“Não é preciso sentirem vocação para as Forças Armadas, é preciso sentirem-se portugueses e terem alguma coisa a ver com a sociedade em que nós vivemos”, foi desta forma que o Ministro da Defesa João Gomes Cravinho descreveu aos jovens presentes hoje na divulgação do Dia da Defesa Nacional (DDN), em Castelo Branco, a importância da participação no mesmo.
Agradecendo a colaboração da Câmara Municipal de Castelo Branco, que integrou o lote de onze municípios que aderiram hoje ao Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz, o Ministro explicou que o objetivo deste dia passa por “criar circunstâncias para que conheçam um pouco da Defesa Nacional. Sobretudo é uma questão de cidadania, é uma questão de ajudar a transmitir informação sobre um aspeto que é um pilar básico da nossa sociedade”.
O DDN é uma iniciativa do Ministério da Defesa que teve início em 2004 e que procura, em parceria com outras entidades civis, dar a conhecer aos jovens a realidade da Defesa Nacional.
Salientando que o DDN não é um dia dedicado ao recrutamento, o Ministro da Defesa não deixou de manifestar a sua satisfação caso algum dos jovens presentes venham a integrar as Forças Armadas. Mais ainda se forem mulheres, tendo em conta que a sua presença nas Forças Armadas se situa nos 11%, um número diferente da realidade nacional. “Como todas as coisas novas, causou estranheza, mas foi crescendo. O problema é ter parado aí”, justificou.
No seu discurso, em que apelava ao diálogo com a plateia, o Ministro partilhou um dos seus maiores objetivos: “ajudar as Forças Armadas a compreender a realidade portuguesa e ajudar a sociedade portuguesa a compreender as Forças Armadas”, uma vez que “no passado havia contacto com as Forças Armadas, mas hoje não existe”, uma falha que na opinião do Ministro este evento vem colmatar.
Ajudado pelos jovens presentes, o Ministro elencou a lista de ameaças que hoje o País e o Mundo enfrentam: terrorismo, narcotráfico, ataques cibernéticos, pirataria, desinformação, fake news e tráfico de seres humanos. Para João Gomes Cravinho, “as Forças Armadas estão sempre em transformação, as de hoje não são as que fizeram a Guerra Colonial, e não são as mesmas que daqui a 20 ou 30 anos”. E garantiu, “as Forças Armadas estão a preparar-se cada vez melhor para se confrontarem com as ameaças que surgem”.
O Ministro recordou os militares portugueses que estão atualmente em diferentes missões no mundo, como no Afeganistão e na República Centro-Africana, e justificou estes destacamentos com a mudança da noção geopolítica. “No mundo de hoje, a preocupação com a nossa segurança começa longe das nossas fronteiras. Felizmente, já não temos de estar na fronteira, temos de estar longe das nossas fronteiras para contribuir para um mundo mais estável, um mundo em paz e um mundo que não exporta instabilidade na nossa direção”.
A cerimónia terminou com uma demonstração de atividades da Marinha, Exército e Força Aérea. O Ministro da Defesa Nacional acompanhou os jovens na visita pela exposição dos três ramos presentes e deixou o repto: “Encorajo-vos a tirarem proveito do Dia da Defesa Nacional”.