“A segurança dos interesses vitais no mar deve ser uma prioridade da ‘boa governança’ regional e, por isso, enquanto Presidente do G7++, Grupo de Amigos do Golfo da Guiné, Portugal irá continuar a mobilizar o apoio ao processo de Yaoundé” declarou o Ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, esta manhã, durante a sessão de encerramento, na Fundação do Oriente, da primeira reunião presidida por Portugal, do Grupo do G7++ e dos Amigos do Golfo da Guiné.
O Ministro da Defesa Nacional enunciou alguns objetivos essenciais a atingir no âmbito desse processo, nomeadamente, a inauguração do Centro de Coordenação Multinacional em Angola, a operacionalização completa do Centro Inter-regional da Segurança Marítima em Yaoundé, a operacionalização do Centro Regional de Segurança da África Ocidental, o reforço da cooperação e troca de informações sobre tráfico, assim como a coordenação com as organizações regionais e com os estados do Golfo, a fim de criar abordagens jurídicas comuns ao nível nacional e regional.
Perante os mais de cem representantes de Estados, organizações e empresas que participaram na reunião, o Ministro da Defesa incitou “todos a passar das palavras aos atos, com urgência”, sublinhando a importância do envolvimento da sociedade civil e do setor privado na concretização destes objetivos. O Ministro da Defesa frisou ainda que não basta o simples aumento da presença militar no mar, é necessário trabalhar para o desenvolvimento e a capacitação desses Estados, como Portugal tem vindo a fazer através dos programas de cooperação militar com São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.
O Ministro da Defesa acredita que Portugal pode “estabelecer pontes entre duas Áfricas, a África mais anglófona e a África mais latina, que envolve também a África francófona e lusófona, onde estamos muito envolvidos”. “A recente decisão de integrar com uma presença robusta a MINUSCA na República Centro Africana é um sinal, como outros que temos vindo a dar, do nosso empenhamento, do nosso compromisso, com África e especificamente com este grupo dos Estados amigos do Golfo da Guiné”, afirmou Azeredo Lopes.
A Presidência Portuguesa propôs-se a dar especial enfoque à promoção e apoio do processo de Yaoundé; à promoção de sinergias com outras iniciativas internacionais como o plano de ação 2015-2020 da UE para o Golfo da Guiné, assim como as iniciativas da União Africana, da CPLP e da Interpol; à sensibilização dos parceiros para a importância da “economia azul” para os países costeiros; bem como à promoção da criação de Comités Nacionais de Segurança Marítima.
A primeira reunião G7++ Amigos do Golfo da Guiné, grupo de Estados e Organizações Internacionais e Regionais que no âmbito do G7 segue temáticas relativas à segurança marítima no Golfo da Guiné, teve lugar nos Estados Unidos da América em dezembro de 2012. Portugal assumiu a presidência durante 2016, sucedendo à França e sendo o primeiro país não membro do G7 a receber esta incumbência.