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João Gomes Cravinho, interveio hoje perante a 67ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO, que se encontra reunida em Lisboa

Portal da Defesa na InternetInícioComunicaçãoNotíciasMinistro da Defesa Nacional na 67º sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO
09 de outubro de 2021

O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, interveio hoje perante a 67ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO, que se encontra reunida em Lisboa.

 

O Ministro da Defesa acredita que "a NATO continua tão importante como sempre foi“ e afirmou que “precisamos de uma Aliança Atlântica mais forte neste contexto de crescente competição geopolítica e de transformações tecnológicas massivas com grandes implicações em muitas áreas, incluindo a defesa".

 

João Gomes Cravinho referiu que a NATO deve fazer “o que fez nas últimas sete décadas, que é avaliar em conjunto as ameaças que enfrentamos e adaptar as nossas prioridades e modus operandi em conformidade", o que para tal “precisamos refletir juntos, mais e melhor", sendo “indispensáveis reuniões como a que estamos a realizar aqui hoje".

 

O Ministro da Defesa expressou  ainda que “a principal razão para a resiliência da Aliança por mais de 70 anos não foi a ausência de divergências ou tensões entre os Aliados no passado", mas sim a “sua capacidade de administrar e superar diferenças ocasionais de pontos de vista" entre as partes.

 

Gomes Cravinho também evidenciou o papel da NATO como “instrumento indispensável" e “como fórum de estreita consulta e coordenação entre Aliados que partilham interesses e valores" e lembrou que “a Aliança Atlântica foi construída não apenas para dissuadir e defender por meio de uma organização militar excecionalmente eficaz; A NATO também foi construída como um mecanismo de consulta permanente e construção de consensos", e acrescentou ainda que “temos que continuar a trabalhar em maneiras de nos certificarmos de usar plena e eficazmente esses mecanismos de consulta mútua e, de facto, tornou-se claro que precisamos melhorá-los".

O governante  destacou ainda a importância de incluir o “reforço contínuo da parceria vital entre a NATO e a União Europeia" de modo a superar “a noção ultrapassada de que uma defesa europeia mais forte é necessariamente construída em oposição à Aliança Atlântica" ideia não partilhada por Gomes Cravinho, uma vez que “a NATO foi e continuará a ser o principal pilar da defesa coletiva europeia" e  “faz todo o sentido que uma Política Comum de Segurança e Defesa mais forte crie condições para uma contribuição europeia mais justa e forte para a Aliança Atlântica", de forma a assegurar que o “processo seja complementar e útil" , como se torna evidente em áreas como  a “mobilidade militar", a “segurança marítima", as “respostas coordenadas para emergências complexas", a “defesa cibernética", e a  “desinformação".

 

O Ministro da D​efesa Nacional apontou “três grandes preocupações para Portugal",  para as quais espera aceitação por parte dos outros membros da Aliança  e que deverão merecer “grande atenção no próximo Conceito Estratégico da NATO", nomeadamente a “incorporação  das lições aprendidas com o Afeganistão", que deverão  “refletir as transformações globais ocorridas, desde 2010, nomeadamente ao nível da crescente competição entre as grandes potências, com uma Rússia e China cada vez mais assertivas e agressivas". A relevância da “Segurança Marítima deve estar fortemente refletida" neste novo conceito estratégico.

 

João Gomes Cravinho referiu que a Aliança Atlântica tem muito trabalho pela frente, mas que tem também “uma enorme herança de experiência e um tremendo trabalho ao longo de sete décadas" de como este trabalho deve ser feito “de forma a que não aumente desnecessariamente as tensões, mas também não ignore as realidades estratégicas básicas" e concluiu estar "extremamente confiante de que repensar a NATO, que é algo que fazemos periodicamente, nos tornará cada vez mais fortes".

 

Esta sessão anual, a primeira que se realiza presencialmente após a pandemia, tem como temas de discussão, entre outros, a agenda NATO 2030 e a revisão do conceito estratégico da Aliança Atlântica com “as lições retiradas do envolvimento da NATO no Afeganistão", a Rússia e a China, a evolução da situação no Médio Oriente e no Norte de África, alterações climáticas e até “a resiliência democrática e a desinformação" ou a pandemia da covid-19, entre outros.

 

Ao longo destes dias, entre 8 e 11 de outubro, em Lisboa,​ diversas entidades intervirão no parlamento português e noutros espaços da cidade, na apresentação dos diversos temas,  como o presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, o congressista norte-americano Gerald Connolly e contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro português, António Costa, do Secretário-Geral da Aliança, Jens Stoltenberg,  de membros do Governo português, representantes oficiais da NATO, especialistas em assuntos de defesa, legisladores dos 30 estados-membros da Aliança, epresentantes de países parceiros da NATO  e de órgãos parlamentares.

 

A Assembleia Parlamentar da NATO foi fundada em 1955  e atua como um consultor interparlamentar para a Aliança Atlântica. Reúne membros de parlamentos de toda a Aliança e é um elo essencial entre a NATO e os parlamentos dos países membros, ajudando a construir consenso parlamentar e público em apoio às políticas da Aliança.

Simultaneamente aprofunda a consciencialização parlamentar  sobre estas  temáticas e a compreensão das principais questões de segurança, contribuindo para uma maior transparência das políticas da NATO e para o fortalecimento  d​as relações transatlânticas.

 

Desde o fim da Guerra Fria, a Assembleia assumiu um novo papel,  integrando nos seus trabalhos parlamentares países da Europa Central e Oriental e os que procuram uma associação mais estreita com a NATO. Esta integração tem ajudado a fornecer assistência política e prática e tem contribuindo para o fortalecimento da democracia parlamentar em toda a região euro-atlântica, complementando e reforçando, assim, o próprio programa de parcerias e cooperação da NATO.

 

A Assembleia Parlamentar da NATO é composta por 269 delegados dos 30 países membros, delegados de 11 países associados; o Parlamento Europeu; 4 parceiros regionais e países membros associados do Mediterrâneo, Oito observadores parlamentares e 2 assembleias interparlamentares também participam nas suas atividades.

A Assembleia realiza duas sessões por ano, na primavera e no outono, em diferentes países, onde os Comités e subcomités produzem relatórios, discutidos numa primeira fase na Sessão da​ Primavera da Assembleia. Os relatórios são posteriormente revistos e atualizados para discussão, emendas e adoção, na Sessão Anual da Assembleia no outono.

 



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