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A candidatura portuguesa “resulta de um processo nacional, em Portugal, de reconhecimento que as ameaças híbridas são uma prioridade”

Portal da Defesa na InternetInícioComunicaçãoNotíciasPortugal apresenta candidatura ao Centro Europeu de Excelência para Combate às Ameaças Híbridas
30 de agosto de 2019

A Secretária de Estado da Defesa Nacional, Ana Santos Pinto, participou nos dias 28 e 29 de agosto, na reunião informal de Ministros da Defesa da União Europeia, em Helsínquia. A agenda dedicou-se a quatro temas: a inteligência artificial e as novas tecnologias, o impacto das alterações climáticas em matérias de segurança e defesa, a segurança marítima e as ameaças híbridas, tendo Portugal apresentado a sua candidatura ao Centro de Combate às Ameaças Híbridas, localizado na Finlândia.

Pela primeira vez os responsáveis pela Defesa reuniram-se para discutir a relação entre segurança e defesa e as alterações climáticas, um momento que a Secretária de Estado considerou “pioneiro”, pela ameaça que representa, pelo impacto multiplicador que as alterações climáticas têm “na conflitualidade” e pelo “efeito transformativo nas Forças Armadas”, como é o caso da região do Sahel, exemplificou. As alterações climáticas “produzem de uma forma cíclica também maiores índices de pobreza, vão gerar conflitualidade interna à região que agrava a instabilidade já existente”.

A discussão sobre as alterações climáticas, segurança e a defesa debruçou-se também no papel das Forças Armadas para a pegada ecológica e a pegada carbónica, como se pode reduzir a dependência energética, melhorar a eficiência e a eficácia das unidades militares e das missões.

“Nós em Portugal estamos a fazer um trabalho muito significativo no que diz respeito a esta pegada carbónica”, em linha com a Estratégia Nacional, gerida pelo Ministério do Ambiente, sublinhou Ana Santos Pinto. “A Defesa está a desenvolver um conjunto de projetos para que a pegada carbónica possa ser energeticamente sustentável”, podendo este trabalho repercutir-se na investigação e na redução do impacto ambiental. 

Para a Secretária de Estado, “o Fundo Europeu de Defesa tem um papel muito importante, porque poderá financiar projetos cooperativos entre vários Estados, investigação e desenvolvimento e protótipos, de forma a reduzir este impacto ambiental. O papel da União Europeia é crucial também “enquanto promotor de regras e de exemplo do comportamento ambientalmente sustentável”.

A reunião terminou com um almoço conjunto com os responsáveis pelas pastas dos Negócios Estrangeiros, durante o qual as Secretárias de Estado dos Assuntos Europeus e da Defesa apresentaram em conjunto a candidatura ao Centro de Combate às Ameaças Híbridas.

Este Centro de Excelência trabalha um conjunto de ameaças não tradicionais muito vasto desde desinformação, à segurança marítima, passando pelo ciber, e pelas infraestruturas críticas, e foi criado em 2017 pelo governo finlandês e conta com membros da União Europeia e da NATO.

A candidatura portuguesa “resulta de um processo nacional, em Portugal, de reconhecimento que as ameaças híbridas são uma prioridade”, são transversais e requerem uma abordagem de cooperação no seio da União Europeia e da NATO, de troca de boas práticas, para se alcançar uma maior resiliência em conjunto com maximização de recursos.

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