O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, esteve presente, esta manhã, na partida da fragata “Álvares Cabral”, da Marinha Portuguesa, da Base Naval de Lisboa, no Alfeite, em direção à costa ocidental africana, para a Missão Mar Aberto, uma missão no âmbito da Cooperação no Domínio da Defesa.
O Ministro da Defesa Nacional desejou “excelente viagem” a todos os membros da guarnição nesta “missão importante para a segurança de Portugal” e que “pode ser entendido” quando olhamos para o mapa “como uma réplica da viagem do Diogo Cão” no final do Século XV e que “marcou aquilo que é o destino e a natureza de Portugal e a missão que hoje começa tem, a ver com esse destino e essa natureza”.
João Gomes Cravinho destacou que “Portugal é um país marítimo” que em pleno “século XXI” significa que é “um país profundamente empenhado em apoiar a segurança dos mares que lhe são mais próximos” e em que “o Golfo da Guiné, pelo qual vão navegar” é uma região que “oferece desafios significativos para a comunidade internacional”, para os estados do Golfo, “para a comunidade internacional mais amplamente” e para a Europa.
O Ministro da Defesa Nacional salientou que “os problemas de falta de segurança no Golfo da Guiné são problemas que se repercutem no nosso continente”, sendo por isso a “vossa missão diretamente relacionada com a segurança de Portugal”, onde “replicar a viagem de Diogo Cão hoje significa cooperar com os países ribeirinhos do Golfo da Guiné”, alguns dos quais nos são muito próximo, como Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe e Angola.
A missão Mar Aberto irá estender a cooperação a outros países como é o caso do Benim, a Costa do Marfim, Togo e a Nigéria, “países que fazem parte do vosso percurso”, que é “simultaneamente histórico e do presente”, “virado para a segurança de Portugal no século XXI”.
“São marinheiros no mar e embaixadores em terra, quando chegam a esses países serão todos vistos pelas populações locais como embaixadores”, considerou o Ministro da Defesa, e, como tal, “gostaria de vos dizer que enquanto português, enquanto cidadão, enquanto ministro, olho com grande orgulho para o trabalho que fazem no mar e sei também que estarão à altura desse cargo de embaixadores de Portugal quando estão em terra”, concluiu, desejando a toda a guarnição do navio “felicidades”.
Mar aberto 2019
A “Álvares Cabral” inicia esta terça-feira a missão Mar Aberto 2019, que se prolongará até ao próximo dia 6 de abril. O navio navegará cerca de 9.000 milhas náuticas, visitando a República de Cabo Verde, a República Democrática de São Tomé e Príncipe, a República do Gabão, a República de Angola, a República dos Camarões e a República da Costa do Marfim.
Durante a permanência nestes países, o navio desenvolverá ações no âmbito dos acordos de cooperação bilateral, em matérias como a vigilância, fiscalização e segurança marítima, bem como outras ações de apoio à política externa do Estado, relevando-se, nesta matéria, o apoio à visita do Presidente da República, que decorrerá durante a estadia em Luanda e a promoção da indústria da base tecnológica de Defesa Nacional junto dos países visitados.
A deslocação do navio à costa ocidental africana vai permitir ainda efetuar o transporte de diverso material em apoio a entidades e organismos sediados nesses países, onde assume particular importância o apoio logístico ao navio patrulha “Zaire”, também da Marinha Portuguesa, que se encontra em missão de capacitação da Guarda-Costeira de São Tomé e Príncipe, desde o dia 3 de janeiro de 2018.
A fragata portuguesa irá ainda, durante este período, participar no exercício “OBANGAME EXPRESS”, promovida pelo “United States Naval Forces Europe-Africa”, visando aprofundar a cooperação regional e a partilha de informação entre os diversos centros de comando e controlo de operações marítimas no Golfo da Guiné e promover o intercâmbio de conhecimento na área do domínio marítimo.
A “Álvares Cabral” é comandada pelo capitão-de-fragata Alexandre dos Santos Fernandes e tem embarcados 156 militares, incluindo o Comandante da Missão Mar Aberto e da Unidade de Tarefa, capitão-de-mar-e-guerra Nuno António de Noronha Bragança, uma equipa de fuzileiros, uma equipa de mergulhadores e uma equipa médica.