandarte e brasão-de-armas do Comandante da Base Escola de Tropas Paraquedistas[31]. Mais uma vez, apenas era publicada a ordenação, sem qualquer ilustração das armas que eram aprovadas. Para o organismo era aprovada a seguinte ordenação: Escudo: em campo de azul, um paraquedas aberto, de ouro, debruado a vermelho e com cordões de prata unidos em ponta. Coronel: aeronáutico, de ouro, constituído por um aro liso com virolas nos bordos superior e inferior, encimado por oito pontas, das quais cinco aparentes; a ponta central e as laterais são encimadas por duas asas de águia estendidas; as pontas intermédias são encimadas por cruzes de Cristo. Divisa num listel de branco, sotoposto ao escudo, em letras maiúsculas de negro em estilo elzevir: «QUE NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM»[32] (fig. 8)

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Fig. 8 – Eduardo Esperança (atr.) – Iluminura do brasão-de-armas da Base Escola de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Quanto às armas do comandante do organismo, estas ficavam assim ordenadas: Escudo: em campo de azul, um paraquedas aberto, de ouro, debruado a vermelho e com cordões de prata unidos em ponta. Elmo: de prata, guarnecido e gradeado de ouro, forrado de vermelho e colocado a três quartos para a dextra. Correias: de vermelho, afiveladas e perfiladas a ouro. Virol: de ouro e azul. Paquife: paraquedas desenrolados, esvoaçantes, de azul, forrados a ouro. Timbre: um paraquedas aberto, de ouro, debruado a vermelho e com cordões de prata unidos em ponta. Divisa num listel de branco, sotoposto ao escudo, em letras maiúsculas de negro em estilo elzevir: «QUE NUNCA POR VENCIDOS SE CONHEÇAM».[33] (fig. 9)

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Fig. 9 – Eduardo Esperança – Iluminura do brasão-de-armas do comandante da Base Escola de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Era também publicada a composição do estandarte do organismo: Gironado de ouro e azul com bordadura contragironada dos mesmos. Ao centro, brocante, o escudo do brasão-de-armas da Escola circundado por um listel de prata com a já referida divisa. O estandarte era debruado por um cordão de ouro e azul e franjado de ouro[34] (fig. 10).

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Fig. 10 – José Bénard Guedes – Iluminura do estandarte da Base Escola de Tropas Paraquedistas. (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Em termos de leitura simbólica era referido no despacho: O paraquedas em ouro é a especificação da especialidade. Os cordões unidos em ponta simbolizavam o comando e a disciplina.[35] Quanto ao significado dos esmaltes: o ouro simboliza a força, o vermelho simboliza o ardor bélico e o azul representa o espaço, simbolizando a lealdade[36].

 

6. Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1

O brasão-de-armas e demais simbologia da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1 também terá derivado de um concurso público, mas, uma vez mais, não se encontrou documentação relativa ao mesmo. As iluminuras existentes no Estado-Maior da Força Aérea não estão datadas, nem assinadas, podendo, pelo traço e pela forma de sombrear, ser a iluminura do brasão-de-armas do comandante do organismo ser atribuída com algum grau de certeza a Eduardo Esperança. A Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1 teve a sua simbologia heráldica aprovada por despacho de 30 de junho de 1988, publicado em Ordem de Serviço, com a seguinte descrição heráldica: Escudo: em campo de azul, um leão batalhante de ouro, armado e lampassado de vermelho e empunhando na dextra uma espada de prata guarnecida a ouro, descendo de paraquedas de três gomos aparentes e quatro cordões, em barra, de prata. Coronel: aeronáutico, de ouro, constituído por um aro liso com virolas nos bordos superior e inferior, encimado por oito pontas, das quais cinco aparentes; a ponta central e as laterais são encimadas por duas asas de águia estendidas; as pontas intermédias são encimadas por cruzes de Cristo. Divisa: num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas de estilo elzevir «GENTE OUSADA MAIS QUE QUANTAS».[37] (fig. 11) 

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Fig. 11 – Eduardo Esperança (atr.) - Iluminura do brasão-de-armas da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1 (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Quanto às armas do comandante do organismo, estas ficavam assim ordenadas: Escudo: em campo de azul, um leão batalhante de ouro, armado e lampassado de vermelho e empunhando na dextra uma espada de prata guarnecida a ouro, descendo de paraquedas de três gomos aparentes e quatro cordões, em barra, de prata. Elmo: de prata, guarnecido e gradeado de ouro, forrado de vermelho e colocado a três quartos para a dextra. Correias: de vermelho, afiveladas e perfiladas a ouro. Virol: de prata e azul. Paquife: paraquedas desenrolados, esvoaçantes de azul, forrados a prata. Timbre: coto de asa de ouro, com garra armada, empunhando a espada do escudo. Divisa: num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir «GENTE OUSADA MAIS QUE QUANTAS»[38]. (fig. 12)

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Fig. 12 – Eduardo Esperança (atr.) – Iluminura do brasão-de-armas do comandante da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1 (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Era também publicada a composição do estandarte do organismo: Gironado de prata e azul com bordadura contragironada dos mesmos. Ao centro, brocante, o escudo do brasão-de-armas da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1, circundado por um listel de prata com a já referida divisa. O estandarte é debruado por um cordão de azul e azul e franjado de prata[39](fig. 13).

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Fig. 13 – Iluminura do estandarte da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1 (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

A leitura simbólica das armas referia que: O leão batalhante descendo de paraquedas simboliza a força paraquedista pronta a agir sempre e onde o interesse da nação o determine. O paraquedas é elemento falante da especialidade militar. O coronel aeronáutico é o sinal distintivo privativo da Força Aérea que com ele carateriza todas as suas Unidades e Órgãos.[40] O supramencionado despacho não referia a simbologia do timbre do brasão-de-armas do comandante do organismo. Os esmaltes significam: o ouro simboliza a força e a nobreza no agir; a prata a fidelidade e a humildade; o azul representa o espaço e simboliza o zelo e a lealdade, postos no cumprimento da missão.[41]

7. Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2

A ordenação da simbologia da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2 constitui um caso sem par em toda a heráldica militar portuguesa. Efetivamente, perante a necessidade de se ordenar armas para este organismo, foi decidido lançar um concurso público, sendo ganho por um projeto que, não obstante tivesse a composição inscrita um escudo, estava mais perto da esfera do design do que da heráldica, com um desenho que remetia para a estética Art Deco, perto do streamline pelas formas aerodinâmicas produzidas. Tal, no caso do escudo do organismo, resultou numa ordenação que efetivamente não era particularmente curial em termos heráldicos, considerando-se que pode ser descrita da seguinte forma: Escudo de azul, duas cabeças abstracionadas, com casco, de perfil e aladas, de prata, perfiladas de negro, voltadas à dextra, sotopostas por um paraquedas posto em pala, construído a partir da contraposição das cabeças aladas, também de prata e perfiladas de negro. (fig. 14).

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Fig. 14 – Escudo-de-armas da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2

 

Para o brasão-de-armas do organismo acrescentava-se o coronel da Força Aérea e por divisa, num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas de estilo elzevir «FAMOSA GENTE À GUERRA USADA» (fig. 15)

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Fig. 15 - Brasão-de-armas da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2 (montagem do autor)

 

Desta composição derivava o brasão-de-armas do comandante da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2, que se considera poder ter a seguinte leitura heráldica: Escudo de azul, duas cabeças abstracionadas, com casco, de perfil e aladas, de prata, perfiladas de negro, voltadas à dextra, sotopostas por um paraquedas posto em pala, construído a partir da contraposição das cabeças aladas, também de prata e perfiladas de negro. Elmo de prata, gradeado de ouro, forrado a vermelho e colocado a três quartos para a dextra. Correia de vermelho, afivelada e perfilada de ouro. Virol de prata e azul. Por paquife, paraquedas desenrolados, esvoaçantes de azul, forrados a prata. Timbre, um paraquedas posto em pala, construído a partir da contraposição de duas cabeças abstracionadas, com casco, também de prata e perfilado de negro. Divisa, num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas de estilo elzevir «FAMOSA GENTE À GUERRA USADA»[42] (fig. 16).

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Fig. 16 - Brasão-de-armas do comandante da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2

 

A composição do estandarte do organismo teria a seguinte descrição: Gironado de azul e prata com bordadura contra gironada dos mesmos. Ao centro, brocante, o escudo do brasão-de-armas da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1, circundado por um listel de prata com a já referida divisa. O estandarte é debruado por um cordão de prata franjado de azul (fig. 17).

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Fig. 17 – Iluminura do estandarte da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2 (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

A simbologia e alusão das peças no que à especificidade das armas diz respeito, apenas se reporta ao paraquedas sendo dito meramente que  «[…] é elemento falante das Tropas Paraquedistas», nada sendo referido relativamente às cabeças aladas e, no caso das armas do comandante do organismo nada sendo referido relativamente ao timbre, que baseado no móvel que ocupa toda a metade inferior do escudo, não se percebendo de igual forma porque é que as cabeças deixam de ser aladas. Assim, além da incompreensão do incompleto da leitura simbólica, o resultado em termos destas ordenações resultou muito estranho a vários níveis.

Num primeiro, ao nível da ordenação, o mais óbvio, verifica-se que os móveis do campo do escudo se afastam claramente da heráldica, o que desde logo afastam estas armas de todas as outras da Força Aérea. Por outro lado, a iluminura está mais próxima da área do Design e dos logótipos, do que da Heráldica, o que é ainda se torna mais óbvio no timbre. Fica, assim, a ideia que esta simbologia terá sido estruturada diretamente no cavalete, através de ensaios de desenho e não conceptualmente, só depois se pensando na ordenação, tentando-se descrever em linguagem heráldica o que dificilmente seria possível. Por fim, alguma incoerência plástica entre uma simbologia medieval, tradicional, nomeadamente o escudo e o elmo e os móveis e o timbre, que a aproximação ao design da ilustração não anulou. Registe-se que, a este respeito, o major-general Calvão Borges afirmaria a Pedroso da Silva «[…] que estas armas, embora tivessem sido objecto de concurso público, não tinham obtido aprovação do Gabinete de Heráldica da Força Aérea.»[43]. Curiosamente a modernidade das armas granjeou-lhes admiradores, que as defenderam, sobretudo as suas qualidades estéticas, apesar das falhas heráldicas que sempre foram reconhecidas, caso do autor dos artigos “O Clube do Coleccionador" na revista Boina Verde, que se refere às mesmas de forma encomiástica:

Se quanto à divisa tudo parece correcto, o mesmo não se pode dizer das restantes peças do brasão. Tanto quanto sabemos, não foi o mesmo aprovado pelo Gabinete de Heráldica do EMFA por não preencher os requisitos exigidos pela Portaria n.º 309/85, de 25 de Maio.

Embora, em nossa opinião, as suas figuras sejam as mais belas de todos os brasões de armas das unidades do C.T.P., não foi possível traduzi-las simbologicamente.

Por tal motivo terá, muito possivelmente a BOTP2 de mudar de brasão de armas. É realmente uma pena mas «dura lex sed lex».[44]

Não obstante, muito antes da promulgação em despacho destas ordenações, quando mal ficou estabelecida a simbologia heráldica do Corpo de Tropas Paraquedistas, Base Escola de Tropas Paraquedistas, Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1 e Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2, foram de imediato confecionados os respetivos estandartes que viriam a ser entregues às supramencionadas unidades no dia 5 de julho de 1979, em cerimónia oficial que decorreu em Tancos e que foi presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, conforme programa (fig. 18), pelo que não há qualquer dúvida que o seu uso passou a ser oficial.

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Fig. 18 – Programa da cerimónia de entrega de estandartes heráldicos às unidades do Corpo de Tropas Paraquedistas no dia 5 de julho de 1979 (col. privada)

 

8. Grupo Operacional de Apoio e Serviços 

O Grupo Operacional de Apoio e Serviços do Corpo de Tropas Paraquedistas teve também armas aprovadas pelo Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, general Jorge Brochado de Miranda, através do DESPACHO N.º 36/88 DE 21 DE JULHO[45], estas tiveram a seguinte ordenação: Escudo: em campo de azul, a projeção horizontal de uma calote de paraquedas aberta de prata, carregada de um elefante passante de negro. Coronel: aeronáutico, de ouro, constituído por um aro liso com virolas nos bordos superior e inferior, encimado por oito pontas, das quais cinco aparentes; a ponta central e as laterais são encimadas por duas asas de águia estendidas; as pontas intermédias são encimadas por cruzes de Cristo. Divisa: num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas de estilo elzevir «ADSUM».[46] (fig. 19).

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Fig. 19 – Eduardo Esperança – Iluminura do brasão-de-Armas do Grupo Operacional de Apoio e Serviços do Corpo de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Em termos de simbologia e alusão das peças era feita a seguinte interpretação: A calote do paraquedas é elemento falante das armas e símbolo tradicional das tropas para-quedistas; o elefante símbolo da força é animal capaz de realizar as mais diversificadas tarefas e é alusão à atividade do grupo; o coronel aeronáutico é sinal distintivo privativo da Força Aérea e carateriza todas as suas Unidades e Órgãos, seus Comandos e Unidades; a divisa «ADSUM» expressa resposta rápida e sempre pronta a qualquer solicitação. Os esmaltes significam: a prata simboliza a humildade no cumprimento da missão e simultaneamente a riqueza no êxito obtido; o azul representa o ar e o espaço e significa o zelo e a lealdade postos no servir; o negro simboliza a firmeza e a obediência.[47]

O mesmo diploma publicava ainda o guião do organismo com a seguinte ordenação: de azul acantonado de prata, a projeção horizontal de uma calote de paraquedas aberta de prata, carregada de um elefante passante de negro. Em cada canto, em letras de negro, maiúsculas as iniciais “GOAS"[48] (fig. 20).

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Fig. 20 – Eduardo Esperança - Iluminura do guião do Grupo Operacional de Apoio e Serviços do Corpo de Tropas Paraquedistas (col. Estado-Maior da Força Aérea)

 

Conclusão

Historiou-se aqui a primeira simbologia heráldica regulamentada para os organismos paraquedistas na dependência da Força Aérea Portuguesa, que teve início com a publicação do primeiro “Regulamento de Heráldica da Força Aérea" e contou com a participação no processo de vários heraldistas relevantes, armistas e iluminadores, tratando-se de um processo que levou à publicação e uso de simbologia heráldica correta por vários organismos, mas também permitiu que um organismo, embora sem a promulgação de simbologia heráldica em diploma legal, a Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 2, usasse simbologia e recebesse oficialmente o respetivo estandarte.

 

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SILVA, José Manuel Pedroso da – Re: o texto do general com um abraço [Mensagem em linha]. Para Paulo Morais Alexandre. 2013-1-12. [Consult.12 jan. 2013]. Comunicação pessoal.




NOTAS

[1] - «[...] en matière d'emblèmes et de signaux, l'héraldique a donné naissance, au fil des siècles, à toutes sortes d'images héraldisantes (pavillons, drapeaux, insignes, uniformes, logos, marques, panneaux de signalisation routière, maritime, ferroviaire, aérienne, etc.) qui ont rempli et continuent de remplir, dans la vie sociale et quotidienne, un rôle essentiel.» PASTOUREAU, Michel - Traité d'Héraldique. [reed.] Paris: Grands Manuels Picard, 1993, p. 315.

[2] - Veja-se a este respeito de COSTA, António Carlos Martins – A Batalha de Toro e as Relações entre Portugal e Castela: Dimensões Políticas e Militares na Segunda Metade do Século XV. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2011. Dissertação de Mestrado em História Medieval.

[3] - DIRECTIVA N.º 19/78 DE 14DEZ78 - REGULAMENTAÇÃO DA HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA. In Ordem de Serviço do Estado-Maior da Força Aérea. Alfragide: Estado-Maior da Força Aérea. Nº 48 (1978-12-22), p. 148.

[4] - Ibidem, p. 148.

[5] - RFA 120-1 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA. S.l.: Estado-Maior da Força Aérea, 1978. Edição policopiada.

[6] - Ibidem, p. 3-1.

[7] - Ibidem, p. 3-1.

[8] - PORTARIA N.º 309/85 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA. Diário do Governo. I série. Nº 120 (1985-5-25), pp. 1438-1444.

[9] - DECRETO-LEI N.º 350 /75 DE 5 DE JULHO. Diário do Governo. I série. N.º 153 (1975-07-05), p. 933.

[10] - RFA 120-1 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA, op. cit..

[11] - NORTON, Manuel Artur – Curriculum Vitae. Braga: s. n., 2001, pp. 20-21.

[12] - COLLECTAS, O – Clube do Colecionador. In Boina Verde. Lisboa: Corpo de Tropas Pára-quedistas, Nº135 (1985-12), p. 7.

[13] - RFA 120-1 - Regulamento de Heráldica da Força Aérea, op. cit..

[14] - PORTARIA N.º 309/85 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA, op. cit., pp. 1438-1444.

[15] - DESPACHO N.º 24/87 DE 30SET (1987-9-30), 30. In Ordem de Serviço do Estado-Maior da Força Aérea. Alfragide: Estado-Maior da Força Aérea, Nº 39, anexo H (1987-10-06), pp. 1-2.

[16] - DESPACHO N.º 22/88 DE 27MAI (1988-5-27). In Ordem de Serviço do Estado-Maior da Força Aérea. Alfragide: Estado-Maior da Força Aérea,Nº 20, anexo J (1988-05-30), pp. 1-2.

[17] - DESPACHO N.º 30/88 DE 30JUN (1988-6-30). In Ordem de Serviço do Estado-Maior da Força Aérea. Alfragide: Estado-Maior da Força Aérea,Nº 24, anexo F (1988-07-04), pp. 1-2.

[18] - DESPACHO N.º 36/88, DE 21JUL (1988-7-21). In Ordem de Serviço do Estado-Maior da Força Aérea. Alfragide: Estado-Maior da Força Aérea,Nº 20, anexo D (1988-7-25), pp. 1-2.

[19] - PORTARIA N.º 309/85 - REGULAMENTO DE HERÁLDICA DA FORÇA AÉREA, op. cit..

[20] - Veja-se, por exemplo, o caso da ordenação e iluminura das armas do comandante da Base Operacional de Tropas Paraquedistas n.º 1. DESPACHO N.º 30/88 DE 30JUN, op. cit., p. 2.

[21] - Registe-se que este muito curioso artifício heráldico não foi utilizado na ilustração do brasão-de-armas do Comandante do Corpo de Tropas Paraquedistas, que teve um paquife mais convencional.

[22] - DESPACHO N.º 24/87 DE 30SET (1987-9-30). In Ordem de Serviço do Estado-Maior da Força Aérea. Alfragide: Estado-Maior da Força Aérea,Nº 39, anexo H (1987-10-6), pp. 1-2.

[23] - Ibidem, p. 1.

[24] - Ibidem, pp. 1-2.

[25] - Ibidem, p. 1.

[26] - Ibidem, p. 2.

[27] - «Os padrões estéticos da heráldica estão fortemente ligados à Idade Média. Por isso, sempre que possível, há que evitar o recurso a figuras então desconhecidas. Alusões a actividades dos nossos dias podem sempre ser feitas desde que haja imaginação para procurar os símbolos adequados, o que também está bem expresso na obra do coronel Guerreiro Vicente.» SILVA, José Manuel Pedroso da – A heráldica do Exército na actualidade. In Tabardo. Lisboa: Universidade Lusíada, Nº 1. (2002), p. 75.

[28] - LANGHANS, F. P. de Almeida– Manual de Heráldica Corporativa. Lisboa: Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, 1956, pp. 97-98.

[29] - Ibidem, p. 99

[30] - Aeródromo de Trânsito n.º 1: Brasão. In Força Aérea [em linha]. [Acesso 2024, abr., 4] Disponível em: https://www.emfa.pt/unidade-brasao-21-aerodromo-de-transito-n-1.

[31] - DESPACHO N.º 22/88 DE 27MAI, op. cit.. 

[32]  - Ibidem, p. 1.

[33]  - Ibidem, pp. 1-2.

[34] - Ibidem, p. 1.

[35] - Ibidem, p. 2.

[36] - Ibidem, p. 2.

[37] - DESPACHO N.º 30/88 DE 30JUN, op. cit., p. 1.

[38] - Ibidem, p. 2.

[39] - Ibidem, p. 1.

[40] - Ibidem, p. 2.

[41] - Ibidem, p. 2.

[42] - No artigo publicado na revista Boina Verde relativo a esta ordenação, a descrição do campo do escudo é a seguinte: «De azul, duas cabeças em facha, com casco, de perfil e aladas, de prata. Um pára-quedas posto em pala, construído a partir da contraposição das cabeças aladas, também de prata». COLLECTAS, O – Clube do Colecionador. In Boina Verde. Lisboa: Corpo de Tropas Pára-quedistas, Nº 140 (1987-5), p. 11.

[43] - SILVA, José Manuel Pedroso da – Re: o texto do general com um abraço [Mensagem em linha]. Para Paulo Morais Alexandre. 2013-1-12. [Consult. 2013, janeiro, 12]. Comunicação pessoal.

[44] - COLLECTAS, O – “Clube do Colecionador" in Boina Verde. Lisboa: Corpo de Tropas Pára-quedistas, Nº 140 (1987-5), p. 11.

[45] - DESPACHO N.º 36/88, DE 21JUL, op. cit., pp. 1-2.

[46] - Ibidem, p. 1.

[47] - Ibidem, pp. 1-2.

[48] - Ibidem, p. 1.



PAULO MORAIS-ALEXANDRE

Doutor em Letras pela Universidade de Coimbra. Da Academia Nacional de Belas-Artes. Professor Coordenador da Escola Superior de Teatro e Cinema de que foi presidente do Conselho Diretivo (2004-2007). Pró-presidente do Instituto Politécnico de Lisboa (2010-2022) e Presidente da Escola Superior de Educação de Lisboa (2022-2023). 

Afiliação institucional: Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC). Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas-Artes, Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes (CIEBA). E-mail:  pmorais@estc.ipl.pt.


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Como citar este texto:

MORAIS-ALEXANDRE, Paulo – A construção heráldica dos Paraquedistas na Força Aérea Portuguesa Revista Portu​guesa de História Militar -Revista Portuguesa de História Militar – Dossier: O reinado de D. Sebastião, a “perda de independência” e o período Filipino. Lisboa. ISSN 2795-4323. Ano IV, nº 7 (Dezembro 2024); https://doi.org/10.56092/COVP4634 [Consultado em ...].



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