Ir para o conteúdo principal
Vasco António Martins Rodrigues (Guiné-Bissau)
Ficha técnica Edições Normas Contatos Voltar



VASCO ANTÓNIO MARTINS RODRIGUES




vasco rodrigues.pngNascido em Lisboa a 30 de Abril de 1930, foi Governador-Geral da Província Ultramarina da Guiné-Bissau, entre 1962 e 1965, com o posto de Capitão de Fragata.

Para além dos cursos de progressão na carreira naval, estava habilitado com os cursos de Comando Naval do U. S. Naval War College e o de Aviador e Observador Aeronáutico.

Antes de assumir o cargo de Governador da Guiné, foi Secretário-Geral de Moçambique. Durante o seu mandato, o Comando Chefe e a conduta operacional da guerra competia ao Brigadeiro Fernando Louro de Sousa. Os dois militares sucederam ao comandante António Peixoto Correia, que de 1958 a 1962 acumulou os dois cargos.

Estava há pouco meses no exercício de funções na Guiné quando a guerra, levada a efeito pelo PAIGC de Amílcar Cabral, deflagrou em Janeiro de 1963. À semelhança do comandante-Chefe, percebeu a urgência de readaptação da metodologia de emprego de forças militares e não militares para fazer face à acção subversiva. Mas o processo revelou-se moroso e, por exemplo, a implementação de modelos de acção psicológica, com vista a captar a simpatia dos autóctones, só seria efectivamente implementada a partir de 1965. Durante o primeiro ano de guerra, as forças portuguesas sentiram dificuldades em conter a guerrilha, que garantiu o controlo de áreas nas regiões dos rios Geba e Corubal e ocuparam a ilha do Como. Enquanto isso, manifestavam grande liberdade de movimentos a partir do santuário da Guiné-Conacri. A resposta, que mereceu a presença no território do Ministro da Defesa, General Gomes de Araújo, foi o lançamento da Operação Tridente, organizada pelo Brigadeiro Louro de Sousa e comandada pelo Tenente-Coronel Fernando Cavaleiro, que durou de Janeiro a Março de 1964. Não obstante o sucesso da operação de limpeza alcançado, a iniciativa militar do PAIGC não foi refreada.

Seguiram-se contradições e divergências entre o Governador Martins Rodrigues e o comandante militar Louro de Sousa, nomeadamente sobre competências de comando e a aposta numa ocupação física, desligada do envolvimento positivo das populações, com contínuo desgaste das forças, acompanhado de fracos resultados. Entendidos pelo escalão superior como falhos de visão estratégica e insuficiente de capacidade de reacção aos acontecimentos, que facilitou, no seu entender, o avanço do inimigo, sobretudo no Sul do território.

Como consequência, em Maio de 1964 ambos foram substituídos nas respectivas funções pelo Brigadeiro Arnaldo Schulz, que acumulou o cargo de governador e de comandante-chefe.

Em 1965, Vasco António Martins Rodrigues foi nomeado Adido Naval às embaixadas de Portugal em Washington e Otava e, mais tarde, Procurador à Câmara Corporativa por designação do Conselho Corporativo, pela indústria de pesca das províncias ultramarinas, enquanto parlamentar na XI Legislatura e representante da província da Guiné, enquanto.

Na década de 1970, sendo Capitão-de-mar-e-guerra, foi professor do Instituto Superior Naval de Guerra.

​​​

PDFLOGO.jpegDescarregar este texto

​Como citar este texto:

LOUSADA, Abílio Pires, OLIVEIRA, Humberto Nuno ​​– Vasco António Martins Rodrigues. Revista Portuguesa de História Militar - Dossier: Início da Guerra de África 1961-1965. [Em linha]. Ano I, nº 1 (2021). [Consultado em ...], https://doi.org/10.56092/KWFJ2488

Partilhar
Conteúdo