Ir para o conteúdo principal

Comando do Corpo de Fuzileiros - Marinha Portuguesa


​"Combate ao surto da Azola no Rio Guadiana"​


Na sequência do surto de algas “Azola" ocorrido em Abril de 1993 no rio Guadiana, foi superiormente entendido desenvolver ações no sentido de remover do leito do rio a maior quantidade de Azola possível com o fim de permitir a oxigenação das águas e travar o desenvolvimento das algas. A ação foi levada a efeito através da utilização de barreiras antipoluição, lançadas por botes com o fim de reter as algas e posterior remoção com redes. A ação decorreu na zona de Mértola, área de maior concentração, no período 17 a 23 de Abril de 1993. Nesta data, as ações foram terminadas devido à mudança das condições meteorológicas que dispersaram as algas. Através da recolha das algas que constituíam as grandes manchas, julgaram-se por alcançados os objetivos propostos. Foram retiradas cerca de duas toneladas de Azola.

Os órgãos de comunicação social cobriram largamente a notícia, ilustrando-a com depoimentos de organizações ambientalistas que alertavam para os perigos de desequilíbrio ecológico que a Azola constituiria. A ameaça a esse equilíbrio do ecossistema traduzia-se pela grande quantidade de algas, com grande capacidade de multiplicação, que, atendendo às condições meteorológicas e ao pouco caudal do rio, cobria extensas áreas do seu troço. Tal cobertura vegetal, estável sobre as águas, impedia a penetração da luz solar e as necessárias trocas gasosas. Há que acrescentar, ainda, os prejuízos que esta praga de fetos aquáticos causou na atividade piscícola local. Fazendo-se eco dos alertas lançados pela Comunicação Social e Organizações Ambientalistas, foi decidido pelo Almirante CEMA desenvolver ações no sentido de remover as algas nas áreas de maior concentração.

Tendo em conta o fraco caudal do rio devido ao baixo índice de pluviosidade e à ameaça que causava a existência de tão grande quantidade de algas, impunha-se a sua limpeza de modo a regularizar a vida aquática. Por outro lado, a ação contribuiu para um melhor conhecimento sobre o tipo de alga em causa, seu comportamento e efeitos.

O Comando do Corpo de Fuzileiros contribuiu com pessoal e meios, nomeadamente botes, que tiveram a seu cargo a remoção das algas. O Pelotão de Fuzileiros envolvido trabalhou sob a direção técnica da Direção-Geral de Marinha, que forneceu barreiras antipoluição, redes para recolha, bem como algum pessoal, em apoio da Câmara Municipal de Mértola e da Direção-Geral dos Recursos Hídricos.

​Retirado do livro "25 Anos Prémio Defesa Nacional e ​Ambiente". Edição: Ministério da Defesa Nacional

Partilhar
Conteúdo