O complexo processo de integração das mulheres na Marinha, em particular nas unidades navais, exigiu a adaptação da organização em termos de infraestruturas e de quadro normativo, permitindo a integração gradual das mulheres a bordo dos navios. Embora em menor número entre o total de militares que prestam serviço na Marinha, as mulheres apresentam taxa de embarque semelhante à dos homens — cerca de 20% das mulheres e dos homens da Armada estão nas unidades navais — e representam cerca de 15% das guarnições das fragatas, dos navios patrulha e dos navios hidrográficos.
Por outro lado, a promoção do equilíbrio entre os direitos dos militares — homens e mulheres — exigiu também a resposta a novos desafios no domínio da gestão de recursos humanos, no que respeita à conciliação e à promoção do equilíbrio entre a vida profissional e familiar.
Às candidaturas “Igualdade de género na Política da Defesa Nacional" — apresentada pela Direção-Geral de Política de Defesa Nacional (DGPDN) — e “Recursos, Defesa e Sociedade - uma DGRDN a pensar nas pessoas" — apresentada pela Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) —, classificadas em segundo e em terceiro lugar, respetivamente, foram atribuídas menções honrosas.
A DGPDN apresentou com a sua candidatura um livro em formato eletrónico, redigido em três línguas, que reproduz o trabalho que tem vindo a desenvolver ao longo da última década, em especial nos últimos três anos, na área da igualdade de género e da integração. A aproximação à sociedade civil e aos parceiros internacionais é um dos objetivos deste projeto, que visa partilhar algumas das mais importantes medidas que têm vindo a ser adotadas neste contexto.
De acordo com o júri, o projeto apresentado no âmbito da candidatura da DGPDN destaca-se pela adoção de medidas de grande importância nos domínios da implementação, da integração e da promoção da perspetiva de género, bem como da “Agenda Mulheres, Paz e Segurança"; matérias consideradas centrais e prioritárias para a Política de Defesa Nacional.
O projeto apresentado pela DGRDN reflete áreas prioritárias do Plano Setorial: Igualdade e não discriminação, Violência, Conciliação da vida Profissional, Familiar e Pessoal e Mulheres, Paz e Segurança. Revela ainda, no entender do júri, “um compromisso sustentável face à temática da Igualdade de Género e Inclusão".
Assente em metodologias inovadoras, que promovem a cooperação e a partilha de experiências dentro do universo multifacetado da Defesa Nacional, este projeto é composto por um conjunto de ações que podem ser replicadas e contribuir para uma dinâmica não discriminatória e mais inclusiva no seio da Defesa Nacional.