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Amílcar Cabral (Guiné-Bissau)
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AMÍLCAR LOPES CABRAL




Foto.jpgAmílcar Cabral nasceu em Bafatá, a 12 de Setembro de 1924, filho do professor Juvenal Lopes Cabral (cabo-verdiano de ascendência guineense), e de Iva Pinhel Évora (guineense de ascendência cabo-verdiana). Aos oito anos a família mudou-se para Santa Catarina (ilha de Santiago/Cabo Verde), onde fez o ensino primário. Posteriormente mudou-se com a mãe e os irmãos para o Mindelo (São Vicente), onde em 1943 terminou o curso liceal, no Liceu Gil Eanes. Em 1944, mudou-se para a cidade de Praia (Santiago), onde começa a trabalhar na Imprensa Nacional.

Em 1945, consegue uma bolsa de estudos, ingressando no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa. Cabral logo se envolve em reuniões de grupos oposicionistas, aderindo às teses marxistas e, particularmente ao lado de outros alunos vindos da África, que conheceu na Casa dos Estudantes do Império. Conclui a licenciatura em 1950, trabalhando dois anos na Estação Agronómica de Santarém. Vai para Bissau em 1952, contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné. No ano de 1953, o recenseamento agrícola dá-lhe a oportunidade de percorrer grande parte da província, adquirindo um conhecimento profundo da mesma. Cedo as suas atividades políticas, como a criação da primeira a Associação Desportiva, Recreativa e Cultural da Guiné, aberta a assimilados e indígenas, despertam a antipatia do Governador da Província, Melo e Alvim, que o obriga a emigrar para Angola, onde se vem a juntar ao MPLA.

Em 1955, participa da Conferência de Bandung, envolvendo-se activamente na questão afro-asiática. Em 1956 juntamente com Aristides Pereira, o seu irmão Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, funda o Partido Africano da Independência (PAI), assumido o cargo de seu secretário-geral. Em 3 de Agosto de 1959, o PAI participa activamente na greve de trabalhadores do porto de Pidjiguiti, fortemente reprimida pelo governo provincial.

Em 1962, o PAI muda a sua designação para PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) e, no ano seguinte, estabelece uma delegação na cidade de Conacri, iniciando a luta armada em 23 de Janeiro de 1963, com o ataque ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau. Neste ano, Amílcar Cabral visita a República Popular da China onde se assume que a revolução deveria partir do campesinato. Em 1970, Amílcar Cabral, acompanhado de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, é recebido por Sua Santidade o Papa Paulo VI, em audiência privada.

Em 20 de Janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, por dois membros do seu próprio partido (assassinato que a propaganda anti Estado Novo assacou, erradamente, à PIDE). Afirma-se que Amílcar Cabral profetizara seu fim, ao afirmar: “Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios."



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Como citar este texto:

​LOUSADA, Abílio Pires, OLIVEIRA, Humberto Nuno ​​– Amílcar Lopes Cabral. Revista Portuguesa de História Militar - Dossier: Início da Guerra de África 1961-1965. [Em linha]. Ano I, nº 1 (2021). [Consultado em ...], https://doi.org/10.56092/ZRCB9382

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