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“Celebramos também o Dia das Comunidades e hoje mesmo estaremos com os nossos compatriotas em França para lhes darmos sinal da nossa gratidão pela Pátria que todos os dias engrandecem”

Portal da Defesa na InternetInícioComunicaçãoNotíciasForças Armadas celebradas no Dia de Portugal
10 de junho de 2016
​“Celebramos também o Dia das Comunidades e hoje mesmo estaremos com os nossos compatriotas em França para lhes darmos sinal da nossa gratidão pela Pátria que todos os dias engrandecem”, afirmou o Presidente da República esta manhã, durante as comemorações do 10 de junho, que decorreram no Terreiro do Paço, em Lisboa.

Numa cerimónia onde estiveram presentes o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, o Primeiro-Ministro, António Costa, o Ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, diversos membros do Governo e líderes de partidos políticos, Marcelo Rebelo de Sousa dedicou as suas primeiras palavras às Forças Armadas (FA) e aos Antigos Combatentes, considerando que “não seria justo” celebrá-las noutro dia que não “no Dia de Portugal”, porque elas são “o garante da nossa independência e da nossa Constituição democrática e social”.

Referindo-se a Luís de Camões como o “poeta máximo das nossas epopeias passadas”, o Presidente da República afirmou que a reunião “das três celebrações num só dia” – Portugal, Camões e Comunidades portuguesas – é também “a celebração da quinta-essência do 10 junho” e que é “Portugal e o seu povo”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa este é o povo que “não vacila, não trai, não se conforma, não desiste” e é nele que reside “a sabedoria”, tal como “há nove séculos” e que “avançou e cresceu sempre que as elites, interpretando a vontade popular e os seus desígnios e aspirações, o guiaram em comunhão plena”. O Presidente da República recordou ainda os “diversos períodos da história” em que o povo português assumiu um “papel determinante”, construindo e consolidando a “identidade nacional”, mesmo “nos momentos de crise” e em que a Pátria foi “posta à prova”.

Relativamente às condecorações militares, que decorreram logo após a sua alocução, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou-se “seguro de estar a interpretar a vontade popular”, uma vez que os agraciados constituem “um exemplo para todos nós”. Destacou também as condecorações a alguns portugueses que mais tarde tiveram lugar em Paris e que, "durante os recentes atentados” terroristas na cidade, deram abrigo e salvaram “quem fugia da destruição e da morte”, numa demonstração de “solidariedade e de humanismo”.

Referindo-se ao Terreiro do Paço, local onde decorreu a cerimónia, o Presidente da República afirmou que o mesmo “concentra em si os factos mais significantes da história de Portugal desde antes do tempo das Descobertas”:

“Aqui se misturaram gentes, culturas e produtos vindos por terra ou trazidos por naus e caravelas dos lugares mais longínquos que fomos descobrindo” relembrou, acrescentando que “foi aqui que a nossa independência foi perdida e recuperada mais do que uma vez” pelo que “a nossa liberdade lhe está associada”.

Antes de terminar, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que esta praça de Lisboa é hoje “o símbolo maior do nosso imaginário coletivo” e de onde mais uma vez partiremos “rumo ao futuro”, porque “somos portugueses e, como sempre, triunfaremos”.

Também o presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do 10 de junho, João Caraça, referiu-se à importância da existência de “uma entidade nacional” perante a “mudança”.

Citando o poeta Camões, que escreveu que “todo o mundo é composto de mudança”, João Caraça disse que esta é “uma afirmação definitiva, completa, essencial” e que um País sem entidade é como “um navio à deriva”, pois é nela que “reside o segredo de adaptação à mudança”.

Defendendo a ideia de “uma solução coletiva” e “portadora de esperança”, o presidente da Comissão Organizadora afirmou que “pensar no futuro não é necessariamente uma posição de otimismo, antes o resultado de uma profunda confiança nos outros” e que tem sido “a nossa grande arma na nossa caminhada ao longo dos séculos”. Citando Fernando Pessoa, que escreveu que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, João Caraça considerou ainda que “é dos afetos que nasce a confiança”.

Antes de terminar, o presidente da Comissão Organizadora referiu que “é o medo que fragmenta a sociedade” e que daí “à perda da identidade é um curto passo”, uma vez que ela é suportada não só pelo “património” e pela “cultura”, mas também pela “ideia do futuro” porque “num mundo sem projeto não há identidade”.

As cerimónias do 10 de junho, em Lisboa, prosseguiram com as condecorações a seis militares (três antigos combatentes e três militares de cada um dos ramos), ao que se seguiu o desfile de meios humanos e materiais da Marinha do Exército e da Força Aérea.

No final, o Presidente da República deslocou-se para Paris - onde se reencontrou com o Primeiro-Ministro, António Costa, e com Ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes - para presidir às comemorações oficiais com a comunidade portuguesa residente em França, que se estendem até domingo e incluem uma visita ao Palácio Eliseu, a celebração oficial na Mairie de Paris, um almoço com individualidades da comunidade Portuguesa e uma homenagem às vítimas da I Guerra Mundial, com uma visita ao Cemitério de Richebourg.




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