D. Rui Manuel Sousa Valério, de 53 anos, foi nomeado no dia 27 de outubro de 2018, pelo Papa Francisco como Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança em Portugal, sucedendo assim, a D. Manuel Linda, atual bispo do Porto.
"A função de Capelão-Chefe representa um compromisso de significativa responsabilidade: o compromisso de garantir a assistência religiosa a quem a requeira. E nunca é por demais recordar a especificidade das Forças Armadas, uma instituição que por inerência manifesta disponibilidade de colocar vidas em risco para cumprir a sua missão de serviço ao País, declarou João Gomes Cravinho, perante uma vasta audiência que se encontrava no Salão Nobre do Ministério da Defesa Nacional.
Num discurso no final da cerimónia, evidenciou o “reconhecimento da plena liberdade de consciência de todos os militares e todos que por vínculo da lei civil se encontram ao serviço das Forças Armadas e de Segurança” e explicitou que “o provimento do cargo de Capelão-chefe espelha uma confluência da Lei de Liberdade Religiosa e da Concordata com a Santa Sé, dando assim corpo à nova configuração da assistência religiosa nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança” e que “se por um lado, é um facto, temos um bispo das Forças Armadas e Forças de Segurança que é nomeado pelo Direito Canónico, também é um facto que é pelo Direito Civil, que compete a mim e ao meu colega da Administração Interna nomearmos e darmos posse ao Capelão-Chefe da Igreja Católica”.
O Ministro da Administração Interna manifestou a honra por participar “na designação” de D. Rui Valério “como bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança” e com a “consciência” de que a “História deste país que assume o seu modelo constitucional”, mas que não pode esquecer “os quase nove séculos de História em comum” desde a fundação da nacionalidade até hoje e que “tem permitido uma exemplar relação, entre aquilo que é o Estado Português e o papel da Igreja”.
Eduardo Cabrita realçou o facto da Conferência Episcopal Portuguesa ter “proposto um missionário para o exercício desta função” que “num quadro de proximidade e partilha” são “aqui garantia, que às Forças de Segurança tange, que teremos um bispo, que será o nosso bispo e estará próximo dos 45 mil homens e mulheres que, em todo o território nacional, numa dimensão de proximidade, na Guarda Nacional Republicana e na Polícia de Segurança Pública, garantem a segurança e o bem estar dos portugueses”.
“Pressinto esta nomeação como um ato de confiança, realmente, imerecido, o qual revela uma admirável generosidade. De facto, estou ciente de que a única prova por mim dada em abono desta incomensurável confiança foi o tempo de capelão militar e de alguns anos enquanto pároco”, declarou o Capelão-chefe da Igreja Católica empossado, manifestando “a disponibilidade” das Forças Armadas e Forças de Segurança para “acolherem alguém que como vós e convosco quer servir” com responsabilidade “num campo de ação não limitado ao culto e à liturgia”, mas é também “um compromisso com a promoção e salvaguarda da dignidade humana” e de “responder com prontidão quando solicitado” e respeitar “esse bem tão precioso que é a separação entre o Estado e a Igreja, de facto, a laicidade é um valor adquirido e reconhecido que faz parte do património de civilização já conseguido”.
O novo responsável católico para as Forças Armadas e de Segurança é natural da Urgueira, no Concelho de Ourém, e conta no seu percurso com vários anos de serviço junto das forças militares. Entre 1992 e 1993 foi capelão militar no Hospital da Marinha, serviço que assumiu também na Escola Naval, de 2008 a 2011.
Estiveram presentes na cerimónia o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, o Cardeal Patriarca de Lisboa, o Núncio Apostólico do Vaticano, a Secretária de Estado da Defesa Nacional, os Chefes dos ramos das Forças Armadas, o Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, o Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública e inúmeras autoridades civis, militares e religiosas e muitos dirigentes do Ministério da Defesa Nacional.