O Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, anunciou durante a reunião do Conselho do Atlântico Norte que decorreu nos dias 26 e 27 de outubro no Quartel-general da NATO, em Bruxelas, que Portugal vai estudar a possibilidade da participação das suas Forças Armadas na nova Operação da NATO Sea Guardian. Para além do reforço da segurança marítima, Portugal irá continuar a contribuir para a luta contra o terrorismo e a defender uma resposta concertada no flanco sul.
"No Mediterrâneo, temos ao mesmo tempo a operação Sophia da União Europeia, que está a ganhar algum músculo e o desenho de uma operação da NATO, a Sea Guardian”, afirmou Azeredo Lopes à comunicação social durante o encontro de Ministros da Defesa da NATO, explicando que existem diversas hipóteses de participação das Forças Armadas na Sea Guardian, mas que “qualquer uma delas tem custos associados que não são despiciendos.”
Fazendo um balanço dos dois dias de trabalhos, o Ministro da Defesa Nacional considerou que "importa a partir de agora refletir sobre o modo concreto como queremos enfrentar o flanco Sul. Sentimos que estamos na obrigação de apresentar propostas de edificação de capacidades de defesa, com os nossos parceiros a Sul, mas também de verificar e manter limadas as arestas entre a coligação anti-Daesh, com dezenas de países e a NATO, e desta com a União Europeia, apoiando o projeto ambicioso da União Europeia de desenvolver uma política externa de Segurança e Defesa".
Relativamente ao combate ao terrorismo, o Ministro da Defesa aproveitou a oportunidade para anunciar que a colaboração com a coligação internacional anti-Daesh irá continuar durante o próximo ano, uma vez que Portugal considera ser seu dever, na medida das suas capacidades, dar um contributo ativo na luta contra o terrorismo transnacional.
SEA GUARDIAN APOIA OPERAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA SOPHIA
A Sea Guardian, a nova operação da NATO ainda a ser ultimada, na qual Portugal poderá vir a participar em 2017 começará dentro de duas semanas. Segundo anunciou o Secretário-geral da aliança, no final do encontro, os meios da NATO estarão “dentro de duas semanas no Mediterrâneo Central, prontos para apoiar a Operação Sophia da UE. A NATO terá aviões de patrulha marítima no mediterrâneo central e terá embarcações que acrescentarão valor à presença das embarcações da União Europeia. Até ao momento, a Grécia e a Turquia anunciaram que irão disponibilizar embarcações para o Sea Guardian, a partir de 7 de novembro. Grécia, Itália, Espanha e Turquia irão contribuir com meios aéreos”.
Estes meios terão como objetivo apoiar a operação Sophia, nomeadamente ao nível do conhecimento situacional através da partilha de informação. Na Cimeira da NATO em Varsóvia, o Secretário-geral tinha anunciado que a Sea Guardian teria uma missão de largo espetro, que incluía um maior conhecimento situacional, o combate ao tráfico de seres humanos e ao terrorismo, com vista a assegurar a liberdade de navegação e contribuindo para a edificação de capacidades regionais.