“A adequação do Ensino Superior Militar às exigências da formação na área da Defesa e a sua estreita articulação com as restantes instituições de ensino superior nacional devem ser vistas como contributos estruturantes do salto qualitativo que a Defesa Nacional é desafiada a dar nas próximas décadas", declarou o Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, durante a abertura solene do ano letivo do Instituto Universitário Militar.
“É meu entendimento que estes passos beneficiarão da existência de canais formais que fomentem uma colaboração regular com outras instituições de ensino superior nacionais, potenciando a formação dos nossos quadros e capitalizando os recursos disponíveis na sociedade portuguesa. Essa colaboração tem também a vantagem de dar a conhecer, de forma mais aprofundada, as características e particularidades da Defesa Nacional, os seus desafios e os contributos valiosos que esta área pode e deve dar para o avanço dos interesses nacionais", declarou.
A este respeito sublinhou a importância de integrar a perspetiva de género nos Cursos de Formação de Oficiais, objetivo que deriva das recomendações presentes na Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, nomeadamente, a importância de incorporar as perspetivas de género em todas as dimensões da promoção da paz e da segurança. “A urgência desta dimensão ficou, mais uma vez bem patente na atribuição do Prémio Nobel da Paz deste ano a Denis Mukwege e Nadia Murad, ambos diretamente envolvidos em questões de violência sobre mulheres em situações de conflito", considerou o Ministro.
Para o Ministro, o Instituto Universitário Militar “cumpre uma função que é essencial no desenvolvimento de uma formação de excelência na área da defesa que por sua vez representa um contributo fundamental para que as nossas Forças Armadas possam ter a qualidade que queremos que elas tenham". O Instituto nos últimos dois anos tem “sabido afirmar a especificidade do Ensino Superior Militar, procurando oportunidades de integração no sistema de Ensino Superior Português", o que significa, que o Instituto pode vir a ser incluído no Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e essa possibilidade deve ser vista como um estímulo à crescente cooperação e interligação com o restante universo do ensino superior, observou.
A sessão solene iniciou com as boas vindas do Vice-almirante Edgar Bastos Ribeiro, Comandante do Instituto Universitário Militar seguindo-se depois uma lição inaugural ministrada pelo Tenente-Coronel Silva Costa sob o tema “O Poder Espacial". Nesta lição o Tenente-Coronel analisou o espaço como o atual elemento estruturante de poder, onde os atores dominantes do sistema internacional procuram desenvolver um poder militar, de afirmação e influência global.
O Instituto Universitário Militar ministrou no ano letivo que findou um total de 15 cursos, entre cursos de promoção, qualificação, a 5ª edição do Mestrado em “Ciências Militares, Segurança e Defesa" e, outros cursos monográficos de curta duração, formando assim, 409 discentes dos quais, 20 estrangeiros. No que respeita ao acesso à categoria de Oficial das Forças Armadas e da GNR, foram formados, no ano transato, cerca de 1700 discentes em 25 Mestrados Integrados, dois Doutoramentos, nove Mestrados, sete Pós-Graduações e 19 outros cursos de curta/média duração com a particularidade, de quase todos serem abertos a discentes civis.
Destaca-se que o Instituto Universitário Militar é o órgão responsável pelas atividades de ensino, investigação, apoio à comunidade, cooperação e intercâmbio, com a finalidade de formar os oficiais dos quadros permanentes das Forças Armadas e da GNR, habilitando-os ao exercício das funções que estatutariamente lhes são cometidas, conferindo as competências adequadas ao desempenho das mesmas, promovendo o desenvolvimento individual para o exercício de funções de comando, direção, chefia e estado-maior.
Estiveram também presentes na sessão solene o Professou Adriano Moreira, o Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, General Teixeira Rolo, o Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, Vice-almirante Novo Palma, e vários dirigentes do Ministério da Defesa Nacional.