A Tenente-coronel Diana Morais tomou posse como presidente do Comité para a Perspetiva de Género da NATO, numa cerimónia presidida pelo Diretor Geral do International Military Staff da Aliança Atlântica, que teve lugar hoje, em Bruxelas.
Diana Morais, que sucede à Tenente-coronel holandesa Corine Van Nieuwburg-Hofte, para um mandato de dois anos, é a primeira portuguesa a ocupar o cargo de presidente desde a criação deste órgão. Criado em 1976, o Comité para a Perspetiva de Género da NATO é um órgão de
aconselhamento do Comité Militar, que promove a integração da perspetiva de género nas operações militares e a concretização de resoluções das Nações Unidas relevantes nesta área.
A Tenente-coronel agora eleita, também com funções de coordenação do Gabinete da Igualdade do ministério da Defesa Nacional, ocupou entre 2017 e 2019 o cargo de vice-presidente daquele comité. Diana Morais salienta que a NATO é uma instituição político-militar, e defende, no âmbito da integração da perspetiva de género, uma presença mais robusta destes princípios no lado militar que consiga acompanhar a estrutura que existe do lado político. Considera ainda que no seio da NATO o papel deste comité ainda não é muito claro e assume a vontade mudar esta realidade.
Mestre em Engenharia Militar, Diana Morais tem vindo a dedicar-se desde 2015 ao tema da igualdade de género, contando no seu currículo com a apresentação do projeto de tese de doutoramento em Estudos de Género, pelo ISCSP, Faculdade de Direito e de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova.
Militar do Exército português, Diana Morais assumiu o comando de uma força de engenharia no Líbano, quando esteve na UNIFIL (força interina das Nações Unidas no Líbano) e dirigiu a marcação da fronteira Sul deste país com Israel. Foi ainda oficial de cooperação militar-civil junto de presidentes de câmaras cristãos e muçulmanos, onde se tornou para si evidente a necessidade de uma aproximação dos militares à sociedade civil
Do currículo de TCor Diana Morais faz ainda parte a responsabilidade pela criação de uma unidade de assédio na Defesa Nacional, que permite a qualquer pessoa que aí presta serviço poder apresentar uma denúncia sem que a mesma tenha de decorrer através da cadeia hierárquica.