Um curto-circuito na instalação elétrica da embarcação pesqueira “Mãe Virgem” origina um pedido de socorro ao Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa. Segue-se uma explosão. Um dos tripulantes é projetado para o mar, os outros vão progressivamente cedendo ao pânico e abandonam a embarcação. Um deles possui ferimentos graves. São acionados todos os meios necessários, ao todo dez embarcações, um helicóptero da Força Aérea, o INEM e os Bombeiros Municipais.
Podia ser uma situação real, mas foi um exercício de salvamento marítimo da Autoridade Marítima Nacional, no qual o Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, participou, na Baía de Cascais, esta sexta-feira. O exercício insere-se num conjunto de treinos de salvamento que têm vindo a ser realizados por todo o país, que pretende testar as valências que cada porto marítimo detém, assim como polir estratégias de socorro.
Marcos Perestrello, que ao longo do exercício foi trocando impressões com o Almirante Macieira Fragoso, Chefe do Estado-Maior da Armada, acerca dos meios que progressivamente foram chamados a atuar, frisou a importância deste tipo de operações de treino “para que todas as forças envolvidas no salvamento marítimo estejam devidamente entrosadas”.
O Secretário de Estado da Defesa Nacional aproveitou a oportunidade para assegurar que as “limitações que existem na área do Socorro a Náufragos estão devidamente identificadas” e estão a ser “encetados esforços” no sentido de as suprir. Além do reforço dos recursos humanos, no Instituto de Socorro a Náufragos, que se concretiza já este ano com a entrada de 26 novos tripulantes, Marcos Perestrello assegurou, ainda, que a modernização das embarcações é, também, uma questão “que está no topo das prioridades” do executivo. “É importante garantir que os meios de salvamento marítimo estão à altura daquelas que são as responsabilidades para o exercício da autoridade do Estado no mar”, acrescentou.
Por sua vez, o comandante da Capitania do Porto de Cascais, o Capitão-Tenente Fontes Domingues, salientou o “sucesso do exercício de salvamento em grande escala”, tendo sido “notória” a coordenação dos meios envolvidos. Para o Capitão-Tenente este tipo de eventos é essencial para que “na eventualidade de um grande sinistro estarmos suficientemente rotinados e coordenados”.
No final do exercício, três tripulantes da Estação Salva-Vidas de Ferragudo foram condecorados com a Medalha de Coragem, Abnegação e Humanidade, Grau Prata, e dois civis com a Medalha de Coragem, Abnegação e Humanidade, Grau Cobre. As condecorações foram impostas pelo Secretário de Estado da Defesa Nacional, pelo Almirante Autoridade Marítima Nacional, pelo Diretor-Geral da Autoridade Marítima, pelo Diretor-Geral dos Recursos Naturais Segurança e Serviços Marítimos, e pelo Comandante Naval.