A candidatura do NRP Sagres ao Prémio Defesa Nacional e Ambiente não constitui um fim em si mesmo, mas sim uma consequência natural e potenciadora das ações desenvolvidas a bordo ao longo dos últimos anos, com especial incidência em 2008, sobretudo a nível das atitudes e mentalidade do pessoal. De facto, um navio no mar constitui-se, fruto da sua rotina operacional, como um potencial gerador de impactes negativos no ambiente.
Mais do que uma ação ou conjunto de ações isoladas, incentivou-se a discussão do problema, a qual originou inúmeras sugestões que foram sendo implementadas. Apostámos fortemente no envolvimento da nossa guarnição, através da sensibilização e consciencialização por meio de palestras de sensibilização.
Criámos um “Compromisso de Honra", exequível dentro das nossas limitações operacionais e estruturais, o qual é assinado por cada elemento que se apresenta a bordo, comprometendo-o com as boas práticas ambientais que defendemos. Desta forma, apraz-nos verificar que gestos instintivos como lançar lixo de forma descontrolada ao mar ou beatas, já não ocorrem a bordo deste navio, ao mesmo tempo que a separação do lixo se torna uma realidade.
Por outro lado, tratando-se de um navio-escola, por onde passam os futuros Oficiais da Marinha, e muitas praças recém-incorporadas, as boas práticas aqui assimiladas vão sendo paulatinamente passadas para o resto da esquadra. Os processos que originaram esta candidatura estão longe de estar concluídos e são uma preocupação diária e constante, mas já resultaram numa redução dos impactes ambientais da operação do NRP Sagres.
As crianças e os jovens que nos visitam, assim como as autoridades dos portos que o navio pratica, são os nossos maiores avaliadores. No caso das crianças e jovens, aqueles por quem nos esforçamos com vista a um mar mais limpo e seguro. Assim, esta candidatura é, também por isso, um compromisso natural com o ambiente.
Retirado do livro "25 Anos Prémio Defesa Nacional e Ambiente". Edição: Ministério da Defesa Nacional