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Brigadeiro Fernando Louro de Sousa (Guiné-Bissau)
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FERNANDO LOURO DE SOUSA




Foto Brig Fenando Louro de Sousa.jpgNasceu em Lisboa, a 29 de Agosto de 1911, e foi Comandante-Chefe da Província Ultramarina da Guiné-Bissau.

Frequentou o Colégio Militar e as faculdades de Ciências e de Direito da Universidade de Lisboa. Alistou-se na Escola Militar em 1928, Arma de Infantaria, e foi promovido a Alferes em 1934. No posto de Capitão, frequentou o curso de Estado-Maior no Instituto de Altos Estudos Militares (1940-1943). Cumpriu comissões de serviço em Moçambique, como oficial superior e, como Coronel Tirocinado, comandou o Regimento de Infantaria N.º 13 (1962-1963).

Ainda como Coronel foi nomeado Comandante Chefe e Comandante Militar das Forças Armadas da Guiné, em 19 de Março de 1963, permanecendo no cargo até 26 de Maio do ano seguinte, sendo, entretanto, promovido a Brigadeiro. «Coabitou» com o Capitão de Fragata Vasco Martins Rodrigues, Governador-Geral, e foi neste período de tempo que se desencadeou a luta armada levada a efeito pelo PAIGC e colocada no terreno a Operação Tridente, uma das de maior envergadura, em meios humanos e materiais, de toda a Guerra de África (Janeiro-Março de 1964). Na verdade, foi sua a Directiva que estabeleceu e organizou a operação, emitida a 23 de dezembro de 1963. A ideia era efectuar uma operação conjunta com os três ramos destinada a limpeza nas ilhas de Caiar, Como e Catunco, destruir a guerrilha que actuava na zona e recuperar psicologicamente a população para o lado português.

Comandada no terreno pelo Tenente-Coronel Fernando Cavaleiro e, apesar de ser relativamente bem sucedida, a operação não foi capaz de cercar e destruir os guerrilheiros, nem de quebrar a sua vontade de combater. O PAIGC retomou a iniciativa e, a partir de meados de 1964, transfere o esforço da guerrilha para Sul, às ordens de Nino Vieira. A verdade é que a guerra na Guiné sofre então um agravamento no território, as forças portuguesas confrontam-se com um inimigo bem organizado, armado e equipado, e metódico no planeamento das acções. Esta situação, a par do relacionamento pouco convergente entre o Comandante-Chefe e Governador leva à destituição do cargo do brigadeiro Louro dos Santos e do próprio Governador. Cargos que seriam assumidos em acumulação pelo Brigadeiro Arnaldo Schultz, à semelhança do que tinha sucedido anteriormente com o Capitão de Fragata António Peixoto Correia (1958-1962).

Louro de Sousa regressa à metrópole e é colocado na Direcção do Serviço de Transportes. Promovido a General, em Janeiro de 1969, comandou a Região Militar de Évora até 1971 e, até 1974, altura em que foi exonerado em 30 de Abril pela Junta de Salvação Nacional e passado à situação de reserva, foi Quartel-Mestre General do Exército.

Passou à situação de reforma em 29 de Agosto de 1981 e faleceu a 23 de Outubro de 1989.


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​Como citar este texto:

LOUSADA, Abílio Pires, OLIVEIRA, Humberto Nuno ​​– Brigadeiro Fernando Louro de Sousa. Revista Portuguesa de História Militar - Dossier: Início da Guerra de África 1961-1965. [Em linha]. Ano I, nº 1 (2021). [Consultado em ...], https://doi.org/10.56092/CWGN8637

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