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Venâncio Augusto Deslandes (Angola)
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Venâncio Augusto Deslandes




deslandes.jpgVenâncio Deslandes, nasceu em Carnide, Lisboa, a 8 de Maio de 1909, filho do Coronel Alberto Augusto da Silva Deslandes e de sua mulher D. Maria da Glória Rodrigues.

Foi aluno do Colégio Militar, entrando posteriormente na Escola Militar, curso de Cavalaria. Foi promovido a Alferes a 1 de Novembro de 1928 e serviu na Arma de Cavalaria até 1935, ano em que passou para a Aeronáutica, depois de ter concluído o respectivo curso na Escola Militar de Aeronáutica.

É como Tenente de Aeronáutica que integra a Missão Militar Portuguesa de Observação em Espanha, mais vulgarmente conhecida como “Viriatos", que participou na Guerra Civil Espanhola ao lado das forças nacionalistas.

Posteriormente, na Escola do Exército foi Professor Adjunto das 16.ª, 17.ª e 18.ª cadeiras, de 1940 a 1947, e Professor Catedrático da 17.ª cadeira de 1948 a 1950.

Comandou a Base Aérea N.º 2 (Ota), de 1951 a 1953, e foi Professor Eventual do curso de Altos Comandos no Instituto de Altos Estudos Militares.

Foi eleito Deputado da Assembleia Nacional na VI (1953-1957) e VII (1957-1961) Legislaturas sendo, nesta última legislatura, Subsecretário de Estado da Defesa Nacional e Embaixador de Portugal em Madrid, Espanha, de 11 de Julho de 1959 a 11 de Junho de 1961.

Atingiu o posto de General de Aeronáutica da Força Aérea Portuguesa a 15 de Março de 1958, sendo nesse ano Subchefe do Estado Maior da Força Aérea.

Foi nomeado, em Junho de 1961, 117.º Governador-Geral e Comandante-Chefe das Forças Armadas em Angola, por Adriano Moreira, Ministro do Ultramar àquela data, afastando-se o anterior Governador-Geral Dr. Silva Tavares. Assim, centralizou-se num só indivíduo o poder militar e a autoridade militar e civil. Reforçando a concentração de poderes, o General Deslandes assumiu funções quando a UPA assolava ainda o Norte de Angola, após o ataque surpresa que desencadeara as hostilidades, a 15 de Março de 1961.

Controlada a situação, e concluída a reocupação de todo o Norte através da Operação Viriato e da reconquista de Nambuangongo, chegou a proclamar oficialmente, em 7 de Outubro desse ano, o fim da guerra em Angola. Nestas funções o General Deslandes lançou um vasto plano de fomento para Angola, o chamado “plano Deslandes" que, no essencial, pretendia envolver a população angolana no processo de decisão, o que colidiu com muitos interesses enraizados como, por exemplo, a tributação da Diamang.

Deve-se-lhe a criação de um Serviço de Centralização e Coordenação de Informações militares (tendo como adjunto um elemento da PIDE), considerado vital para a condução política e o comando das forças nos TO. A sua administração e as suas iniciativas encontraram forte resistência no Ministro do Ultramar e no próprio Presidente do Conselho, que em 26 de Setembro de 1962 o demitiu e, pouco depois, o próprio ministro.

Regressado à metrópole, foi Procurador à Câmara Corporativa na VIII Legislatura (1961-1965) e, neste último ano, foi Secretário-adjunto do Secretário-Geral da Defesa Nacional.

De 16 de Agosto de 1968 a 4 de Setembro de 1972, o General Deslandes ocupou o cargo de 6.º Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Portugal.

Faleceu em São Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 9 de Novembro de 1985.

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​Como citar este texto:

LOUSADA, Abílio Pires, OLIVEIRA, Humberto Nuno ​​– Venâncio Augusto Deslandes. Revista Portuguesa de História Militar - Dossier: Início da Guerra de África 1961-1965. [Em linha]. Ano I, nº 1 (2021). [Consultado em ...], https://doi.org/10.56092/BJNW9217

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