“Eu, por acaso, vim de avião. Fiz os 24 meses no ar. Até se dizia por graça que o que custava mais eram os primeiros 3 meses e os últimos 21.”
Francisco Fonseca conta as suas memórias do período em que serviu na Guerra do Ultramar em Angola, como Soldado Corneteiro do Exército, tendo cumprido uma comissão de 24 meses, entre maio de 1971 e maio de 1973.
Neste testemunho, começa por recordar a recruta militar e a passagem por várias unidades militares no país. Depois, relembra quando recebeu a notícia da mobilização para a Guerra e a tristeza, os receios e os medos sentidos. Por oposição, fala das relações de camaradagem estabelecidas com outros militares mobilizados e da sua importância.
Surge, igualmente, o relato da forma de comunicação com a sua família por carta e aerogramas, relembrando que escrevia sempre tudo o que lhe apetecia e sentia, mas que uma determinada mensagem enviada já não chegou aos seus familiares.
Francisco Bravo Fonseca, bejense de naturalidade, é Sócio Combatente do Núcleo de Beja da Liga dos Combatentes desde 1991.
Projeto de parceria entre a União das Freguesias de Beja (Santiago Maior e São João Baptista) e o Núcleo de Beja da Liga dos Combatentes, com realização e edição de Nelson Patriarca, desenvolvido no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974.