“A minha guerra foi só de quartel, de «arame farpado», como se costuma dizer.”
Vital Guerreiro, Sócio Combatente do Núcleo de Beja da Liga dos Combatentes, cumpriu a sua comissão de serviço na Guerra do Ultramar em Moçambique, entre 1969 e 1971, como Soldado Condutor.
Neste relato, recorda quando ouviu falar pela primeira vez na Guerra, era ainda muito jovem e acabado de chegar a Lisboa. Quando foi chamado ao serviço militar, passou por Lagos, Porto, Viana do Castelo e depois acaba mobilizado para Moçambique.
Vital Guerreiro narra que a primeira sensação ao chegar a África foi de tristeza, pois logo na primeira viagem a caminho do quartel um camarada de armas faleceu após cair de uma viatura.
Considera-se um afortunado no meio daquele período difícil, pois o seu quartel não foi alvo de muitos ataques e nunca esteve em contacto direto com o inimigo.
A terminar, fala da relação de proximidade e respeito mútuo entre a sua Unidade Militar e as populações locais residentes na zona do quartel, e de que gostaria muito de regressar quando tivesse oportunidade.
Projeto de parceria entre a União das Freguesias de Beja (Santiago Maior e São João Baptista) e o Núcleo de Beja da Liga dos Combatentes, com realização e edição de Nelson Patriarca, desenvolvido no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974.