O Arquivo da Defesa Nacional (ADN) tem por missão a guarda, tratamento, preservação e difusão dos documentos de valor histórico relativos ao Ministério da Defesa Nacional e seus órgãos antecessores ou diretamente dependentes, promovendo o seu acesso ao público em geral e a salvaguarda e valorização do património arquivístico da Defesa, enquanto depositário da sua memória coletiva.
Para o efeito, o ADN tem vindo a aplicar a legislação relacionada com os arquivos e as normas definidas internacionalmente para tratamento da documentação histórica, com base no princípio da proveniência e da descrição multinível.
Historial
A criação e abertura ao público do ADN, em junho de 2008, remonta à criação do Grupo de Trabalho dos Arquivos da Defesa Nacional (GTADN), através do despacho 182/MDN/1996 que definiu como tarefa prioritária a preservação da documentação com valor histórico através do levantamento, análise e inventariação de todos os espólios arquivísticos existentes no MDN, EMGFA e serviços centrais. Este despacho foi fundamental para a preservação dos documentos de valor histórico da Defesa ao impedir a transferência e eliminação dos acervos documentais existentes e ao manter a integridade desses arquivos evitando a sua desagregação.
A documentação depositada no Forte de São Julião da Barra, abrangia o período de 1950 a 1975, e encontrava-se mal-acondicionada em virtude das condições ambientais dos depósitos onde foi instalada, não obedecendo a nenhum critério organizacional. O GTADN iniciou então o levantamento preliminar dessa documentação pertencente a entidades extintas ou com mais de 20 anos de forma a salvaguardar o património documental histórico da Defesa e que veio a dar origem ao núcleo histórico do ADN.
Em junho de 2008, após o planeamento e preparação das novas instalações do ADN, na antiga EMEL em Paço de Arcos, foi possível concretizar a transferência efetiva do arquivo de São Julião, o que exigiu a preparação, limpeza e transporte de cerca de 9.000 unidades de instalação.
A identificação e estudo das entidades produtoras dessa documentação permitiu a inventariação dos fundos do Gabinete do Ministro da Defesa (GABMIN), Gabinete do CEMGFA e Secretariado-Geral da Defesa Nacional (SGDN), enquanto órgão de estudo e de trabalho do ministro da Defesa Nacional e que veio a ser extinto em 25 de Abril de 1974.
Por outro lado, a criação do ADN, com o seu arquivo histórico e arquivo intermédio, possibilitou a implementação efetiva do sistema de arquivos da Defesa com as transferências documentais regulares e a normalização dos circuitos documentais.
Acervo
O ADN possui um acervo documental com elevado interesse para a História Política e Militar de Portugal, em especial no que respeita à Guerra do Ultramar e às relações com a NATO (1950 a 1975).
Através do estudo das entidades produtoras relativas à Defesa, desde os anos 50 do séc. XX, foi possível definir a estrutura arquivística a implementar no ADN, enquanto entidade detentora. Assim, dos cerca de 28.000 processos documentais que constituíam inicialmente o núcleo histórico, autonomizaram-se os fundos de arquivo, definiu-se a organização interna a nível das secções arquivísticas e deu-se início à organização das séries documentais.
Atualmente o ADN conta com mais de 90.000 registos descritivos, dos quais 40.000 são públicos, 8.000 documentos digitalizados, 280.000 ficheiros fotográficos e 8.300.00 GB de volume de dados.