“Eu tinha pai e mãe, e eramos dois irmãos. A minha mãe era muito doente. Eu fui nomeado para Angola mas não lhe disse a data. Quando cheguei lá mandei-lhe uma carta a dizer que já lá estava.”
Inocêncio Viriato expõe a sua experiência militar no período do conflito ultramarino, recordando o seu ingresso na Força Aérea Portuguesa com colocação na Base Aérea do Montijo e a mobilização para a Guerra do Ultramar em Angola em 1967, numa comissão muito curta (5 meses apenas), em virtude de ter entrado no curso de promoção a Sargentos e regressado à metrópole.
Das suas memórias, Inocêncio Viriato relata o particular conhecimento que existia na Força Aérea do que acontecia em todas as partes de Angola, tanto de dia como de noite, pois as comunicações oficiais passavam todas pela sua Arma, nomeadamente as notícias mais difíceis como a morte de camaradas.
Inocêncio Luís Janeiro Viriato, bejense, Sócio Combatente da Liga dos Combatentes, cumpriu a sua comissão de serviço na Guerra do Ultramar em Angola, mais propriamente na Base Aérea N.º 9, em Luanda, nos primeiros 5 meses do ano de 1967.
Este testemunho termina com uma leitura pessoal sobre a Guerra, tanto em Angola como nos outros territórios, sublinhando que deveria ter surgido mais cedo uma solução para o fim do conflito.
Projeto de parceria entre a União das Freguesias de Beja (Santiago Maior e São João Baptista) e o Núcleo de Beja da Liga dos Combatentes, com realização e edição de Nelson Patriarca, desenvolvido no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974.